Fundo do poço: Padaria tradicional apela para a falência após 75 anos em país

Padaria tradicional chega ao fundo do poço e encerra 75 anos de história com pedido de falência que choca o país

A famosa padaria Bäckerei Leifert resistiu a guerras, crises e modas passageiras. Fundada há 75 anos, a padaria virou símbolo de tradição na Alemanha. Agora, pede falência. Os donos culpam os custos crescentes de energia e matérias-primas.

A farinha, o açúcar e a manteiga encareceram. A guerra na Ucrânia piorou o cenário. A inflação corroeu o poder de compra dos clientes e reduziu as vendas. Por siso, o caixa esvaziou rápido. A empresa não conseguiu acompanhar as transformações do mercado.

Mesmo com lojas cheias de memórias, a gestão perdeu fôlego. O modelo artesanal, antes orgulho da casa, virou obstáculo financeiro. O processo de insolvência em autogestão tenta salvar o que resta.

Além disso, segundo o gestor Nils Leifert, a empresa mantém o funcionamento sob supervisão judicial. Ele garante que os salários seguem pagos com ajuda do fundo de insolvência. Por enquanto, as portas continuam abertas.

Contudo, o sindicato dos trabalhadores acompanha o caso de perto. Thomas Klöckner, representante sindical, afirma que a prioridade é preservar os empregos. “A equipe dedicou a vida à padaria. Não podemos deixá-los sem proteção”, disse. O medo é perder uma das marcas mais antigas do setor.

Por que a padaria fez o pedido de falência?

A crise da Bäckerei Leifert reflete um problema maior. A Federação Alemã de Panificação relatou o fechamento de mais de 300 padarias em 2024. Pequenas e médias empresas não suportam mais os custos energéticos e a queda nas vendas. O pão de cada dia pesa no bolso dos clientes e dos produtores.

Além disso, em cidades menores, como Bonn, o impacto é mais profundo. As filiais que dependem do comércio local perderam fôlego. No entanto, o consumo caiu, e a concorrência com redes de supermercado cresceu. A tradição já não garante sobrevivência. Quem não se adapta, fecha as portas.

Por fim, consultores tentam redesenhar o futuro da padaria. Falam em digitalização, delivery e produtos com valor agregado. Porém, o caminho exige coragem. Reestruturar dívidas, reduzir custos e inovar virou questão de sobrevivência. A direção promete reagir, mas o tempo corre contra.