
Domingos Montagner e Camila Pitanga protagonizam “Velho Chico”. (Foto: Reprodução)
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Depois da cerimônia principal do Emmy, que ocorreu no último dia (17), e que engloba apenas produções norte-americanas, foi divulgada nesta quarta-feira (27) a lista completa dos indicados ao Emmy Internacional, que dá a oportunidade para que profissionais e produções de quase todo o mundo possam concorrer ao principal prêmio da televisão.
A Globo, como sempre, teve profissionais e atrações indicadas — seis nesta edição — , e talvez uma surpresa: “Velho Chico”. A novela de Benedito Ruy Barbosa, escrita em parceria com o seu neto, Bruno Luperi, terminou com audiência razoável e não caiu muito no gosto do público. Entre os problemas apontados pela crítica na época estava a estética do folhetim, que fugia do padrão convencional, uma marca do diretor artístico Luiz Fernando Carvalho, que apostou em um estilo lúdio e contemplativo.
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A produção, que chegou ao fim sem o seu protagonista, Domingos Montagner, vítima de um afogamento no Rio São Francisco, ficou de fora do catálogo de vendas da emissora para o mercado internacional. Entre as justificativas da Globo para essa decisão, está a de que a novela é “regional demais”, por ser ambientada no nordeste e por dar destaque ao Rio São Francisco, que pode não ser tão conhecido internacionalmente. É justamente por isso que a indicação da trama à premiação internacional causou surpresa e fez com que a decisão da Globo se tornasse questionável: como uma novela, que tem sua regionalização como problema para o público estrangeiro, consegue conquistar o júri e ser indicada ao prêmio internacional?
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Vale dizer que a trama ainda aborda temas universais, como romance, política e a relação do homem com o meio ambiente. A atitude da Globo se mostra equivocada por também omitir que uma produção que valoriza a cultura de outra região brasileira — indo além do tradicional eixo Rio-São Paulo — seja exportada.
A presença do folhetim no Emmy 2017 pode comprovar a ideia de que a justificativa de ser “regional demais” não apaga o fato da trama ainda assim apresentar qualidade visual, cultural e narrativa que seriam suficientes para que ela pudesse sim ser negociada com outros canais e conquistar o público estrangeiro. A indicação da novela ao prêmio também pode e deve fazer a Globo rever a decisão de deixá-la de fora do catálogo de vendas para o exterior.
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