Adeus: Padaria fecha as portas em Porto Alegre (RS) após interdição da Vigilância Sanitária

Padaria tradicional fecha as portas em Porto Alegre após 23 anos; Entenda como uma ação da Vigilância Sanitária causou uma queda de 75% no faturamento

Porto Alegre (RS) se despediu, na semana do dia 19 de dezembro, de um dos seus endereços mais icônicos no bairro Moinhos de Vento. Após 23 anos de uma história escrita com o aroma de pães artesanais e receitas premiadas, a Barbarella Bakery encerrou suas atividades.

A decisão da chef Ana Klein, fundadora da marca, interrompeu um ciclo de duas décadas de sucesso e deu adeus, ao menos por enquanto, à operação que transformou a forma como o porto-alegrense consome pães de fermentação natural.

Duas décadas de protagonismo

De acordo com o Jornal do Comércio, a Barbarella Bakery não nasceu apenas como uma padaria, ela surgiu como um manifesto da boa gastronomia.

Fundada há 23 anos pela chef Ana Klein, conforme citamos acima, a casa rapidamente se tornou o ponto de encontro preferido de quem buscava sofisticação e qualidade.

Durante décadas, a unidade de Porto Alegre manteve um faturamento sólido, girando entre R$ 300 mil e R$ 310 mil mensais.

O negócio ostentava uma rentabilidade exemplar, resistindo a diversas crises econômicas e mantendo uma clientela fiel que atravessava a cidade em busca dos seus produtos exclusivos.

Uma ação da Vigilância Sanitária

Mas o ponto de ruptura aconteceu em agosto de 2025, quando uma inspeção da Vigilância Sanitária no bairro Moinhos de Vento atingiu diversos estabelecimentos, incluindo a Barbarella.

Na ocasião, o órgão fiscalizador relatou condições que chocaram a opinião pública, alegando a presença de fezes de roedores, insetos e a inutilização de 600 kg de alimentos.

Embora o estabelecimento tenha realizado todas as adequações solicitadas e reaberto as portas pouco tempo depois, o dano à imagem da empresa revelou-se irreversível.

Ou seja, a receita, que antes superava os R$ 300 mil, despencou para R$ 80 mil mensais — apenas um quarto do faturamento histórico.

Toda essa desconfiança do público, alimentada pela repercussão midiática, tornou a manutenção da loja física inviável.

Empresa se defende

Ana Klein, apesar de tudo, defendeu a integridade de seu trabalho de duas décadas.

A empreendedora contestou veementemente a forma como os órgãos e a mídia divulgaram os fatos da época:

Além disso, ela esclareceu que o descarte massivo de alimentos não ocorreu por falta de validade ou deterioração.

Veja mais da defesa no vídeo abaixo:

O problema em si residia na ausência do selo CFI (Código de Fabricação Interno) nas etiquetas, uma exigência técnica que ela afirma ser aplicada de forma menos rigorosa em outras praças onde opera, como Curitiba.

Em defesa da higiene da casa, a chef publicou vídeos demonstrando que o que os fiscais identificaram como fezes eram, na verdade era:

• Resíduos de farinha de rosca tostada;
• Sementes de abóbora;
• Ingredientes naturais de sua produção artesanal.

Para a fundadora, o fechamento não decorreu da falta de qualidade do pão, mas sim da “exposição desproporcional” e da forma como a fiscalização explorou o caso, ferindo o prestígio construído em 23 anos.

Mas a Barbarella Bakery fechou para sempre em Porto Alegre?

Embora a loja física tenha fechado as portas em Porto Alegre, a Barbarella Bakery não deixou de existir.

Conforme até mencionamos acima, a unidade de Curitiba segue operando com força total, servindo de base para os novos planos da chef.

Ana Klein projeta agora uma mudança de modelo de negócio, focando na escala de produção para que o pão da Barbarella chegue a mais pessoas, além das paredes de uma loja física.

A chef reforça que este é um “adeus momentâneo” a Porto Alegre.

Uma vez que ela planeja o retorno da marca à capital gaúcha no futuro, de forma adaptada às novas exigências do mercado e com projetos de reinserção social.

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