Rombo e fim declarado: Loja de móveis, nº1 das donas de casa, tropeça na falência e se afunda em país

Loja queridinha de móveis, nº 1 das donas de casa, tropeça na falência e se afunda em meio à crise do varejo nos EUA
Uma das principais lojas de móveis mais populares entre as famílias de classe média nos Estados Unidos, especialmente entre donas de casa que buscavam qualidade a preços acessíveis, tropeçou na falência e se afunda em um país em meio a um colapso.
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Trata-se da American Freight, que, após anos de expansão acelerada, não resistiu ao peso da inflação, da queda nas vendas de bens duráveis e de uma gestão envolta em controvérsias e rombos financeiros.

Esse pedido de falência sob o Capítulo 11 representa mais um episódio da derrocada do varejo de móveis no país, atingido por uma tempestade perfeita:
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- Custos crescentes;
- Endividamento alto;
- Consumidores mais cautelosos.
A equipe especializada em economia do TV Foco, baseada em informações do portal O Antagonista, traz abaixo mais detalhes sobre essa situação.
O início de um império popular
A American Freight nasceu em 1994, em Lima, Ohio, idealizada por Steve Belford com a proposta de vender móveis e eletrodomésticos diretamente ao consumidor, com descontos agressivos.
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A empresa cresceu rapidamente, conquistando um espaço de destaque no setor de móveis populares.
Sua promessa de “grandes ofertas todos os dias” atraiu um público fiel, especialmente nas regiões mais afetadas economicamente dos Estados Unidos.
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Por anos, a rede ofereceu um refúgio para famílias que buscavam mobiliar suas casas com um orçamento apertado, vendendo desde sofás a refrigeradores, muitas vezes sem exigir análise de crédito.
Aquisição e expansão ambiciosa:
Em 2020, a American Freight foi comprada pela Franchise Group, um conglomerado que também detinha marcas como Buddy’s Home Furnishings e The Vitamin Shoppe.
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A aquisição, estimada em US$ 450 milhões, veio acompanhada de uma reestruturação ambiciosa.
A nova administração fundiu a American Freight com as antigas lojas Sears Outlet e FFO Home, unificando-as sob a marca American Freight.
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Com isso, a rede chegou a operar mais de 350 lojas em todo o território americano, apoiada por uma campanha de marketing robusta e parcerias agressivas com fornecedores.
Pressões econômicas e alerta amarelo
No entanto, desde o ano de 2022, sinais de alerta começaram a surgir. A inflação disparou, afetando diretamente os custos de produção e logística:
- As taxas de juros subiram, encarecendo o crédito tanto para consumidores quanto para empresas.
- Paralelamente, a desaceleração no setor imobiliário reduziu drasticamente a demanda por móveis, já que menos casas estavam sendo compradas ou reformadas.
- A combinação desses fatores começou a pesar nas finanças da empresa.
- Os relatórios financeiros da Franchise Group começaram a apresentar quedas sucessivas em receita e lucro.
Porém, a American Freight, carro-chefe do grupo no segmento de bens duráveis, mostrava-se especialmente vulnerável, com estoques altos e vendas em queda.
Para manter a liquidez, a empresa intensificou promoções e liquidações, mas a margem de lucro se tornou insustentável.
Enquanto os problemas financeiros se acumulavam, uma crise de confiança tomava forma nos bastidores. Brian Kahn, então CEO da Franchise Group, passou a ser alvo de investigações relacionadas à gestão dos ativos da empresa e a possíveis conflitos de interesse em transações com a B. Riley Financial, principal credor e parceiro do grupo.
Essas investigações, somadas ao desempenho fraco, levaram à renúncia de executivos e à saída de diretores do conselho.
Em meio à instabilidade, fornecedores passaram a recuar, e os atrasos nos pagamentos se tornaram rotina.
O pedido de falência e o fechamento das lojas:
Ainda em novembro de 2024, a Franchise Group entrou oficialmente com pedido de falência sob o Capítulo 11, alegando “Inflação sustentada e desafios macroeconômicos enfrentados pelo grande setor de bens duráveis”.
A American Freight, como principal marca do grupo no setor de móveis, foi diretamente atingida.
Todas as suas lojas anunciaram promoções de liquidação, oferecendo descontos entre 10% e 30% para encerrar estoques.
A rede contratou a empresa Hilco Consumer-Retail para coordenar o fechamento das unidades.
Estima-se que mais de 300 lojas ficaram na lista de encerramento e devem cessar as atividades até o segundo semestre de 2025.

O processo afeta milhares de funcionários e fornecedores em dezenas de estados norte-americanos.
Qual é a situação atual da American Freight?
Apesar do colapso generalizado, uma operação de resgate parcial foi aprovada pela Justiça em janeiro de 2025.
A empresa AF Newco I LLC, dona da rede Buddy’s Home Furnishings, adquiriu 30 contratos de locação de lojas, um centro de distribuição e os direitos sobre a marca American Freight por US$ 1,12 milhão.
A nova controladora sinalizou que pretende reabrir parte das unidades ainda em 2025, com foco em estados do sul e meio-oeste americano.
A operação, no entanto, representa uma fração do que já foi a presença da American Freight no varejo nacional.
Até o fechamento desta matéria, nem a Franchise Group nem a nova controladora AF Newco I LLC emitiram posicionamentos públicos detalhados sobre o futuro da marca American Freight.
Além disso, não há, até o momento, informações oficiais sobre a manutenção de garantias anteriores ou o atendimento a consumidores que compraram produtos antes da falência.
Conclusão:
Em suma, a queda da American Freight revela a fragilidade de modelos de negócios ancorados exclusivamente em volume e descontos, sobretudo em contextos de crise.
A recuperação parcial da marca dependerá da habilidade de seus novos controladores em ajustar a operação à nova realidade econômica.
Para milhares de consumidores e trabalhadores, no entanto, o impacto do colapso já é irreversível. Mas, para saber mais sobre essas histórias de falências, retomadas e muito mais, clique aqui*.
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.