“Eu odeio o que está no corpo dos meus filhos”: Manoel Soares faz desabafo corajoso

Em um momento de coragem, Manoel Soares expõe a dor de um pai que não aceita o que está no corpo dos filhos

O apresentador Manoel Soares expôs publicamente um dos maiores dilemas da paternidade atípica. Durante uma entrevista franca, ele abordou sua relação com o autismo. Soares é pai de duas crianças no espectro, Ezequiel e Izael.

Contudo, em um momento de vulnerabilidade para a Clínica Formar, ele fez a declaração impactante. Ele afirmou categoricamente: “Eu, Manoel, odeio o autismo”. Esta fala iniciou um debate crucial sobre os sentimentos permitidos aos pais.

Porém, a complexidade do seu desabafo reside no amor que ele tem pelos filhos. “Eu odeio o que está no corpo dos meus filhos”, disse ele. A apresentadora do podcast, Kelly Dourado, tentou racionalizar. Ela sugeriu que é válido odiar a condição, não a criança. Manoel, no entanto, aprofundou a complexidade do sentimento. Ele reconheceu a dificuldade em dissociar a criança da condição.

Além disso, o apresentador explicou o porquê da sua angústia. O autismo não é algo externo. Ele “faz parte” da constituição da pessoa. Isso torna o sentimento de ódio muito confuso. “Isso é muito foda”, desabafou Soares. O pai se vê odiando algo que é intrínseco ao filho que ama. É um paradoxo doloroso e difícil de navegar.

Como Manoel Soares lida com os filhos autistas?

Em entrevista para o Dr. Thiago Lopes, Manoel Soares detalhou como lida com os desafios e as alegrias da paternidade atípica. Ele ressalta que gritar ou tentar impor autoridade não funciona e apenas aumenta a tensão da criança.

Além disso, em vez de confronto, ele utiliza o lúdico. Em um vídeo que repercutiu, ele usa a “brincadeira da ponte” para acalmar o filho. Segundo ele, “a brincadeira é a linguagem que o autista mais gosta”. Através dela

Por fim, o apresentador percebeu que seus filhos usavam a música para se comunicar. Para se conectar com eles, ele aprendeu a tocar piano em quatro meses. Porém, ele descobriu que, para entendê-los, ele, um comunicador profissional, precisava “se calar” e ouvir de outras formas.