Adeus: O fim de supermercado popular de SP engolido pelo Compre Bem e o choque das donas de casa

Entenda por que uma rede de supermercado, favorita dos paulistanos, desapareceu do mapa em 2002 em uma transação que mudou o varejo
O ano de 2002 marcou um divisor de águas para o varejo paulista e deixou milhares de consumidores, sobretudo donas de casa, em choque.
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Em uma tacada bilionária, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) anunciou a compra da rede Sé Supermercados:
- Uma marca que nasceu na década de 50;
- Um símbolo de confiança para os paulistanos.
A transação, que custou R$ 375 milhões aos cofres da varejista na época, não apenas eliminou um concorrente de peso.
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Entretanto, acabou varrendo do mapa uma identidade visual que fazia parte do cotidiano de 60 unidades estratégicas.
A substituição das placas do Sé, as quais foram engolidas e substituídas pelas bandeiras Compre Bem e Pão de Açúcar, encerrou um ciclo histórico e consolidou o domínio de um império que, naquele momento, passava a faturar R$ 10,9 bilhões por ano.
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Por que o Sé Supermercados foi vendido?
Conforme informações divulgadas pela Folha de S. Paulo, o fim do Sé Supermercados não ocorreu por falta de público, mas sim por uma necessidade financeira urgente de seu controlador, o grupo português Jerônimo Martins.
Em 2001, a operação brasileira representava a maior parcela dos resultados negativos do grupo europeu.
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Com uma dívida global que chegava a 1,3 bilhão de euros, a diretoria em Portugal decidiu “enxugar” as contas para focar em mercados com maiores níveis de rentabilidade, como Portugal e Polônia.
Marta Maia, até então diretora de comunicação do grupo português na época, defendeu a venda como um movimento estratégico para reduzir o endividamento para abaixo de um bilhão de euros.
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Para os donos, o Sé havia se tornado um “elefante branco”, uma vez que exigia injeção contínua de capital apenas para se manter de pé.
Vende tudo
A venda ocorreu em julho de 2002 por meio de um leilão fechado coordenado pelos representantes portugueses.
Analistas do setor apontaram que o GPA, liderado pelo saudoso Abilio Diniz, não era a primeira opção dos vendedores devido a rixas passadas no mercado europeu.
No entanto, o poder de fogo do Pão de Açúcar prevaleceu.
Com a assinatura do acordo, o GPA assumiu 100% das ações da Jerônimo Martins Distribuição Brasil. As lojas passaram por um processo de conversão:
- Unidades de bairro: Transformaram-se na bandeira Compre Bem;
- Unidades de maior porte/perfil: converteram-se em Pão de Açúcar.
Quais foram as consequências após o fim do Sé Supermercados?
Vale dizer que o Sé era conhecido pela proximidade e por uma identidade que o paulistano considerava “sua”.
O Pão de Açúcar, ao absorver a rede, buscou mitigar o impacto mantendo as equipes de loja, mas a mudança visual foi irreversível.
Por fim, o fim do Sé foi o preço da sobrevivência de um grupo português e o combustível para a hegemonia de um gigante brasileiro que, naquele 2002, mudou para sempre a cara dos supermercados em São Paulo.
Mesmo porque o Pão de Açúcar passou a ser dono de 15% do setor.
Ainda de acordo com a Folha de S.Paulo, com a venda do Sé, o Pão de Açúcar também passou a fechar um maior volume de encomendas para as suas lojas, o que fez com que a empresa conseguisse os melhores descontos com os fornecedores.
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.
