Lado a Lado: a prova definitiva de que audiência nem sempre anda junto à qualidade

Lado a Lado, além de marcar a volta das novelas de época ao horário das seis, tem a missão de levantar os índices da Rede Globo no horário, que vinha oscilando entre 20 e 23 pontos com os últimos folhetins. Detalhe, a meta estabelecida pela emissora é de 25 pontos.

A qualidade da trama dos estreantes João Ximenes Braga e Cláudia Lage é inquestionável. Lado a Lado mostra com perfeição, os conflitos e os ideais de um país de acabara de sair da monarquia, de um Rio de Janeiro que colocava a baixo os cortiços, e obrigava os negros, recém-libertos, a levantar as famosas favelas cariocas.

A trama tem um ótimo elenco, com personagens interessantes, destaque para as atuações de Patrícia Pillar, que interpreta a vilã Constância, e para Marjorie Estiano, que vive Laura.

A abertura, se permitem dizer, é uma das mais PERFEITAS de todos os tempos. Pois retrata fielmente o tema  principal da novela, ao som do samba-enredo “Liberdade, Liberdade, abre as asas sobre nós”, um dos sambas mais marcantes da história, que levou a Imperatriz Leopoldinense ao título do carnaval carioca de 1989.

Bom, mas será que é isso que o  telespectador quer ver? Segundo o Ibope, não. No quesito audiência, a  novela está mal, muito mal, péssima, para ser mais preciso. Se continuar assim, Lado a Lado tende a fechar com o PIOR Ibope da história do horário das seis. Foram, até aqui, miseráveis 19 pontos, número vergonhoso para a Rede Globo.

No entanto, é fácil de entender o porquê de tamanho fracasso. Todos nós sabemos que a maioria dos brasileiros, não gosta de novelas que retratam a história do nosso país. Eu já tinha alertado isso há algumas semanas aqui. E, outro detalhe, para agradar os telespectadores, novela de época precisa ser cômica e  romântica, basta analisar os números alcançados por Chocolate com Pimenta (35) e Alma Gêmea (39), ambas tinham os dois elementos citados. E Lado a Lado, pelo menos até aqui, não tem nada disso. Talvez esse seja o grande erro da trama, focar muito nos LIVROS DE HISTÓRIA, e deixar de ser NOVELA.

Mas, é aquela velha frase que eu digo, e repito incansavelmente: TV é feita daquilo que o povo gosta, não daquilo que eu quero que o povo goste…  Ou eu tô errado?

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