Intérprete do vilão Gibson na novela “A Regra do Jogo”, o ator José de Abreu é o oposto do personagem. Militante do Partido dos Trabalhadores (PT) na vida real, na novela ele é contra os comunistas, e o ator torce para que o seu final seja merecido.
Na trama, ele é capaz de manter a própria filha em cativeiro por uma década e de matar quem estiver no seu caminho sem o menor remorso. “Ele pode ser preso, pode ser morto, pode pegar um jato para a Suíça dando uma banana para todo mundo”, diz o ator.
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“Quero um final legal para a novela. É tudo tão confuso no Brasil… Não sei como vai terminar essa operação Lava Jato, que só tem delação premiada, bandido acusando bandido… Tem que ter prova! Sem isso não existe justiça”, comenta ele.
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“Gibson pode muito bem fugir com um habeas corpus do Supremo, como acontece com vários”, compara o ator, com os atuais casos de corrupção no Brasil. Na novela, Gibson tem uma visão reacionária, oposta à posição política do seu intérprete.
“Achei uma sacada muito legal botar essas coisas, foi uma coincidência incrível. No dia em que viemos gravar a chamada do jogo de xadrez, o João me mandou os primeiros textos do Gibson e o PT me chamou para ser âncora do partido. Pensei: ‘Isso é sincronicidade'”, revela.
“Eu escolhi fazer esse papel, e o João não é burro. É uma maneira de você jogar sua arte numa discussão política, que é sempre boa. Tem gente que diz: ‘Só vejo a novela para ver esse petista falar as coisas que ele odeia’. Gibson é um ‘coxão’ (risos). E isso é genial”, diz.
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“Quando eu lia o texto, tinha a impressão de que ele tirava isso do Twitter. Se bem que nem no Twitter eu li essas coisas. Ele diz que os militares da ditadura eram frouxos porque não conseguiram acabar com as favelas”, afirma o ator.