Câncer terminal, AVC e mais: Elenco de Os Normais sofre com perda de 3 estrelas

A dor por trás das câmeras mostra como o elenco de Os Normais enfrentou a perda de três estrelas da série que marcou uma geração

A televisão brasileira já viveu muitos momentos marcantes, mas alguns parecem ficar gravados com mais força, especialmente quando envolvem nomes que nos acompanharam por tantos anos. A morte dos atores Betty Lago, Eva Wilma e Jorge Dória, que brilharam em Os Normais, deixou um vazio que nem o tempo conseguiu preencher.

Cada um com seu jeito, com sua presença, com seu talento, deixou histórias que continuam vivas na memória de quem acompanhou novelas, peças, programas de humor. O fim de cada um deles foi duro, doloroso, cheio de luta contra doenças que não perdoam.

Betty Lago foi talvez a mais explosiva entre eles. Sempre autêntica, irreverente, dona de uma beleza que se transformou em carisma na TV e no cinema. Descobriu em 2012 um câncer na vesícula, depois de uma cirurgia de emergência, e passou três anos lutando sem nunca perder a energia de viver.

Contudo, entre tratamentos, sessões pesadas de quimioterapia e momentos em que o corpo já não respondia da mesma forma, ela ainda aparecia, ainda sorria, ainda se mostrava presente. Morreu em 13 de setembro de 2015, aos 60 anos, no Rio de Janeiro, cercada por familiares.

Eva Wilma seguiu outro caminho, mais silencioso, mas igualmente firme. Uma atriz completa, que atravessou gerações sem perder a força de atrair o público. Em abril de 2021, ela foi internada para tratar problemas cardíacos e renais.

Porém, pouco depois, veio o diagnóstico de câncer de ovário, já avançado. Foi rápido. Em 15 de maio daquele mesmo ano, Eva morreu no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, aos 87 anos. Além disso, quem convivia com ela conta que nunca parava de falar de arte, de teatro, de palco. E essa teimosia em continuar talvez seja o que mais comove quando lembramos de sua despedida.

Qual ator de Os Normais morreu?

Jorge Dória viveu muito, quase um século, e isso por si só já o colocava em um patamar diferente. Um ator de humor refinado, dono de uma voz inconfundível, respeitado pela elegância em cena e também pelo rigor nos bastidores.

Em 2005 sofreu um AVC que mudou completamente sua vida. A partir dali, as apresentações ficaram para trás. As sequelas foram pesando, o corpo foi enfraquecendo. Em 2013, ele ficou internado no Hospital Barra D’Or, no Rio, até morrer em 6 de novembro, aos 92 anos, por complicações cardiorrespiratórias e renais.

Betty, Eva e Jorge tinham fama, tinham reconhecimento, tinham plateia, mas não tinham como escapar das dores que o corpo impõe. E, mesmo assim, enfrentaram esses últimos anos com dignidade. Com coragem.

Por fim, para o público, essas perdas significaram mais do que notas de jornal ou chamadas de TV. Significaram a ausência de pessoas que fizeram parte da vida de milhões. Betty representava a ousadia, a mulher moderna que não se calava. Eva representava a grande atriz, a dama dos palcos, a versatilidade em forma de gente. Jorge representava o humor inteligente, o ator que dominava o espaço e ainda assim arrancava gargalhadas sem esforço.