Fracassos de Audiência – “Negócio da China”

O horário das 18h é uma incógnita para os autores, porque ninguém sabe quem está lá na frente da TV assistindo à novela. A faixa anterior é a dos jovens e a posterior é a das comédias, mas o público das 18h nunca foi muito bem definido. Em 2008, foi a vez de Miguel Falabellaescrever uma trama sozinho para o misterioso horário, então tivemos “Negócio da China”, uma história bem jovem para pegar o público que desligava a TV depois de “Malhação”. Bem, só a presença dessa novela nesta seção quer dizer que ela não foi nem um pouco bem de audiência.

Um dos motes da história era o roubo de uma quantia obscena de dinheiro por Liu (Jui Huang), um chinês bom de briga que se mete em altas enrascadas para proteger um pendrive que continha todos os dados importantes da operação. E essa descrição bem “Sessão da Tarde” era condizente com o conteúdo oferecido, cheio de cenas de ação pouco inspiradas.

Mas nem só de ação se vive uma novela, e para isso existe o triângulo amoroso formado por Lívia (Grazi Massafera), o português João (Ricardo Pereira) e Heitor (Fábio Assunção). O triângulo terminou muito rapidamente, e nem foi por causa do roteiro: o ator Fábio Assunção pediu para sair da novela quando precisou se internar em uma clínica de reabilitação. Como se não bastasse esse problema com um dos atores, muitos jornais da época diziam que o autor Miguel Falabella ficou incomodado com a atuação de Grazi como a protagonista. Não se sabe até que ponto tudo é verdade, mas de alguma forma a atriz surpreendeu o autor, que a convidou para ser a protagonista de “Aquele Beijo”.

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Quando “Negócio da China” estreou, a média dos primeiros dias foi na faixa dos 30 pontos (E olha que hoje a Globo comemora quando “Flor do Caribe” dá 20 pontos. Os tempos são outros mesmo.). Com o tempo, o índice caiu para 18 pontos, deixando a cúpula da Globo desesperada.

O clima agitado de “Negócio da China” não conquistou os jovens de “Malhação” e nem cativou o público de adultos, talvez por isso a Globo tenha torcido tanto que a sucessora tenha sido o remake de “Paraíso”, de Benedito Ruy Barbosa. A novela mais rural conseguiu trazer de volta o público que fugiu durante as lutas e a trama maluca envolvendo um pendrive.

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