Garoto-propaganda recordista é dispensado após quase 40 anos: “Não vou negar que fiquei chateado”

Carlos Moreno, ex-garoto propaganda da Bombril (Foto: Reprodução)

Garoto-propaganda recordista mundial na função foi demitido após quase 40 anos.

Trata-se de Carlos Moreno, que marcou época com os comerciais de “mil e uma utilidades” da Bombril. Aos 63 anos, desde 2016 não faz mais campanhas da empresa, depois de ser substituído por Dani Calabresa, Monica Iozzi e Ivete Sangalo em alguns comerciais.

“O contrato estava para acabar e a Bombril passava por uma situação complicada. Fizeram cortes bem malucos em toda a empresa, inclusive na área de publicidade. Até me fizeram uma proposta de renovação, mas era meio absurda. Então chegamos num consenso: já que não estava sendo aproveitado, não tinha nenhuma perspectiva de trabalhar, não fazia sentido eu continuar contratado. No futuro, se tiver interesse, a gente volta a trabalhar junto com o maior prazer”, declara em entrevista ao Notícias da TV.

Entre 1978 e 2016, ele estima que tenha feito 400 comerciais, além de muitas publicidades para mídia impressa. Desde 1994, ele está no Guiness Book como o garoto-propaganda de maior tempo no ar.

Carlos Moreno (Foto: Reprodução)

“Não tinha muito uma periodicidade, eu ia a cada três meses no estúdio e fazia campanhas. Nunca fiz aquelas loucuras do Fabiano [Augusto, das Casas Bahia], mas às vezes a gente gravava quatro ou cinco filmes numa diária. Em 1998, 1999, a gente praticamente não fez filme, só fazia foto. Toda semana tinha uma foto nova para fazer, eram sempre baseadas em alguma personalidade, algum acontecimento da semana”, lembra.

Em 2013, ele foi substituído por Dani Calabresa, Monica Iozzi e Ivete Sangalo, que falavam sobre as mulheres e debochavam dos homens. “Não vou negar que fiquei chateado, eu adorava fazer o trabalho. Mas era uma proposta da empresa de mudar a comunicação, então eu tive que aceitar. Depois, quando tive a chance de trabalhar com elas, adorei as três, me diverti bastante. Eu entendo que nada é eterno. A vida inteira fui consciente de que as campanhas terminariam. Passei o bastão para as meninas e elas trabalharam lindamente”, comenta.

Moreno como Dilma, Aécio e Marina (Foto: Reprodução)

Nos últimos anos, ele tem feito teatro e outros comercias, mas ele revela que sente falta do seu auge de popularidade. “Eu sinto saudades, sinto mesmo. É um trabalho que eu tenho muito orgulho de ter feito, foi um marco. Tenho um patrimônio que é esse personagem que eu fiz, que sempre foi rodeado por muitos cuidados, é um trunfo que eu tenho. Pretendo fazer publicidade enquanto puder, desde que tenha um texto legal e tenha qualidade”, declara.