Para especialista, novelas mexicanas são racistas, classistas, antigas e machistas

08/09/2016 21h37

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Foto: divulgação. Cena de "Lo Imperdonable".
Foto: divulgação. Cena de "Lo Imperdonable".

Foto: divulgação. Cena de “Lo Imperdonable”.

Quem acompanha as novelas mexicanas, ou alguma vez na vida se prestou a acompanhar alguns capítulos de um folhetim de lá, deve ter reparado que há sempre uma forte diferença de classes, com uns extremamente ricos e outros palpérrimos.

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Além disso, a gigante maioria das mulheres dos folhetins da Televisa (que são os mais conhecidos do México) são submissas a homens mais ricos e/ou poderosos, que mandam em boa parte dos personagens da trama.

Para o especialista no assunto, o professor da Universidad de Guadalajara e coordenador-geral do Obitel (Observatório Ibero-americano de Ficção Televisiva), Guillermo Orozco, as novelas mexicanas seguem o mesmo padrão de 1958, quando a rede Televisa exibiu sua primeira produção: elas são machistas, racistas, classistas e com forte influência religiosa.

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Ele explica também que essas são as características principais das novelas “clássicas” mexicanas e que, só após perderem muita audiência, o país começou a investir em histórias mais modernas, o que passou a acontecer somente nos últimos anos.

“Nas telenovelas clássicas, com um relacionamento entre homem e mulher, há uma relação de gênero muito machista, assim como muito racista e também muito classista. E tudo se resolve dentro de uma cultura religiosa, que chamamos de Mariana por causa da Virgem Maria”, disse ele.

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E completou, durante um debate no seminário do Obitel, realizado na USP recentemente: “Todo o machismo, o racismo e o classismo estão inseridos no contexto religioso, do bem e do mal. Essas continuam sendo características fortes da telenovela clássica mexicana, mas há algumas intenções de fazer outro tipo de telenovela, que vai ao ar sempre à tarde, em horário menos nobre”.

Nos últimos tempos, as grandes empresas de TV mexicanas vem se adaptando: a Televisa tem experimentado a produção de séries, enquanto a TV Azteca tomou uma decisão drástica: anunciou, em junho deste ano, o corte total na produção de telenovelas, o que, para Guillermo, pode ser muito prejudicial.

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“A decisão da TV Azteca de não produzir telenovelas é uma sentença de morte. Porque a novela é parte da identidade de uma empresa latino-americana de televisão. O público está muito acostumado com novelas, sobretudo a população mais velha. Fazer uma mudança drástica é muito perigoso”, concluiu ele.

Com informações do site “Notícias da TV”.

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