200 lojas fechadas e pedido de falência: Colapso de loja de roupas nº1 abala shoppings em país

Gigante do varejo entra em colapso e entra com pedido de falência, abalando shoppings em país e chocando milhares de consumidores
Uma das maiores e mais tradicionais redes de lojas de departamentos dos Estados Unidos chocou o mercado varejista ao anunciar, em 15 de maio de 2020, o fechamento de cerca de 200 lojas e um pedido oficial de falência.
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Trata-se da J.C. Penney, fundada há 118 anos, foi durante décadas uma âncora essencial nos shoppings de Nova York e de todo o país.
A decisão, tomada após anos de dificuldades financeiras agravadas pela pandemia da COVID-19, abalou profundamente o setor de varejo e acentuou a crise estrutural dos grandes shoppings norte-americanos, muitos dos quais dependiam do fluxo de clientes gerado pela presença da J.C. Penney.
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Sendo assim, a partir de informações obtidas pelo portal O Globo e The Sun, a equipe do TV Foco, especializada em economia e negócios, traz abaixo as razões desse adeus e os impactos causados na cidade.

Um colapso real
A empresa comunicou, na época, ter firmado um acordo com credores que envolvia US$ 900 milhões em financiamentos para sustentar as operações durante a reorganização judicial.
Do total, US$ 450 milhões representavam novos aportes, enquanto o restante seria consolidado a partir de dívidas preexistentes.
A J.C. Penney ainda possuía US$ 500 milhões em caixa antes de entrar com o pedido no Tribunal Federal de Falências de Corpus Christi, no Texas.
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Mas, mesmo antes da pandemia, a rede já enfrentava um quadro preocupante: pressão de concorrentes mais enxutos, acúmulo de dívidas próximas de US$ 4 bilhões, perda de identidade de marca e o avanço avassalador do e-commerce.
Ou seja, a crise sanitária apenas acelerou um processo de deterioração que se arrastava há mais de uma década.
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Linha do tempo:
- 1902 – James Cash Penney inaugura a primeira loja, chamada “Golden Rule Store”, em Kemmerer, Wyoming.
- 1913 – A empresa é oficialmente incorporada como J.C. Penney Company, operando 34 lojas.
- 1929 – Com o país às vésperas da Grande Depressão, a rede já soma 1.392 unidades e emprega mais de 28 mil pessoas.
- 1973 – Atinge seu auge com mais de 2.000 lojas em operação e se consolida como âncora de shoppings nos EUA.
- 2006 – Inicia parceria estratégica com a Sephora, integrando espaços de cosméticos dentro das lojas físicas.
- 2011-2012 – Reformula sua política de preços e elimina promoções, resultando em forte queda nas vendas e perda de clientes.
- 2020 – Entra com pedido de falência no auge da pandemia e anuncia o fechamento de 200 lojas.
O impacto direto em Nova York e região
Conforme destacamos acima, o fechamento das lojas da J.C. Penney teve consequências imediatas nos shoppings de Nova York, onde a marca ocupava pontos-chave por décadas.
Unidades como a do Manhattan Mall e do Kings Plaza encerraram atividades permanentemente, provocando não apenas demissões em massa, mas também uma queda significativa no tráfego de consumidores.
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A saída da rede desses locais prejudicou lojistas menores e deixou enormes espaços vagos, muitos dos quais continuam desocupados até hoje.
Os centros comerciais, já fragilizados pela concorrência digital e pela mudança de comportamento dos consumidores, perderam uma de suas principais locomotivas de fluxo.
A ausência da J.C. Penney redefiniu o perfil desses espaços, que passaram a buscar substituições com redes menores ou operações não varejistas, como academias, clínicas e escritórios.
Recuperação e situação atual da J.C. Penney:
Após o colapso de 2020, a J.C. Penney foi adquirida, em outubro do mesmo ano, pelo consórcio formado pela Simon Property Group e pela Brookfield Asset Management por aproximadamente US$ 800 milhões.
A nova administração decidiu manter cerca de 600 lojas em operação e focar em uma reestruturação operacional e de marca, com maior ênfase na digitalização e em experiências de compra integradas.
Em 2021, Marc Rosen assumiu como CEO com a missão de liderar esse processo de reinvenção.
Ele trouxe no currículo passagens por gigantes como Levi Strauss e Walmart, e apostou em modernização tecnológica, expansão do e-commerce e reformas nas lojas físicas.
Ainda assim, os resultados foram mistos: a empresa conseguiu estabilizar sua operação, mas seguiu enfrentando dificuldades para recuperar market share.
Qual é a situação da J.C.? Penney em 2025?
Em janeiro de 2025, a J.C. Penney passou a integrar o portfólio da Catalyst Brands, uma holding que reúne marcas como Aéropostale.
A estratégia envolveu a sinergia entre essas empresas, incluindo logísticas compartilhadas e campanhas integradas.
No entanto, em maio de 2025, a empresa confirmou o fechamento de mais sete lojas em diferentes estados, com liquidações marcadas até o dia 25.
Embora um porta-voz tenha declarado que as decisões não decorrem de dificuldades financeiras, e sim de vencimento de contratos e realinhamentos de mercado, o movimento reacendeu o debate sobre a real viabilidade da recuperação da marca a longo prazo.
Conclusão
Em suma, a trajetória da J.C. Penney simboliza a ascensão e o declínio de um modelo de negócios que moldou o varejo americano.
Seu colapso expôs a fragilidade de gigantes que não se adaptaram a tempo às novas exigências do consumidor.
A tentativa de reinvenção é corajosa, mas enfrenta obstáculos profundos. A sobrevivência da marca dependerá de sua capacidade de ser relevante em um cenário que não perdoa estagnação. Mas, para saber mais informações sobre outros casos similares a esse, clique aqui*.
NOTÍCIAS DE PARCEIROS
Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.