Movimento bilionário no varejo muda o jogo quando gigante conclui a compra do Barra Shopping após liberar mais de R$362 milhões

Pegando todos de surpresa, a Multiplan Empreendimentos Imobiliários S.A. concluiu nesta quarta-feira a compra de 7,535 % de participação no BarraShopping, localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Além disso, a operação teve valor de R$ 362,5 milhões pagos à vista e eleva a fatia da empresa para 73,37 % no empreendimento.

A escritura de compra e venda foi celebrada já nessa quarta-feira contra pagamento imediato. Porém, esse negócio aparece como parte de uma estratégia firme de controle e consolidação dentro da Multiplan, que vem investindo na ampliação de suas parcelas em empreendimentos-âncora.

Essa aquisição mostra que a Multiplan quer comandar ainda mais o destino do BarraShopping. Com participação majoritária ela poderá definir com mais liberdade mix de lojistas, estratégias de expansão, retrofit de áreas e renegociações de aluguel.

Além disso, o empreendimento já possui forte posicionamento na zona oeste do Rio, o que torna essa movimentação relevante para o mercado de shoppings premium. A operação não apenas aumenta a participação como reforça o controle operacional.

Em nota a empresa destacou que o negócio se insere no ciclo de “eficiência operacional e alongamento de passivo” que vem construindo em 2025.

Com a compra o Barra Shopping vai mudar?

Do ponto de vista regulatório permanece uma condição clássica: o negócio depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Embora o pagamento tenha sido efetuado, a formalização completa permanece sujeita a essa aprovação, como geralmente ocorre em operações desse porte.

Por isso, ainda cabe aos investidores observar se todos os trâmites serão concluídos sem restrições que possam alterar os termos ou atrasar os benefícios esperados.

Porém, para os acionistas da Multiplan a bomba de efeito imediato talvez não seja gigantesca, mas o simbolismo é forte. A empresa reforça que prefere alocar capital em ativos que já conhece e onde domina os processos, em vez de aventurar-se em mercados que demandam curva de aprendizado maior.

No entanto, isso não significa ausência de desafios. A Multiplan precisa traduzir esse controle ampliado em crescimento concreto nos resultados: melhor taxa de ocupação, aumento de vendas nas mesmas lojas, eficiência na operação dos shoppings e retorno sobre o investimento que compense o desembolso.

Por fim, mesmo assim, permanece a necessidade de acompanhar se a alavancagem não se tornará excessiva ou se o contexto macroeconômico (juros, inflação, nível de consumo) não enfraquecerá o efeito desejado.

Além disso, a Multiplan dá mais um passo concreto para assumir protagonismo no BarraShopping. Se ela executar bem essa aquisição, os acionistas poderão colher frutos.

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