Matheus Ribeiro revela terror e preconceito ao se assumir gay na Globo: “Desrespeitosos”


O jornalista Matheus Ribeiro foi escalado para comandar o Jornal Nacional (Foto: Reprodução)
O jornalista Matheus Ribeiro, escalado para comandar o Jornal Nacional no rodízio aos sábados, surpreendeu ao dar entrevista exclusiva
A Globo surpreendeu recentemente ao colocar para ancorar o Jornal Nacional o jornalista Matheus Ribeiro, marcando dessa forma o primeiro gay assumido a comandar o principal telejornal do Brasil. A iniciativa foi parte de um projeto da emissora em comemoração aos 50 anos do produto, colocando âncoras de todo o Brasil no rodízio de sábado do JN. Em entrevista concedida à VEJA, o âncora revelou se considera um peso apresentar o JN mesmo sendo gay.
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“Sou muito grato. A alegria que tenho como jornalista é poder conhecer realidades diferentes da minha. Não sou um profissional com muitos anos de carreira, tenho apenas 26 anos. É algo que eu não imaginava que pudesse acontecer tão rapidamente na minha vida. Espero poder representar muito bem o povo aqui de Goiânia”, disse Matheus Ribeiro, que publicou recentemente uma foto com um PM que levou a web a especular que ele é seu namorado.
O rapaz confirmou a relação na conversa. “Sim, estamos juntos há oito meses. Nós nos conhecemos no Carnaval de Salvador deste ano. Yuri (Piazzarollo) é capitão da PM em Rondônia. Sempre recebi mensagens de seguidores falando sobre isso e tinha uma resposta pronta: minha vida particular não deveria ser um atrativo. Tenho o direito de me resguardar em algumas situações. Meu lado pessoal é pessoal, e ponto. O lado profissional é outra coisa”, disse o jornalista.
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Matheus Ribeiro será âncora do Jornal Nacional no rodízio de 50 anos do noticiário (Foto: Reprodução/Instagram)
Ele denunciou episódios de homofobia. “É natural as pessoas terem curiosidade, mas houve situações que eu e Yuri achamos desrespeitosas. Alguns comentários envolvendo religião, Deus, dizendo que não éramos corretos. Sou um cara que tem uma fé muito viva. É preciso respeitar a liberdade religiosa. Estou muito bem com Deus. Ao postarmos aquela foto, nós tiramos o poder de qualquer pessoa de dizer maldades. Não tenho nada a esconder de ninguém. Isso me aliviou”, contou.
Dentro da Globo, no entanto, a relação foi totalmente oposta, já que ele achava que a homossexualidade fosse prejudicar sua carreira na televisão. “A TV Anhanguera, onde trabalho, e a Globo têm uma mentalidade aberta para valorizar as competências, a despeito de qualquer outra característica. A maior contribuição que posso trazer é mostrar meu trabalho sem me prender a essa questão pessoal. Para combater a homofobia, não preciso ser hétero nem gay: preciso ser apenas humano”, disparou.
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Autor(a):
Fernando Lopes
Apaixonado pelo mundo da televisão, Fernando Lopes escreve sobre o assunto no TV Foco desde 2013.