Pedido de socorro: Gigante do café apela contra falência em BH https://tvfoco.uai.com.br/gigante-do-cafe-apela-contra-falencia-em-bh O TV Foco desde 2006 leva as melhores notícias da tv para milhares de brasileiros todos os dias. Tudo sobre tv e famosos, novelas, realities. Fri, 26 Sep 2025 18:45:00 +0000 pt-BR hourly 1 GN Publisher v1.5.24 https://wordpress.org/plugins/gn-publisher/ Pedido de socorro e dívida de R$2,13B: Gigante do café apela contra falência após se afundar em BH-MG https://tvfoco.uai.com.br/gigante-do-cafe-apela-contra-falencia-em-bh/ Tue, 13 May 2025 11:00:00 +0000 https://www.otvfoco.com.br/?p=2386866 http://tvfoco.uai.com.br/wp-content/uploads/2015/05/Daniela-Mercury.jpg
Gigante do café apela contra a falência (Foto Reprodução/Canva/Lennita/Tv Foco/GMN)
Gigante do café apela contra a falência (Foto Reprodução/Canva/Lennita/Tv Foco/AI)
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Gigante do café de Belo Horizonte enfrenta crise bilionária e apela à Justiça para evitar falência

O Grupo Montesanto Tavares (GMT), uma gigante mineira do setor de café e responsável por cerca de 8% das exportações brasileiras de café arábica, se afunda após a pior crise de sua história.

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Com dívidas que somam R$ 2,13 bilhões, o conglomerado apelou contra falência ao ingressar com um “pedido de socorro” por meio de uma recuperação judicial ainda no dia 25 de fevereiro de 2025.

No entanto, a Justiça mineira aprovou o processo somente em 19 de março:

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  • Autorizando a suspensão de execuções;
  • Abrindo caminho para uma reestruturação profunda.

A equipe de economia do TV Foco, com base em informações do portal Canal Rural e MP Money, traz abaixo mais detalhes desse colapso e qual a situação do processo.

Empresa gigante do setor de café atravessa momento de crise (Foto Reprodução/Freepik)
Empresa gigante do setor de café atravessa momento de crise (Foto Reprodução/Freepik)

Safra quebrada

A origem do colapso remonta à safra de 2021/22, quando eventos climáticos extremos como geada, seca e granizo devastaram cerca de 24 milhões de sacas de café no sul de Minas Gerais.

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Consequentemente, a catástrofe obrigou o grupo a comprar café no mercado a preços inflacionados para cumprir contratos de exportação, comprometendo drasticamente seu caixa.

Nos doze meses seguintes, a pressão aumentou com a valorização histórica do café — acima de 120% — e a queda do real frente ao dólar.

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Por fim, a conjugação desses fatores elevou os custos operacionais e exigiu reforço de garantias em contratos futuros, empurrando a empresa para o vermelho.

Alegações:

De acordo com o portal Compre Rural, a empresa alegou que produtores rurais descumpriram contratos firmados entre 2021 e 2023, ao deixarem de entregar mais de 700 mil sacas de café vendidas antecipadamente por R$ 600 a R$ 700, optando por negociar os lotes no mercado à vista por valores superiores a R$ 2.000:

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“O produtor, em vez de cumprir o acordo, foi ao mercado e vendeu o café dele à vista” – Afirmou Léo Montesanto, filho do fundador do grupo, destacando que o rombo obrigaria a empresa a desembolsar R$ 1,6 bilhão para recomprar o produto e honrar contratos internacionais — o que, segundo ele, tornou-se inviável.

Diante disso, a empresa abriu processos contra os agricultores e, sem caixa para arcar com os compromissos, teve o pedido de recuperação aceito em 20 de março pela 2ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, envolvendo quatro empresas do grupo e credores.

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Aprovação da Justiça

A recuperação judicial engloba quatro empresas interligadas do grupo:

  • Atlântica Exportação e Importação;
  • Cafebras Comércio de Cafés do Brasil;
  • Montesanto Tavares Group Participações;
  • Companhia Mineira de Investimentos em Cafés.

O juiz responsável autorizou a consolidação processual ao reconhecer a atuação conjunta e o comando centralizado entre as empresas.

Para assegurar transparência, a Justiça determinou uma perícia prévia, realizada em 6 de março.

O laudo atestou que as unidades do grupo em Patrocínio e Varginha continuam operando normalmente, com atividades administrativas, financeiras e logísticas em funcionamento pleno.

Grupo Montesanto Tavares conseguiu apelar para a recuperação judicial (Foto Reprodução/site oficial)
Grupo Montesanto Tavares conseguiu apelar para a recuperação judicial (Foto Reprodução/site oficial)

Dívidas:

Inclusive, a lista de credores é encabeçada por grandes instituições financeiras.

  • Banco do Brasil – R$ 742 milhões;
  • Santander – R$ 159 milhões;
  • Banco Pine – R$ 154 milhões.

Outros bancos e multinacionais do agronegócio também aguardam a solução do imbróglio.

O grupo buscou a proteção da Justiça inicialmente em 2024, com uma liminar que suspendeu execuções por 60 dias.

A medida foi prorrogada por mais 30 dias, mas não houve avanço nas negociações diretas, o que levou ao pedido formal de recuperação judicial.

Empresas que compõe o Grupo Montesanto Tavares (Foto Reprodução/Montagem/site oficial/Lennita/Canva)
Empresas que compõe o Grupo Montesanto Tavares (Foto Reprodução/Montagem/site oficial/Lennita/Canva)

Disputas e controvérsias

No entanto, a controvérsia mais espinhosa envolve os Adiantamentos sobre Contrato de Câmbio (ACCs), tradicionalmente fora do escopo da recuperação judicial.

A defesa do GMT argumentou que os ACCs utilizados não se vinculavam a exportações específicas, funcionando, na prática, como empréstimos comuns.

Já o Judiciário acatou esse entendimento e determinou que os ACCs também se enquadram na suspensão de cobranças.

Ou seja, uma vitória jurídica significativa que pode abrir precedentes para outros casos semelhantes no setor exportador.

Martelo batido:

Porém, a Justiça mineira negou, recentemente, tentativas de alguns credores de furar o bloqueio judicial e executar garantias.

Além disso, indeferiu o pedido do grupo para se desfazer de sacas de café e ativos vinculados a garantias fiduciárias, entendendo que se trata de produto final e não essencial para a manutenção da atividade produtiva.

Assim, a fim de conduzir o processo, o juiz nomeou dois administradores judiciais:

  • Um escritório de advocacia;
  • Uma empresa especializada em reestruturações empresariais.

Juntos, eles fiscalizarão as ações do GMT durante o período da recuperação.

Quais são os próximos passos para o Grupo Montesanto Tavares?

Com a homologação do pedido, o GMT recebeu 60 dias para apresentar um plano de recuperação que contemple prazos, descontos e garantias, o qual vence agora em maio.

Esse plano precisa ser aprovado em assembleia geral de credores, convocada dentro do prazo da suspensão de 180 dias.

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Até lá, nenhuma nova execução judicial pode ser promovida contra as empresas envolvidas no processo.

Conclusão:

Em suma, o Grupo Montesanto Tavares, um gigante do setor do café em BH, enfrenta uma encruzilhada crítica, no entanto, a aprovação judicial oferece fôlego.

Porém, o caminho da reestruturação exigirá firmeza, transparência e habilidade de negociação.

A mobilização de credores e produtores mostra que a crise ultrapassou os muros da empresa e a sustentabilidade de parte do setor cafeeiro mineiro pode depender do desfecho desse processo. Mas, para saber mais sobre outros bancos e histórias como essa, clique aqui*.

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