“Doente terminal”: Globo informa risco de falência de rival do Mercado Livre por dívida de R$4 bilhões

Economista Elena Landau fala sobre situação dos Correios
Nesta terça-feira, 25, a economista Elena Landau concedeu uma entrevista ao jornal J10, da GloboNews, e avaliou a situação dos Correios. Segundo ela, a estatal corre sério risco de falir diante do avanço das dívidas bilionárias e queda de receitas.
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Primeiramente, na quarta-feira, 15, os Correios anunciaram um plano de reestruturação, que inclui um pedido de empréstimo de aproximadamente R$ 20 bilhões a bancos públicos e privados.
A intenção da rival do Mercado Livre é tentar equilibrar as contas e manter a empresa funcionando nos próximos anos. Porém, para Elena Landau, o plano não será suficiente para evitar a quebra.
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“Eu vou ser muito franca, eu ouvi todas as reportagens. A gente está tratando um doente terminal com florais. Esse plano é totalmente descasado com o tempo, com as necessidades dos Correios”, iniciou Elena Landau.
Em seguida, a economista reforçou que as medidas anunciadas, como cortes de trabalhadores, venda de imóveis e reorganizações financeiras, possuem efeito apenas em médio e longo prazo.
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“Ele tem efeito a longo prazo, médio prazo e os Correios estão em fase terminal”, disse a especialista, que continuou:
“É preciso encarar a realidade, parceria privada não vai existir, ninguém vai entrar com dinheiro privado enquanto o governo for controlador. Eu até me pergunto se a privatização é possível nesse momento pelo tamanho da dívida”, disse a profissional.
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Atuação do governo
Em seguida, Elena Landau ainda afirmou que o governo deveria repensar o papel dos Correios e focar apenas em uma frente que ainda traz retornos financeiros.
“Na minha opinião, o governo deveria encarar, separar as atividades do Correio de vez e encerrar as atividades de entrega, não há competitividade. Os Correios perderam receita em entregas, que era o que financiava parte do serviço postal e se acha que é serviço essencial tem que se concentrar no serviço postal e cuidar”, disse a profissional.
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Por fim, na visão da economista, a dívida dos Correios é tão alta que nem mesmo os empréstimos conseguirão ser pagos, o que poderia levar a União a quitar os débitos.
“Mesmo o empréstimo é impagável, o Correio não vai gerar recurso para pagar esse empréstimo”, afirmou.

Pedido de empréstimo
Nesta quinta-feira, 15, o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, confirmou que a estatal negocia empréstimos de cerca de R$ 20 bilhões.
De acordo com informações do portal CNN, a operação envolveria bancos públicos e privados e teria garantia do Tesouro Nacional.
Desse modo, na prática, caso a estatal não consiga arcar com os pagamentos do empréstimo, a União assume a dívida.
A garantia reduz o risco para as instituições financeiras e, em geral, permite juros menores e melhores condições de financiamento.
De acordo com Rondon, o objetivo é equilibrar o caixa dos Correios em 2025 e 2026, permitindo que a estatal volte a registrar lucro a partir de 2027.
O plano também conta com cortes de despesas, diversificação de receitas e a recuperação da saúde financeira da empresa.
Além disso, a estatal pretende realizar um novo programa de demissões voluntárias, voltado principalmente para setores com baixa produtividade.
Rombo nos Correios
No primeiro semestre, os Correios registraram prejuízo de R$ 4,3 bilhões, mais que o triplo do déficit de R$ 1,3 bilhão contabilizado no mesmo período de 2023.
A receita da estatal cai ano após ano, enquanto as despesas aumentam, de acordo com informações do portal CNN.
Para amenizar as dívidas, a estatal também anunciou outras medidas, como a venda de imóveis, lançamento de um marketplace em parceria com a Infracommerce e demissões voluntárias.
No entanto, analistas do mercado consideram que essas ações são insuficientes diante do tamanho da crise, segundo o portal CNN.
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Autor(a):
Giovana Misson
Formação pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, é colunista do portal TV Foco desde 2020, com foco em beleza, televisão e celebridades. Com apuração jornalística rigorosa, tem como compromisso informar o público com credibilidade e precisão. Apaixonada por moda e pelo universo das celebridades, acompanha de perto as principais tendências e acontecimentos. Antes disso, atuou como assessora de imprensa e redatora.