Novo cálculo surpreende o país e revela que o valor ideal do salário mínimo está bem acima das projeções oficiais

O valor atual do salário mínimo fixado em R$ 1.518,00 não dá conta das necessidades básicas de uma família brasileira típica. Contudo, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) para 2025, uma remuneração de cerca de R$ 7.156,15 seria necessária para suprir alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, transporte e previdência de uma família composta por dois adultos e duas crianças.

No entanto, a proposta orçamentária para 2026 prevê um salário mínimo de R$ 1.631,00, o que representa ajuste em relação ao atual piso.

Quando se põe lado a lado os números, percebe-se que o piso projetado ainda fica bem abaixo do que especialistas consideram compatível com um padrão de vida digno. Além disso, a diferença entre R$ 1.631,00 e R$ 7.000,00+ aponta para um hiato estrutural que vai além dos reajustes pontuais.

Para os trabalhadores formais, informais, aposentados ou beneficiários de programas sociais, essa lacuna traduz-se em dificuldades reais. Comprometer boa parte da renda somente com alimentação, pagar aluguel com sacrifício, adiar cuidados médicos ou postergar investimentos em educação.

Em agosto de 2025, o DIEESE estimou que o valor mínimo deveria ter sido de R$ 7.147,91 para manter uma família de quatro pessoas.

Quanto será o salário mínimo de 2026?

A proposta de R$ 1.631,00 para o piso de 2026 sugere avanço nominal. Porém esse avanço não me parece suficiente para recompor poder de compra ou para eliminar o déficit acumulado.

Contudo, sob a ótica social, manter o salário mínimo tão afastado do nível considerado necessário gera consequências amplas. A informalidade ganha força, a vulnerabilidade ao desemprego aumenta, e a mobilidade social se retrai. Se o piso legal não sustenta a dignidade do trabalhador, o princípio constitucional perde sentido prático.

Por isso, é urgente repensar o mecanismo de cálculo do salário mínimo. A fórmula que associa inflação mais crescimento do PIB é um ponto de partida, mas não contempla o hiato acumulado nem as especificidades regionais e familiares.

Por fim, o piso de R$ 1.631,00 para 2026 marca um avanço em relação ao valor vigente, mas permanece muito distante do patamar que especialistas apontam como necessário para garantir vida digna.

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