Falência, mais de 200 lojas fechadas e adeus após 44 anos: O fim de supermercado n°1 no RJ

O fim de um império: Saiba como uma rede de supermercados tradicional do Rio de Janeiro fechou suas portas e sucumbiu à falência após décadas de existência
E a queda de uma das redes de supermercados mais tradicionais do Rio de Janeiro, considerada um verdadeiro império e referência, terminou em falência, deixando um rastro de mais de 200 unidades fechadas e milhares de trabalhadores sem emprego.
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Trata-se da Casas da Banha, que marcou presença por mais de quatro décadas no varejo alimentar brasileiro.
No entanto, apesar da sua importância, ela não resistiu:
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- Decisões econômicas desastrosas;
- Políticas públicas mal calibradas;
- Falhas internas de gestão.

Inclusive, essa ruína abalou a economia local e desmontou uma operação que chegou a empregar mais de 20 mil pessoas.
Dito isso, a equipe de economia do TV Foco, com base em informações do portal Wiki, traz abaixo mais detalhes sobre o que levou a rede à falência e o que aconteceu com o que sobrou dela.
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Da expansão meteórica ao domínio no varejo
Fundada ainda em 1955, a Casas da Banha ganhou força nacional a partir dos anos 1970.
A marca se consolidou quando passou a patrocinar o programa do apresentador Chacrinha, quando seu programa era exibido na extinta TV Tupi.
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O gesto virou fenômeno de marketing, uma vez que o velho guerreiro atirava bacalhau para o público, sempre mencionando a rede.
A ação catapultou a visibilidade da Casas da Banha e posicionou a empresa como uma potência no setor de carnes e alimentos.
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Com isso, a rede saiu do Rio de Janeiro e alcançou dezenas de cidades em São Paulo e Minas Gerais.
Algumas das praças atendidas incluíam:
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- Capital de São Paulo;
- São Bernardo do Campo;
- Osasco;
- Belo Horizonte;
- Juiz de Fora;
- Montes Claros.
Conforme mencionamos acima, a sua operação chegou a ultrapassar 200 lojas.
Asfixia financeira nos anos 1980:
A década de 80 marcou o início da sua derrocada. O congelamento de preços imposto pelo Plano Cruzado, lançado pelo governo federal em 1986, afetou diretamente a lucratividade da Casas da Banha.
Além disso, produtos que estavam em promoção antes da medida tiveram seus preços mantidos por um ano, o que reduziu drasticamente a margem de lucro.
De acordo com o advogado da rede, Alfredo Bumachar, a medida foi “absurda” e desestruturou financeiramente a operação.

O golpe seguinte veio com o Plano Collor, o qual confiscou ativos financeiros e restringiu o acesso ao capital de giro.
A empresa perdeu capacidade de reação. Mesmo com tentativas de enxugar custos, como fechamento de unidades e controle de despesas, a Casas da Banha não conseguiu reverter a tendência de declínio.
Inclusive, esse período foi desastroso não apenas para a Casas da Banha, como para demais varejistas brasileiras, conforme podem ver por aqui*.
Demissões, fechamento em massa e colapso:
Em 1991, a empresa já havia reduzido seu quadro de funcionários de 22 mil para cerca de 9 mil.
Nesse período, vendeu 149 lojas para antigos proprietários e deixou 75 unidades fechadas à espera de negociação:
- A rede, aos poucos, desmontou sua própria estrutura;
- Em 1992, sob ordem judicial, demitiu mais 3.500 empregados.
No ano seguinte, enfrentava 9 mil processos trabalhistas — volume que só caiu após acordos e pagamentos de aproximadamente 2.800 ações.

A empresa já não conseguia honrar salários nem negociar com credores. Nesse momento, o varejo brasileiro acompanhava, em tempo real, a implosão de um gigante.
Falência decretada em 1999:
O fim oficial da Casas da Banha ocorreu em março de 1999.
O juiz Luiz Felipe Salomão, da 2ª Vara de Falências e Concordatas do Rio de Janeiro, decretou a falência após a própria empresa confessar a insolvência.
A Justiça concedeu 20 dias para que os credores justificassem seus créditos e estabeleceu prioridade no pagamento das dívidas trabalhistas, estimadas em US$ 5 milhões.
A falência marcou o ponto final de uma operação que, apesar do passado de glória, não resistiu às pressões macroeconômicas nem às falhas administrativas.
O que ocupou os antigos pontos da Casas da Banha?
Não há um levantamento único e oficial sobre o destino das lojas desativadas.
Como a rede possuía unidades espalhadas por dezenas de cidades, os imóveis seguiram destinos diversos.
Algumas lojas foram ocupadas por redes concorrentes de médio porte; outras mudaram completamente de função ou permaneceram fechadas.
A pulverização da liquidação não permitiu uma substituição uniforme ou padronizada.
Conclusão:
Em suma, a falência da Casas da Banha escancarou a vulnerabilidade do varejo diante de choques econômicos mal planejados e da má gestão interna.
A história da rede serve como alerta do quanto as decisões políticas e administrativas equivocadas podem desestruturar até os maiores empreendimentos.
Afinal de contas, o colapso da Casas da Banha deixou cicatrizes em milhares de trabalhadores e transformou o mapa do consumo no Brasil.
Por fim, o que era símbolo de fartura virou caso emblemático de falência anunciada. Mas, para conhecer mais histórias como esta, clique aqui*.
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.