Confesso não gostar de assistir novelas, assim como confesso que me rendi aos encantos de “Cheias de Charme”, novela das 19:00h da Rede Globo. Acabando com estereótipos de mocinhas que sofrem por todo o tempo, vilões que somente matam e realizam dramas excessivos, a novela de autores estreantes nesse ramo surpreendeu todas as expectativas.
Em apenas 05 meses, relatou de maneira sutil e intercalada uma crítica de o quanto a realidade brasileira sofre modificações, e ainda assim, fez questão de ressaltar o poder da Classe C, tão visível aos nossos olhos, colocando como exemplo três simples empregadas domésticas que por engano e amizade, alcançam o estrelato. E antes que levem ao pé da letra, a simplicidade, a honestidade e o caráter das “Três Marias” foi o ponto ápice de encontro com o público.
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Todo esse modo inovador de escrever, textos simples com toque persistente de humor, revela uma preocupação das emissoras de televisão com o novo público alvo. A televisão do século XXI resolve inserir em seu universo ficcional a realidade da nação brasileira, voltando produtos não apenas para a Classe A, como também para todas as outras. A vilã que não mata se atrapalha e diverte com seu jeito nordestino, o desejo ao canto, os ideais de que sonhos podem ser alcançados e além de tudo isso muito romance transformou aquela que seria só mais uma novela de 2012 em um show de variedades e um exemplo de nova era da TV.
Prova de todo esse sucesso são os índices divulgados pelo IBOPE. Os números mostram que com a chegada de “Cheias de Charme”, o horário foi novamente conquistado e o público passou diariamente a assumir um compromisso de acompanhar a trama, que facilmente alcançou por diversas vezes os 33 pontos medidos na grande São Paulo, considerados ótimos para o horário. Agora, para os fãs, sobra a saudade de Chayene, Marias e Cia. limitada. Para os críticos, sobra analisar o incrível trabalho de atores, diretores e equipe técnica. E para nós brasileiros como um todo?
Fica o pensamento que assim como aprendemos a assistir novelas, futebol e filmes com tanta maestria, temos que aprender a criar senso crítico e desse modo, principalmente em época de eleições a exemplo da contemporaneidade, decidir o futuro do nosso país com inteligência e seriedade.
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Post enviado por: Ian Gusmão
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