Luto: Jornal da Globo confirma morte de músico exímio do Brasil: “Respirava arte”

Jornal da Globo confirma a morte de músico exímio do Brasil que respirava arte e deixa o país em luto
Miguel Proença morreu aos 86 anos, no Rio de Janeiro, e a notícia caiu como um choque no meio cultural. Não apenas porque ele era um pianista respeitado em todo o mundo, mas porque sua presença sempre pareceu sólida, quase eterna. Segundo o G1 da Globo, morreu na sexta-feira, 22 de agosto, no Hospital São Vicente, na Gávea, vítima de falência múltipla de órgãos.
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Nascido em Quaraí, no Rio Grande do Sul, ele saiu do interior para se tornar um dos nomes centrais da música brasileira, levando o piano e os compositores do país a palcos da Europa, das Américas e da Ásia. Contudo, ao mesmo tempo em que sua carreira crescia, ele se consolidava como educador e gestor, algo raro: um artista capaz de tocar e de pensar a cultura de forma prática.

Porém, a biografia dele poderia ser contada apenas pela música, mas não seria justa. Proença dirigiu a Sala Cecília Meireles, fundou a Orquestra de Câmara da Cidade do Rio, presidiu a Funarte e foi secretário municipal de Cultura nos anos 1980. Nessas funções, mexeu em estruturas, tomou decisões que ainda hoje repercutem.
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No entanto, ficou conhecido pela firmeza e pelo senso de justiça. Em 2019, deixou a Funarte porque defendeu Fernanda Montenegro após ataques públicos. Não recuava diante de pressões políticas quando se tratava de proteger a dignidade da arte. Era essa mistura de rigor e generosidade que o distinguia.
O piano, no entanto, foi sempre o centro de tudo. Ainda menino, teve aulas com Natho Henn, mas só mergulhou de vez no instrumento quando conheceu Marly Lisboa, pianista que depois virou sua esposa. O amor mexeu com ele e o puxou de volta para o estudo disciplinado.
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Essa dedicação o levou a Hannover, na Alemanha, onde conquistou o título de Konzertexamen com bolsa do DAAD. Aquele garoto que conheceu o som do piano em um passeio com a mãe se transformou em um doutor pela universidade alemã.
Quais são as obras de Miguel Proença?
Sua carreira internacional deslanchou, mas ele nunca deixou de olhar para dentro do Brasil. Gravou mais de 30 discos e organizou a coleção “Piano Brasileiro”, de 2005, que apresentou ao público peças de Villa-Lobos, Guarnieri, Edino Krieger e tantos outros.
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Contudo, Proença acreditava que o repertório nacional precisava ser ouvido fora daqui, e fez disso uma missão. Tocava Villa-Lobos em Berlim, Guarnieri em Tóquio, Radamés Gnattali em Nova York. Tornou-se, dessa forma, um guardião e um divulgador do piano brasileiro.
Além disso, na vida acadêmica, deu aulas em universidades alemãs e brasileiras, principalmente na UERJ, e foi referência para jovens pianistas que buscavam tanto a técnica quanto o entendimento do papel cultural do músico. Muitos de seus alunos se lembram mais de suas conversas do que das partituras.
Por fim, sua morte deixou três filhos, Paulo, Daniel e Laura, e um vazio que não será fácil de preencher. O velório na Sala Cecília Meireles, marcado para hoje, 24 de agosto. A sala que tantas vezes ouviu seu piano agora servirá como espaço para o último adeus.
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Autor(a):
Wellington Silva
Wellington Silva é redator especializado em celebridades, reality shows e entretenimento digital. Com formação técnica em Redes de Computadores pela EEEP Marta Maria Giffoni de Sousa e atualmente cursando Análise e Desenvolvimento de Sistemas na FIAP, Wellington une sua afinidade com tecnologia à vocação pela escrita. Atuando há anos na cobertura de famosos, cantores, realities e futebol, tem passagem por portais dedicados ao universo musical e hoje integra o time de redatores do site TV Foco. Seu olhar atento à cultura pop e à vida das celebridades garante matérias dinâmicas, atualizadas e com forte apelo para o público conectado.Contato: @ueelitu