Banco tradicional que marcou a história financeira do Brasil, após intervenção do BC e rombo bilionário, acabou entrando em falência
E, um dos grandes nomes do sistema financeiro brasileiro nas últimas décadas, acabou tornando-se símbolo de uma falência prolongada, disputas judiciais e impacto econômico após a realidade explodir.
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Fundado no final dos anos 80, o Banco Santos colapsou de vez em 2005 após intervenção do Banco Central, um rombo bilionário e correntistas em desespero.
Esse episódio revela como má gestão, fraudes contábeis e disputas judiciais podem transformar uma instituição sólida em caso histórico de insolvência, com efeitos prolongados sobre:
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- Credores;
- Investidores;
- E o próprio mercado financeiro.
Sendo assim, com base em informações do portal Wiki e Valor Econômico, trazemos abaixo como ele chegou a esse ponto e o legado deixado.
Da fundação à falência
O Banco Santos surgiu no final dos anos 80 e rapidamente se consolidou em operações de crédito e investimentos.
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Mas o grande salto da instituição ocorreu no auge da estabilidade econômica pós-Plano Real, durante os anos 90.
- Estratégia de nicho: O Santos se posicionou no nicho de private banking (gestão de grandes fortunas) e no atendimento a clientes corporativos (empresas), um segmento que exige confiança e exclusividade;
- Crescimento Exponencial: A aposta de Edemar Cid Ferreira em um atendimento diferenciado e sofisticado deu resultados rápidos. O banco se tornou um dos de maior crescimento no país.
Inclusive, o crescimento do Banco Santos foi tão acelerado que impressionou o mercado:
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- 1994: O banco ocupava aproximadamente a 125ª posição no ranking dos maiores bancos privados brasileiros;
- 2004: Em apenas dez anos, o Banco Santos saltou para a 7ª posição entre os maiores bancos privados do país, movimentando bilhões e rivalizando com instituições de tradição muito mais longa.
Uma queda bruscra
No entanto, em novembro do ano de 2005, o Banco Central decidiu pela intervenção e afastou Edemar Cid Ferreira e seus administradores e bloqueou bens da instituição.
Isso porque o BC identificou que o banco estava com dificuldade para honrar seus compromissos e fazer o recolhimento do compulsório (a parcela dos depósitos que deveria ser repassada ao BC).
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Sem ter como se recuperar, a falência foi decretada oficialmente pela 2ª Vara de Falências de São Paulo em setembro de 2005.
Assim, a massa falida começou a organizar ativos, incluindo um leilão de obras de arte que só ocorreu em 2020.
O colapso deixou mais de 20 mil depositantes individuais com valores bloqueados e iniciou uma longa batalha judicial sobre dívidas de grandes grupos, como o Grupo Caoa.
O rombo
Auditorias iniciais apontaram um déficit de R$ 700 milhões, posteriormente ajustado para R$ 2,2 bilhões.
Edemar Cid Ferreira foi preso preventivamente, acusado de gestão fraudulenta.
Condenado em primeira instância, ele conseguiu anulação da sentença em 2015, mas o processo voltou ao STF após recurso do Ministério Público.
A massa falida tentou recuperar créditos de grandes devedores e administrar ativos, mas o processo arrastou-se por anos, acumulando dívidas e disputas com credores e empresas vinculadas ao grupo, como:
- SantosPar;
- Sanvest;
- Invest Santos.
Morte do dono
Vale destacar que seu fundador e até então dono, Ademar Cid Ferreira, faleceu em 13 de janeiro de 2024, aos 80 anos, em São Paulo. Ele deixou esposa, três filhos e passou seus últimos anos tentando comprovar que o banco possuía mais créditos do que dívidas, mas sem sucesso.
A massa falida seguiu sob administração judicial de Vânio Aguiar, responsável por organizar ativos, recuperar créditos e finalizar o processo.
Mesmo após décadas de disputas, a massa falida ainda acumulava créditos a receber e dívidas a pagar, estimadas em R$ 16 bilhões em 2024, demonstrando o tamanho do impacto deixado pelo Banco Santos no sistema financeiro.
Quais são as atualizações sobre a falência do Banco Santos?
Em março de 2025, o administrador judicial do Banco Santos apresentou uma nova estratégia para leiloar os ativos da massa falida.
A iniciativa visou encerrar de vez a falência que se arrasta há quase 20 anos.
Fontes consultadas com exclusividade pelo Valor Econômico indicam que a morte de Edemar Cid Ferreira, que sempre se opôs ao leilão, facilitou a operação.
Além disso, os seus filhos demonstraram interesse em concluir o processo e “resgatar” o nome do pai.
A proposta envolve um leilão no modelo “stalking horse”, no qual um licitante inicial definiria o lance mínimo, seguido de um processo competitivo entre demais interessados.
Esse formato evita a necessidade de nova avaliação completa dos ativos, economizando anos de burocracia.
A massa falida identificou 106 processos válidos, somando R$ 716,1 milhões, desconsiderando ativos “contaminados” por empresas ligadas ao grupo de Ferreira.
Sendo assim, o leilão permite uma análise e oferta em 60 dias, com o maior lance definindo o licitante inicial. Empresas como BTG e Jive aparecem entre os interessados.
O juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, aprovou o novo modelo e determinou prazo para manifestação de credores e do Ministério Público.
Ainda de acordo com o portal Valor, alguns credores e familiares de Edemar estariam dispostos a abrir mão de recursos judiciais para viabilizar a venda e encerrar a falência.
Ativos remanescentes, caso não fossem vendidos, poderiam ser baixados a prejuízo ou devolvidos à massa falida.
No entanto, as últimas atualizações confirmam que o processo ainda segue em aberto.
Não foram encontradas manifestações extras sobre o caso, mas o espaço segue em aberto.
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