Jornalista comenta saída da Globo após 19 anos e explica a verdadeira razão: “Doeu muito”

Flávia Freire no “JN” (Foto: Reprodução)

Como já informamos, a jornalista Flavia Freire não faz mais parte do quadro da Globo. Ela se demitiu da emissora na semana passada em busca de realizar um sonho, abrindo mão de uma carreira de 19 anos na maior emissora brasileira, segunda do mundo.

“Estou indo realizar o sonho da minha vida”, explica Flavia em entrevista para Daniel Castro. Ela está de mudança para Portugal com o marido e filho. “Por isso pedi para não renovarem o contrato”. Ela se diz “feliz” e “leve”, embora a decisão não tenha sido fácil.

“Quando comecei a pensar na possibilidade [de pedir demissão], doeu muito. Como jogar 19 anos para o alto? Era tudo o que eu tinha, tudo o que construí. Venho trabalhando esse desapego há meses, e eu sofri muito. Eu amo contar histórias, mudar a vida das pessoas, ter o poder de ajudar as pessoas”, comenta.

Ela declara que sempre colocou a profissão em primeiro lugar, e por isso retardou ao máximo a maternidade. Em 2014, ela se casou com o empresário português Miguel Roquette. E pelo sonho de ser mãe, recusou o convite da Globo para apresentar o “Hora 1”.

“Tive meu filho com 40 anos. Os médicos me falavam ‘Ou você tem agora ou poderá encontrar problemas para engravidar mais para a frente’. E eu perdi duas gravidezes, logo no comecinho. Eu queria muito ser mãe. Por isso eu disse não [ao Hora 1]”, revela.

Ela passou a licença-maternidade em Portugal, e quando voltou deixou de ser a primeira opção para substituir outros âncoras. “Quem pediu para ir para a reportagem fui eu”, diz. “Quando eu voltei [de licença-maternidade], perguntei para os chefes e eles disseram ‘Nada mudou'”, sustenta. “Sempre fui valorizada na Globo”.

“Ele [Roquette] veio para cá por minha causa, sabia que eu amava minha profissão. Mas era uma questão de tempo, uma hora eu ia tomar uma decisão [de pedir demissão]”, diz. “Até uma certa idade a gente se dedica à profissão. Sempre coloquei a profissão em primeiro lugar, mas quando você tem um filho sua cabeça muda. E tem a questão do país, a violência, dá um medo. É claro que poder levar o filho para um lugar mais seguro pesou muito”, justifica.

“As pessoas não acham possível que depois de 19 anos você possa arriscar. Eu tive essa oportunidade e estou indo realizar um sonho, o sonho da minha vida. Tenho plano de ter mais um filho”, revela.