Falência, mais de 200 lojas fechadas e adeus após 44 anos: O fim de supermercado n°1 no RJ

O fim de um império: Saiba como uma rede de supermercados tradicional do Rio de Janeiro fechou suas portas e sucumbiu à falência após décadas

03/07/2025 11h00

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Supermercado tradicional do Rio de Janeiro teve falência decretada após décadas (Foto Reprodução/Montagem/Lennita/Tv Foco/Canva)

O fim de um império: Saiba como uma rede de supermercados tradicional do Rio de Janeiro fechou suas portas e sucumbiu à falência após décadas de existência

E a queda de uma das redes de supermercados mais tradicionais do Rio de Janeiro, considerada um verdadeiro império e referência, terminou em falência, deixando um rastro de mais de 200 unidades fechadas e milhares de trabalhadores sem emprego.

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Trata-se da Casas da Banha, que marcou presença por mais de quatro décadas no varejo alimentar brasileiro.

No entanto, apesar da sua importância, ela não resistiu:

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  • Decisões econômicas desastrosas;
  • Políticas públicas mal calibradas;
  • Falhas internas de gestão.
Supermercados Casas da Banha (Foto: Reprodução)
Supermercados Casas da Banha (Foto: Reprodução/Internet)

Inclusive, essa ruína abalou a economia local e desmontou uma operação que chegou a empregar mais de 20 mil pessoas.

Dito isso, a equipe de economia do TV Foco, com base em informações do portal Wiki, traz abaixo mais detalhes sobre o que levou a rede à falência e o que aconteceu com o que sobrou dela.

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Da expansão meteórica ao domínio no varejo

Fundada ainda em 1955, a Casas da Banha ganhou força nacional a partir dos anos 1970.

A marca se consolidou quando passou a patrocinar o programa do apresentador Chacrinha, quando seu programa era exibido na extinta TV Tupi.

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O gesto virou fenômeno de marketing, uma vez que o velho guerreiro atirava bacalhau para o público, sempre mencionando a rede.

A ação catapultou a visibilidade da Casas da Banha e posicionou a empresa como uma potência no setor de carnes e alimentos.

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Com isso, a rede saiu do Rio de Janeiro e alcançou dezenas de cidades em São Paulo e Minas Gerais.

Algumas das praças atendidas incluíam:

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  • Capital de São Paulo;
  • São Bernardo do Campo;
  • Osasco;
  • Belo Horizonte;
  • Juiz de Fora;
  • Montes Claros.

Conforme mencionamos acima, a sua operação chegou a ultrapassar 200 lojas.

Asfixia financeira nos anos 1980:

A década de 80 marcou o início da sua derrocada. O congelamento de preços imposto pelo Plano Cruzado, lançado pelo governo federal em 1986, afetou diretamente a lucratividade da Casas da Banha.

Além disso, produtos que estavam em promoção antes da medida tiveram seus preços mantidos por um ano, o que reduziu drasticamente a margem de lucro.

De acordo com o advogado da rede, Alfredo Bumachar, a medida foi “absurda” e desestruturou financeiramente a operação.

Em 1992, a Casas da Banha dispensou mais 3,5 mil empregados (Foto Reprodução/Facebook)

O golpe seguinte veio com o Plano Collor, o qual confiscou ativos financeiros e restringiu o acesso ao capital de giro.

A empresa perdeu capacidade de reação. Mesmo com tentativas de enxugar custos, como fechamento de unidades e controle de despesas, a Casas da Banha não conseguiu reverter a tendência de declínio.

Inclusive, esse período foi desastroso não apenas para a Casas da Banha, como para demais varejistas brasileiras, conforme podem ver por aqui*.

Demissões, fechamento em massa e colapso:

Em 1991, a empresa já havia reduzido seu quadro de funcionários de 22 mil para cerca de 9 mil.

Nesse período, vendeu 149 lojas para antigos proprietários e deixou 75 unidades fechadas à espera de negociação:

  • A rede, aos poucos, desmontou sua própria estrutura;
  • Em 1992, sob ordem judicial, demitiu mais 3.500 empregados.

No ano seguinte, enfrentava 9 mil processos trabalhistas — volume que só caiu após acordos e pagamentos de aproximadamente 2.800 ações.

Jornal Tribuna de Petrópolis relembra história da Casas da Banha, em publicação de 2000 (Foto Reprodução/Montagem/Lennita/Tv Foco/Facebook/Tribuna de Petrópolis)
Jornal Tribuna de Petrópolis relembra história da Casas da Banha, em publicação de 2000 (Foto Reprodução/Montagem/Lennita/Tv Foco/Facebook/Tribuna de Petrópolis

A empresa já não conseguia honrar salários nem negociar com credores. Nesse momento, o varejo brasileiro acompanhava, em tempo real, a implosão de um gigante.

Falência decretada em 1999:

O fim oficial da Casas da Banha ocorreu em março de 1999.

O juiz Luiz Felipe Salomão, da 2ª Vara de Falências e Concordatas do Rio de Janeiro, decretou a falência após a própria empresa confessar a insolvência.

A Justiça concedeu 20 dias para que os credores justificassem seus créditos e estabeleceu prioridade no pagamento das dívidas trabalhistas, estimadas em US$ 5 milhões.

A falência marcou o ponto final de uma operação que, apesar do passado de glória, não resistiu às pressões macroeconômicas nem às falhas administrativas.

O que ocupou os antigos pontos da Casas da Banha?

Não há um levantamento único e oficial sobre o destino das lojas desativadas.

Como a rede possuía unidades espalhadas por dezenas de cidades, os imóveis seguiram destinos diversos.

Algumas lojas foram ocupadas por redes concorrentes de médio porte; outras mudaram completamente de função ou permaneceram fechadas.

A pulverização da liquidação não permitiu uma substituição uniforme ou padronizada.

Conclusão:

Em suma, a falência da Casas da Banha escancarou a vulnerabilidade do varejo diante de choques econômicos mal planejados e da má gestão interna.

A história da rede serve como alerta do quanto as decisões políticas e administrativas equivocadas podem desestruturar até os maiores empreendimentos.

Afinal de contas, o colapso da Casas da Banha deixou cicatrizes em milhares de trabalhadores e transformou o mapa do consumo no Brasil.

Por fim, o que era símbolo de fartura virou caso emblemático de falência anunciada. Mas, para conhecer mais histórias como esta, clique aqui*.

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Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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