Pedido de falência, dívida de R$ 346M e produção interrompida: Gigante da energia luta para sobreviver

Gigante empresa de energia afunda em dívidas, vê ações derreterem e enfrenta investigações regulatórias e risco real de colapso financeiro

26/06/2025 8h56

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Empresa gigante de energia entra em colapso na Bolsa de Valores após colapso (Foto Reprodução/Montagem/Lennita/GMN/Canva/TV Foco)

Gigante empresa de energia afunda em dívidas, vê ações derreterem e enfrenta investigações regulatórias, suspensão de operações e risco real de colapso financeiro

E uma gigante do setor de energia vive o pior momento de sua trajetória. Com dívidas acumuladas, colapso operacional e grave perda de valor de mercado, a empresa está prestes a entrar em um colaso financeiro irremediável.

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Trata-se da Akcome, fabricante chinesa do setor de energia solar, a qual também corre risco de sair da Bolsa de Valores de de Shenzhen.

Esse gatilho técnico foi acionado após o preço de suas ações permanecer abaixo de CNY 1 por 20 dias consecutivos de negociação — limite estabelecido pelas regras do mercado chinês.

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Neste contexto, a partir de informações coletadas através do PV Magazine, a equipe especializada em economia do TV Foco, traz abaixo mais detalhes dessa crise e as projeções para o futuro que está cada vez mais incerto.

Queda abrupta

A queda foi abrupta: de CNY 1,76 por ação em 29 de abril para CNY 0,41 em 14 de junho, mesmo após o retorno das negociações em 6 de maio.

NOTÍCIAS DE PARCEIROS

  • Em 12 de junho, a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC) notificou formalmente a Akcome e seu acionista controlador, Zou Chenghui, informando a abertura de uma investigação por supostas violações de divulgação de informações.

A apuração inclui possíveis omissões e manipulações de dados relevantes ao mercado, o que pode gerar responsabilizações civis, administrativas e até criminais — mesmo se a empresa for deslistada.

Bolsa de Valores de Shenzhen (Foto Reprodução/PV Magazine)
Bolsa de Valores de Shenzhen (Foto Reprodução/PV Magazine)

A investigação reforça um histórico de atitudes questionáveis.

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  • Em fevereiro, a Akcome anunciou que seus acionistas aumentariam a participação acionária em até CNY 200 milhões, iniciativa que teve efeito temporário no mercado, mas que nunca foi colocada em prática.

Pouco depois, a empresa entrou em processo de delisting*.

(*Para quem não sabe, o delisting é quando uma empresa enfrenta uma exclusão da lista, isso significa que ela está sendo retirada das principais bolsas de valores e transferida para o mercado de balcão -OTC)

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Contradições públicas e deterioração financeira

Em 15 de abril, diante da possibilidade de ser classificada como ação de tratamento especial (“ST”), devido a três anos consecutivos de prejuízos, o controlador garantiu que a empresa não corria esse risco.

No entanto, a Bolsa de Shenzhen aplicou a designação em 30 de abril, após a divulgação do balanço de 2023 — publicado no limite do prazo legal.

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O relatório veio acompanhado de um parecer com ressalvas da auditoria independente e apontamentos graves sobre falhas nos controles internos e incerteza sobre a capacidade da companhia de manter suas operações.

Akcome assim como outras empresas de energia solar está em crise na China (Foto Reprodução/Bloomberg)
Akcome assim como outras empresas de energia solar está em crise na China (Foto Reprodução/Bloomberg)

Da ascensão à queda:

Fundada em 2006, a Akcome foi listada em bolsa em 2011, destacando-se inicialmente na fabricação de esquadrias solares.

Com o tempo, diversificou sua atuação para:

  • Módulos fotovoltaicos;
  • Células solares;
  • Estruturas de montagem;
  • Até usinas de geração.

O ponto de virada veio em 2021, com investimentos agressivos na tecnologia de células HJT (heterojunção), acompanhados da instalação de múltiplas fábricas na China.

Mas os números não sustentaram a aposta: entre 2021 e 2023, a empresa acumulou perdas líquidas de CNY 2,065 bilhões — resultado de três exercícios consecutivos no vermelho.

Enquanto os resultados despencavam, os principais acionistas seguiram lucrando.

Entre 2017 e 2022, a família Zou reduziu sua participação de 43,63% para menos de 7%, movimentando cerca de CNY 2,054 bilhões com a venda de 627 milhões de ações.

Investigações internas apontam ainda o uso de ações como garantia e transações com partes relacionadas para extrair recursos da própria Akcome.

Congelamento de contas e colapso operacional

No fim de maio, a empresa admitiu o congelamento de contas bancárias de suas subsidiárias devido a dívidas vencidas, o que afetou diretamente o capital de giro e a capacidade de manter operações básicas.

Em 7 de junho, suspendeu por até três meses as atividades em três unidades fabris localizadas em:

  • Ganzhou;
  • Zhejiang;
  • Huzhou.

A Akcome também cancelou sua participação na Exposição Fotovoltaica SNEC 2024, em um gesto interpretado como tentativa de evitar confrontos com investidores, credores e fornecedores.

Falência de subsidiária e confirmação da saída da bolsa

Em 30 de julho, a subsidiária Zhejiang Akcome New Energy Technology entrou com pedido formal de falência, com dívidas de mais de CNY 1,5 bilhão.

A exclusão da Akcome do quadro de companhias listadas na Bolsa de Shenzhen foi confirmada no fim de junho, com remoção definitiva das ações em 12 de agosto de 2024.

A crise da Akcome afeta mais de 270 mil acionistas e plataformas como a Sina já organizam registros para uma eventual ação coletiva.

A gravidade da situação contrasta com o fato de que, em maio de 2024, a empresa ainda figurava na lista de fabricantes de módulos fotovoltaicos de categoria “tier 1” da Bloomberg New Energy Finance — um reconhecimento que, diante dos fatos recentes, parece hoje completamente desconectado da realidade operacional da companhia.

O que a Akcome diz sobre o possível colapso?

A Akcome não respondeu até o momento aos pedidos de posicionamento feitos pela imprensa especializada.

Não há declarações oficiais novas após o início da investigação da CSRC e da confirmação da saída da bolsa.

Apesar dos desafios, ainda vale a pena investir em luz solar (Foto Reprodução/ Internet)
Apesar dos desafios, ainda vale a pena investir em luz solar (Foto Reprodução/ Internet)

Vale a pena investir em energia solar em 2025?

Sim, apesar dos percalços de algumas empresas, investir em energia solar como empreendedor em 2025 ainda vale a pena.

De acordo com informações coletadas através do portal Smart Solution, ao que tudo indica, o setor continua com grande potencial de crescimento e lucratividade, impulsionado pela:

  • Crescente demanda por energia limpa e renovável;
  • Além da valorização de imóveis com sistemas fotovoltaicos. 

MAS ATENÇÃO! É preciso manter um bom planejamento e atenção aos desafios do setor. 

Para o consumidor final, o investimento também vale a pena, uma vez que:

  • Gera uma economia de até 80% na conta de luz;
  • Apresenta um crescimento de 23% ao ano no setor solar;
  • Vida útil dos sistemas de até 25 anos;
  • Potencial de valorização imobiliária de 10% a 20%;
  • Investimento com retorno rápido;
  • Por fim, reduz significativamente a pegada de carbono;
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Conclusão

Em suma, a Akcome Technology, que já foi referência no setor solar da China, colapsou sob o peso de sua própria ambição desordenada.

Afinal de contas, uma sequência de decisões mal calculadas, gestão opaca e promessas não cumpridas minaram a credibilidade da companhia.

Por fim, sua derrocada serve de alerta para investidores e autoridades sobre os riscos de crescimento acelerado sem estrutura, transparência e responsabilidade financeira. Mas, para saber mais sobre essas histórias de falências, retomadas e muito mais, clique aqui*.

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Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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