Possessão? O que diz a ciência sobre seu corpo saltar enquanto você dorme

Alguns movimentos involuntários ocorrem de forma rotineira ao adormecer; Entenda o que a ciência diz e se representam perigo.

14/07/2025 7h45

4 min de leitura

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Entenda o que está por trás dos tremores noturnos (Foto Reprodução/Montagem/Lennita/Tv Foco/Canva/Lennita/GMN)

Alguns movimentos involuntários ocorrem de forma rotineira ao adormecer; Entenda o que a ciência diz, se representam perigo e como lidar com o fenômeno

Muita gente já se pegou no limiar do sono e, de repente, sentiu o corpo saltar involuntariamente, como se estivesse caindo de um penhasco invisível.

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A sensação é tão intensa que, por vezes, assusta até quem está ao lado…

Não faltam teorias populares para explicar o fenômeno, das mais lúdicas às sobrenaturais — incluindo a ideia de uma possessão espiritual ou influência de um “espírito obsessor”.

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No entanto, embora existam, de fato, mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia, a ciência trata esse fenômeno de forma bastante objetiva.

O nome técnico é mioclonia do sono, e as explicações, longe do misticismo, estão enraizadas na neurociência.

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O que a ciência diz

De acordo com o MSD Manuals, a mioclonia do sono é um tipo de espasmo muscular involuntário que ocorre nos primeiros estágios do adormecer.

Embora ainda haja lacunas na compreensão total do fenômeno, cientistas já avançaram em hipóteses plausíveis.

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Um estudo conduzido pela Universidade do Colorado (EUA) sugere que os espasmos podem ter origem em um mecanismo primitivo de sobrevivência:

  • Quando nossos ancestrais dormiam em árvores, o relaxamento muscular profundo poderia ser interpretado pelo cérebro como um risco de queda.

O espasmo seria, portanto, um “sinal de alarme” para manter o corpo seguro.

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  • Outra linha de estudo aponta para um conflito entre dois sistemas cerebrais: o que regula a vigília e o que induz o sono.

No momento de transição entre os dois estados, ocorre uma breve sobreposição de comandos.

Resultado: o corpo, momentaneamente confuso, reage com um movimento brusco.

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Esse tipo de mioclonia é classificado como fisiológica, ou seja, uma resposta natural do organismo que, na maioria das vezes, não indica nenhum distúrbio neurológico.

Ainda assim, há outros tipos de mioclonia que podem ter:

  • Causas clínicas, como as associadas à epilepsia;
  • Doenças autoimunes;
  • Traumas.

Os espasmos são perigosos?

Na imensa maioria dos casos, não. Os espasmos noturnos não representam risco direto à saúde física, mas podem afetar a qualidade do sono.

Acordar com sobressaltos, sensação de queda ou até alucinações visuais e auditivas — o que também pode ocorrer — compromete o descanso e alimenta quadros de ansiedade e insônia.

Quando esses episódios se tornam frequentes e intensos, o ideal é procurar avaliação médica especializada.

Crianças e bebês também costumam apresentar mioclonia do sono.

Isso ocorre porque o sistema neurológico responsável por inibir os movimentos durante o sono ainda está em desenvolvimento.

Nesses casos, os espasmos fazem parte do amadurecimento natural do cérebro e, salvo intercorrências, não exigem intervenção clínica.

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Como lidar com os espasmos noturnos?

Embora os espasmos não sejam, em si, um problema médico grave, é possível minimizar ou eliminar sua ocorrência com ajustes simples na rotina:

  • Estabeleça um horário regular para dormir e acordar.
  • Reduza a ingestão de cafeína e outros estimulantes, especialmente à noite.
  • Evite atividades físicas intensas nas horas que antecedem o sono.
  • Crie um ambiente propício para dormir (escuro, silencioso e confortável).
  • Adote técnicas de relaxamento, como meditação ou respiração profunda.
  • Trate condições associadas, como ansiedade ou distúrbios do sono.

Em casos mais persistentes, exames como a polissonografiaque monitora a atividade cerebral durante o sono — podem oferecer diagnósticos precisos e guiar o tratamento.

Conclusão:

Em suma, a mioclonia do sono pode até parecer um fenômeno estranho ou até sobrenatural à primeira vista, mas a ciência já desvendou boa parte de seu funcionamento.

Trata-se, na maioria das vezes, de uma resposta fisiológica do corpo, sem gravidade, mas que merece atenção quando começa a comprometer o descanso ou indicar outras condições neurológicas.

Entre mitos e hipóteses místicas, o que prevalece e importa é que o cérebro humano ainda guarda muitos enigmas — e esse é apenas um dos que conseguimos explicar.

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Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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