Luto: César Tralli paralisa JH às pressas e confirma morte de famoso aclamado: “Um dos maiores”

César Tralli interrompe às pressas o Jornal Hoje ao vivo e confirma com pesar a morte de famoso querido pelo público

Tralli parou o mundo ao anunciar na manhã de 23 de maio de 2025, a morte aos 81 anos, em Paris, do renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Ribeiro Salgado Júnior. A causa da morte foi leucemia, consequência de complicações de uma malária contraída em 2010 durante expedições fotográficas na Indonésia.

A informação foi confirmada pela família e pelo Instituto Terra, organização ambiental que ele fundou com a esposa, Lélia Wanick Salgado, em 1998.

Nascido em 8 de fevereiro de 1944, na vila de Conceição do Capim, distrito de Aimorés, Minas Gerais, Salgado graduou-se em economia antes de se dedicar à fotografia em 1973, em Paris. Trabalhou para agências como Sygma, Gamma e Magnum; tornou-se presidente desta última até 1994.

Contudo, sua carreira ganhou projeção internacional ao cobrar os primeiros 100 dias do governo de Ronald Reagan e registrar o atentado a tiros no presidente, o que lhe permitiu financiar sua primeira expedição à África.

Salgado viajou por mais de 120 países, documentando temas sociais, econômicos e ambientais. Ele registrou a miséria na América Latina em “Outras Américas” (1986). Além disso, a imensa jornada dos migrantes em “Êxodos” (1998–2004); e o trabalho dos operários no intenso projeto “Trabalhadores” (1986–1992). Sua estética em preto e branco enfatizava a dignidade humana e a urgência social.

A partir dos anos 2000, Salgado voltou seu olhar para a natureza. O monumental ensaio “Gênesis” (2013) documentou paisagens e culturas intocadas. Porém, entre 2014 e 2022, dedicou-se à Amazônia, publicando o livro “Amazônia” (2021) e realizando cerca de 48 expedições para retratar florestas e povos indígenas.

Com quem o famoso era casado?

Casa-se desde 1967 com Lélia Wanick Salgado, arquiteta, designer e curadora. Juntos, fundaram o Instituto Terra, voltado para a restauração da Mata Atlântica e para projetos socioambientais. A iniciativa plantou milhões de mudas na região do Vale do Rio Doce e inspirou ações semelhantes no país.

Além disso, entre seus filhos estão Juliano, cineasta, e Rodrigo, artista com síndrome de Down. Juliano dirigiu, com Wim Wenders, o documentário “O Sal da Terra” (2014), nomeado ao Oscar de melhor documentário em 2015, que revela a trajetória e os valores do pai.

Por fim, ao falecer, Salgado deixou um legado imenso: a imagem de um mundo em transformação, violento mas repleto de esperança; uma coleção de obras que transcendem o fotojornalismo. Um instituto que planta futuro na terra devastada.