Globo e Record convocam plantão e confirmam morte de ator aclamado

Em julho de 2023, as emissoras Globo e Record convocaram um plantão urgentemente que iria marcar o Brasil. Os canais tiveram que noticiar a triste morte de ator que infelizmente se envolveu em um trágico acidente e teve seu corpo queimado.

Na época, César Tralli teve que interromper o “Encontro” para dar a notícia, enquanto Mariana Godoy paralisou o “Fala Brasil para confirmar a morte do ator Zé Celso Martinez, na capital paulista, aos 86 anos de idade.

Zé Celso, como era conhecido, tinha sido internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas de São Paulo após um incêndio em seu apartamento, no Paraíso, Zona Sul da capital paulista. Ele teve 53% do corpo atingido por queimaduras, ficou sedado, entubado e com ventilação mecânica. A informação foi confirmada pelo Teatro Oficina, companhia fundada por Zé em 1958.

Além do dramaturgo, estavam no apartamento Marcelo Drummond, marido de Zé Celso, Ricardo Bittencourt, Victor Rosa e o cachorro Nagô. Os três, incluindo Nagô, ficaram em observação por terem inalado muita fumaça. O velório vai ocorreu no Teatro Oficina e foi aberto ao público.

“Tudo é tempo e contra-tempo! E o tempo é eterno. Eu sou uma forma vitoriosa do tempo. Nossa fênix acaba de partir pra morada do sol. Amor de muito. Amor sempre”, postou o Teatro Oficina em sua conta no Instagram.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), decretou luto de três dias. No decreto, o prefeito destacou a “relevância e singularidade da trajetória do dramaturgo, diretor, ator, encenador e escritor brasileiro José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, cuja atuação revolucionou as artes cênicas brasileiras”.

Quem foi Zé Celso?

Foi um diretor, ator, dramaturgo e encenador brasileiro. Seu trabalho iniciou-se no fim da década de 1950, e se definiu na década de 1960 quando Zé Celso liderou a importante Teatro Oficina, grupo formado quando integrava o Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, onde apresentava sua inquietude e irreverência, realizando trabalhos de caráter inovador.

Trabalhou em Encarnação do Demônio (2007), de José Mojica Marins (lançado em 2008), dirigiu e atuou em inúmeras peças teatrais, tendo comandado o Teatro Oficina, mesmo depois de cinquenta anos, como em Santidade (2007). Num caso mais recente, sua peça Os Sertões, quando montada em 2005 em Berlim, Alemanha, causou polêmica na capital pelo fato dos atores ficarem nus em determinadas cenas. A imprensa alemã apelidou a montagem de “teatro pornô”.

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