Cuidado: O que alguns motoristas da Uber estão fazendo que tem deixado as mulheres em pânico

Alguns motoristas da Uber estão supostamente cometendo atitude imperdoável nas corridas e relatos de mulheres disparam nas redes, causando pânico
De acordo com uma série de relatos das redes sociais, um número razoável de mulheres em várias cidades brasileiras têm relatado experiências perturbadoras durante corridas por aplicativos, especialmente pela Uber e 99.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O chamado “golpe do perfume”, também conhecido como “golpe do cheiro” ou “do spray”, vem ganhando atenção desde que surgiram os primeiros relatos de motoristas que andam borrifando fragrâncias dentro dos veículos.
Conforme esses relados das passageiras, que se alastram desde 2022, após o contato com os aromas, começaram a sentir sintomas como:
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
- Dormência;
- Formigamento;
- Queimação nos olhos;
- Tontura;
- Até perda de consciência parcial.
Em suma, o suposto golpe se dá da seguinte forma:
- O motorista elogia o perfume da passageira e oferece uma amostra de outra fragrância; em outros, o cheiro invade o carro de forma sutil durante o trajeto.
- Muitas relatam que os vidros traseiros estavam fechados e que o cheiro parecia ser liberado por algum sistema interno do veículo.
Todos esses relatos tem causado pânico entre demais mulheres. Mas, apesar do volume de denúncias, nenhuma perícia toxicológica identificou substâncias químicas nos veículos ou nas vítimas, o que abriu espaço para o questionamento das autoridades – Conforme explicaremos mais abaixo.
NOTÍCIAS DE PARCEIROS
Especialistas, no entanto, alertam que a ausência de provas materiais não invalida os relatos.
Psicólogas e toxicologistas afirmam que, mesmo sem substância identificada, o medo gerado em contextos de vulnerabilidade, sobretudo por parte de mulheres sozinhas em veículos controlados por desconhecidos, é legítimo e pode causar sintomas físicos reais.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Caso recente:
Inclusive, mais um caso foi registrado neste último fim de semana, quando uma influenciadora contou que escapou do temido “golpe do perfume” dentro de um carro de aplicativo.
Assim que entrou no veículo, o motorista elogiou o perfume que ela usava e ofereceu outro para ela experimentar.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na mesma hora, ela se lembrou de um vídeo que tinha visto, onde colocam substâncias como “boa noite Cinderela” nesses frascos.
Com medo, ela recusou dizendo que era alérgica e ligou imediatamente para o namorado e amigos. Felizmente, a história acabou bem e ela conseguiu chegar sã e salva em casa.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O outro lado da história:
Conforme mencionamos acima, de acordo com uma informação divulgada pelo portal Estadão, esse golpe, na maioria das vezes como é narrado, é considerado inverossímil por especialistas, uma vez que uma substância gasosa capaz de afetar apenas passageiras e não motoristas é cientificamente improvável.
Inclusive, em Santos (SP), a Justiça condenou duas passageiras a indenizarem um motorista em R$ 20 mil por denunciarem falsamente uma tentativa de intoxicação. A perícia concluiu que o produto envolvido era apenas álcool 70º com essência de canela.
Entretanto, a disseminação dos relatos se ancora em uma realidade concreta, afinal de contas, mulheres se sentem inseguras, e com razão.
Casos de abuso sexual e agressões físicas dentro de veículos de aplicativo são frequentes.
O que as plataformas têm feito?
A Uber declarou que não encontrou comprovação de intoxicação nos casos reportados, mas reconhece o impacto da sensação de insegurança.
Em resposta, adotou medidas de reforço à segurança:
- Gravação de áudio criptografada;
- Compartilhamento em tempo real da localização com contatos de confiança;
- Botão de emergência integrado ao 190 (U-Help);
- Checagem de rotas em tempo real e verificação de identidade do motorista por selfie.
- Além disso, lançou o recurso “preferência por motoristas mulheres”, já ativo em várias regiões do Brasil.
A empresa também mantém uma parceria com a organização MeToo Brasil para oferecer suporte a vítimas de violências durante corridas.
Passageiras que reportam situações potencialmente traumáticas podem receber até quatro horas de atendimento psicológico gratuito, desde que o pedido seja feito em até seis meses após o ocorrido.
A Uber informa ainda que colabora com as autoridades quando acionada e que segue aprimorando protocolos de segurança.
A 99, por sua vez, afirma conduzir apurações internas a partir dos relatos recebidos e também colabora com o poder público quando necessário.
O que fazer em caso suspeita do golpe do perfume?
Diante da ausência de provas físicas nos inquéritos, o principal mecanismo de proteção das mulheres permanece sendo a prevenção ativa e o registro formal dos casos. Veja as orientações abaixo:
- Jamais aceite perfumes ou sprays oferecidos por motoristas, mesmo que a abordagem pareça inofensiva. Ou seja, recuse com firmeza.
- Abra os vidros imediatamente se sentir odores estranhos ou começar a ter qualquer sintoma físico atípico, como dormência, queimação, formigamento ou tontura.
- Ligue para alguém imediatamente e diga que está em uma corrida, compartilhando a localização em tempo real.
- Finalize a corrida o quanto antes, se possível em local movimentado. Caso se sinta mal, peça ajuda a alguém que esteja passando pela rua, desde que você se sinta segura para isso, claro.
- Registre um boletim de ocorrência, presencialmente ou pela delegacia virtual. Descreva tudo: horário, local, sintomas, aparência do motorista e placa do carro.
- Notifique o aplicativo via canal oficial, de preferência por escrito (e-mail ou pelo chat do app), e exija um protocolo de atendimento.
- Anote a placa, o modelo do carro e o nome do motorista, mesmo que aparentemente inofensivo. Fotos ou prints são úteis em caso de denúncia posterior.
- Considere utilizar preferências de motorista mulher, recurso já disponível em algumas regiões, se estiver acessível no seu app.
- Evite entrar no carro sem verificar placa, modelo e foto do motorista no aplicativo. Caso não coincida, cancele a corrida.
- Use máscara PFF2 ou similar em corridas longas ou noturnas, o que pode funcionar como barreira física mínima a substâncias voláteis.
Lembrando que esse acúmulo de relatos e o medo coletivo evidenciam a necessidade urgente de revisão nos protocolos de segurança. O “golpe do perfume”, comprovado ou não em termos químicos, existe como sintoma de um sistema que ainda falha em proteger mulheres em ambientes cotidianos.
Mas, para saber mais informações envolvendo todos os tipos de serviços, entre outras empresas, clique aqui*.
NOTÍCIAS DE PARCEIROS
Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.