Onda de fraudes contra aposentados do INSS expõe vulnerabilidades e exige cautela
Recentes investigações policiais desmantelaram esquemas complexos de estelionato voltados a beneficiários do INSS, o que mostra a fragilidade da segurança de dados dos idosos no Brasil. As apurações indicam que criminosos exploram a garantia de renda vitalícia e a facilidade de contratação de crédito consignado para aplicar golpes que variam desde descontos indevidos por associações fantasmas até o roubo de identidade para fins bancários.
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Nesse sentido, o cenário atual demanda atenção redobrada, pois as táticas criminosas evoluíram para além das fraudes sistêmicas. Golpistas utilizam engenharia social e pressão psicológica para manipular as vítimas, solicitando dados sensíveis sob o pretexto de regularização cadastral ou liberação de valores atrasados.
O perfil das vítimas e a atração pelo crédito
Informações de órgãos de proteção ao crédito, como a ‘Serasa’, apontam que a estabilidade financeira dos aposentados atrai as quadrilhas. Diferentemente de trabalhadores ativos, os segurados possuem renda garantida, o que facilita a aprovação de empréstimos com desconto em folha.
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Criminosos aproveitam essa facilidade e, muitas vezes, detêm informações prévias das vítimas. Eles simulam contatos oficiais de instituições bancárias para obter os dados restantes. A barreira tecnológica enfrentada por gerações mais antigas facilita a ação, tornando-os alvos preferenciais para a concretização dessas fraudes financeiras.
Principais modalidades de golpes em circulação
A Polícia Federal identificou, em abril de 2025, um esquema massivo de descontos não autorizados em benefícios, mascarados como mensalidades associativas. Contudo, outras práticas continuam a lesar os segurados diariamente.
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Uma tática comum envolve o falso bloqueio do benefício. O estelionatário contata a vítima alegando desatualização cadastral e exige dados pessoais, bancários e senhas para “evitar” a suspensão do pagamento. De posse dessas informações, os criminosos assumem a identidade financeira do idoso.
Outra modalidade explora a burocracia, como o agendamento de perícia médica ou a prova de vida digital. O golpista solicita o envio de documentos digitalizados e fotos recentes (selfies) para, supostamente, cumprir exigências do governo, mas utiliza o material para abrir contas e contrair dívidas.
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Promessas financeiras e o golpe do consignado
A oferta de vantagens financeiras constitui uma armadilha eficaz. Criminosos oferecem a antecipação do 13º salário ou o pagamento de valores atrasados mediante o depósito prévio de uma “taxa administrativa”. O segurado paga o valor, mas jamais recebe o dinheiro prometido.
No golpe do empréstimo consignado, o fraudador contrata o crédito em nome da vítima sem consentimento. Embora o dinheiro caia na conta do aposentado, as parcelas com juros também são descontadas. Ao tentar cancelar, a vítima é induzida a devolver o valor via Pix para uma conta de terceiros, consumando o roubo.
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Medidas preventivas e canais oficiais
Para mitigar os riscos e proteger o patrimônio, especialistas recomendam a adoção de uma rotina de verificação e o uso estrito de canais oficiais. Confira o passo a passo para blindar seus dados:
- Monitore o extrato: verifique mensalmente o histórico de pagamentos no Meu INSS para identificar descontos suspeitos.
- Centralize no Gov.br: realize qualquer atualização cadastral ou biometria facial exclusivamente pelo aplicativo ou site oficial.
- Ignore contatos ativos: o INSS não solicita dados, fotos ou documentos por telefone, SMS ou e-mail.
- Desconfie de facilidades: rejeite ofertas de crédito ou desbloqueio de benefícios que exijam pagamentos antecipados.
- Valide as informações: em caso de dúvida sobre convocações, ligue para o telefone 135 ou acesse o portal Meu INSS.
Caso identifique uma fraude, registre imediatamente um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil e notifique a Ouvidoria do INSS. Se houver prejuízo financeiro, acione o banco envolvido e busque auxílio no Procon ou assessoria jurídica.
Como saber se o contato é realmente do INSS?
Uma dúvida recorrente entre os segurados é distinguir a comunicação verdadeira da falsa. O Instituto Nacional do Seguro Social utiliza apenas o número de SMS 280-41 para enviar notificações.
Portanto, qualquer mensagem proveniente de números de celular comuns ou que contenha links clicáveis deve ser considerada uma tentativa de golpe e descartada imediatamente.
