Rombo de R$3,8B: Gigante das finanças vai à falência no RJ durante gestão Castro em 2025

Falência de uma das maiores financeiras já vistas foi decretada no Rio de Janeiro, com rombo de R$ 3,8 bi e milhares de investidores lesados.

03/11/2025 8h30

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Gigante das finanças tem falência decretada e causa rombo (Foto Reprodução/Montagem/Lennita/Tv Foco/Canva)

Falência de uma das maiores financeiras já vistas foi decretada no Rio de Janeiro, com rombo de R$ 3,8 bi e mais

E uma das mais conhecidas e gigantes empresas do mercado financeiro paralelo brasileiro, a GAS Consultoria e Tecnologia LTDA., entrou oficialmente em colapso ainda no início deste ano de 2025 e em plena gestão de Castro, no Rio de Janeiro.

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De acordo com o portal G1, a 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro decretou sua falência em 16 de maio de 2025, encerrando um império das finanças que prometia lucros astronômicos com criptomoedas, deixando um rombo aproximado de R$ 3,8 bilhões.

Todo esse processo também marca o fim das atividades da companhia fundada por Glaidson Acácio dos Santos, conhecido nacionalmente como o “Faraó dos Bitcoins”.

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Essa decisão judicial encerra definitivamente a tentativa de recuperação judicial aberta ainda em 2022, que já havia sido considerada inviável pela Justiça por falta de atividade econômica e perspectiva real de retomada.

A falência inclui também o bloqueio dos bens de Glaidson e de sua esposa, Mirelis Yoseline Díaz Zerpa, ambos apontados como administradores do esquema.

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O colapso de um império de promessas

O caso da GAS reflete a desestruturação de uma rede que, durante anos, atraiu investidores com promessas de lucros mensais fora da realidade do mercado.

De acordo com a administração judicial, mais de 62 mil pessoas aplicaram recursos na empresa e hoje figuram como credores da massa falida.

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As investigações também apontaram que os rendimentos pagos aos antigos investidores provinham, na verdade, das aplicações de novos clientes, uma característica típica de pirâmides financeiras.

Em suma, quando o fluxo de entrada de recursos diminuiu, o sistema ruiu.

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O que aconteceu até aqui?

  • 2015–2017 – Fundação e expansão inicial: A GAS foi criada para intermediar investimentos em criptomoedas e oferecia retornos fixos de até 10% ao mês, estratégia que logo atraiu milhares de clientes;
  • 2018–2020 – Crescimento e alertas: A empresa se consolidou e passou a operar em vários estados, apesar das primeiras denúncias de irregularidades e da ausência de autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
  • 25 de agosto de 2021 – Operação Kryptos e prisão de Glaidson: A Polícia Federal prendeu Glaidson sob acusação de crimes contra o sistema financeiro, estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A ação marcou o início do colapso judicial da empresa;
  • Maio de 2022 – Pedido de recuperação judicial: A GAS tentou formalmente evitar a falência, mas a Justiça considerou o plano inviável, diante da ausência de atividade econômica e dos bloqueios de bens;
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2023:

  • 16 de fevereiro de 2023 – Antecipação dos efeitos da falência: O juiz Arthur Eduardo Magalhães Ferreira determinou que os efeitos da falência passassem a valer imediatamente, mesmo antes da decisão final;
  • Outubro de 2023 – Conflitos judiciais e impasse sobre bens: A massa falida levou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) um conflito de competência para definir se caberia ao juízo falimentar ou ao juízo criminal gerir os bens apreendidos.

Lembrando que, no dia 6 de outubro de 2023, o pedido foi protocolado.

Ademais, em 16 de outubro, a ministra Nancy Andrighi negou liminar que pretendia atribuir a gestão exclusiva ao juízo empresarial.

No fim do mês, em 27 de outubro, a administração judicial pediu a suspensão dos atos da falência, exceto as medidas de localização e arrecadação de bens, até decisão final sobre o conflito.

  • Novembro de 2023 – STJ mantém bens sob custódia criminal: O tribunal negou nova liminar que pedia a transferência imediata dos bens apreendidos para a Vara de Falências, permitindo que continuassem sob controle da Justiça criminal até julgamento definitivo.

2024/2025:

  • Janeiro de 2024 – Prisão de Mirelis Díaz Zerpa: Após dois anos foragida, a empresária foi detida em Miami, nos Estados Unidos, em ação conjunta com a Interpol. O Brasil pediu sua extradição.
  • Maio de 2025 – Falência oficial confirmada: A sentença de falência foi publicada e tornou-se definitiva. A Justiça consolidou a massa falida e manteve o administrador judicial à frente da arrecadação dos ativos.

Atualização do caso:

De acordo com o portal CNN, neste mês de outubro de 2025, a 1ª Vara Especializada em Organizações Criminosas do Rio de Janeiro condenou Glaidson Acácio dos Santos a 19 anos e 2 meses de prisão por organização criminosa e corrupção ativa.

O sócio e braço direito Daniel Aleixo Guimarães, conhecido como Dany Boy, recebeu pena de 16 anos e 4 meses pelos mesmos crimes.

A sentença, assinada pelo juiz Nilson Luís Lacerda, determinou ainda a transferência de Glaidson para um presídio federal de segurança máxima fora do estado.

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Inclusive, as provas apresentadas traziam registros que mostraram o pagamento de propina de R$ 150 mil a policiais civis da Delegacia de Defraudações em 2021.

O objetivo era prejudicar uma empresa concorrente e fortalecer a posição de mercado da GAS.

Entretanto, a defesa dos réus não se manifestou publicamente até então.

O que aconteceu com o que sobrou da GAS Consultoria?

Com a falência decretada, a GAS Consultoria não possui sede física, funcionários nem operação.

Os administradores judiciais conduzem o levantamento de ativos, que inclui imóveis, veículos e criptomoedas, parte delas já convertidas em moeda corrente.

Os valores recuperados até o momento não cobrem o total da dívida.

Credores habilitados acompanham o processo de arrecadação e aguardam a definição de prazos finais para habilitação ou divergência de crédito.

Mas, o pagamento integral das dívidas é considerado improvável.

Vale dizer que o colapso da GAS expõe os riscos de operações financeiras sustentadas por:

  • Promessas de lucro rápido;
  • Pouca transparência;
  • Falta de supervisão regulatória.

O caso também evidencia a lentidão na resposta das autoridades, o que agravou as perdas de milhares de investidores.

Ou seja, reforça a necessidade de regulação rigorosa sobre ativos digitais e de vigilância preventiva em operações de investimento em criptomoedas.

Além disso, a ruína do chamado “Faraó dos Bitcoins”:

  • Encerra uma era de euforia especulativa;
  • Serve como alerta para o mercado financeiro.

Afinal de contas, quando a promessa de lucro parece infalível, o risco costuma ser total. Mas, para saber sobre mais casos sobre outras falências, clique aqui*.

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Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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