William Bonner no “JN”, que chegou a dedicar edições na íntegra à manifestações contra o governo
(Foto: Reprodução/Globo)

Presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão escreveu nesta semana um texto intitulado ‘Contra o golpe, petista não foge à luta’, onde diz que o governo deveria adotar providências contra emissoras de rádio e TV que, de acordo com ele, divulgam e organizam um “golpe”.

“Também o nosso governo precisa ter iniciativas no plano econômico e ações politicas para romper o cerco em torno dele. Afinal, não é possível que emissoras de rádio e TV, concessões de serviço público, continuem, à margem da lei, propagando e organizando o golpe”, escreveu o presidente do PT, em texto publicado no site do partido.

Antes deste trecho, Falcão ainda diz que a mídia inflou o número de manifestantes nos protestos contra o governo, no dia 13. “Pior, a multidão foi insuflada pela mídia monopolizada, que instiga a intolerância, o ódio e a violência – -como registrou a ampla cobertura, em contraste com o ato da sexta-feira, quando o discurso do Lula foi boicotado nas transmissões de TVs”.

Presidente nacional do PT, Rui Falcão
(Foto: Michel Filho)

As declarações de Rui Falcão vêm dias depois de militantes do Partido dos Trabalhadores gritarem palavras de ordem contra a Globo durante a cerimônia em que Lula tomou posse do cargo de Ministro da Casa Civil. “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”, gritaram os manifestantes na ocasião.

No mesmo dia, a Globo se defendeu – mais uma vez – no “Jornal Nacional”. “Na posse do ministro Lula houve palavras de ordem contra a Rede Globo. Entende-se o estado de espírito dos militantes e políticos ligados ao PT, principalmente depois da revelação oficial dos grampos autorizados pela Justiça. Mas nós repetimos mais uma vez: a imprensa não produz grampos, nem conduz investigações da polícia e da Justiça. A imprensa cumpre o dever de informar sobre elas sem restrições, como assegura a Constituição. E continuará assim”, disse William Bonner (assista no vídeo a seguir a partir do minuto 1:48). No dia 13, o “JN” já havia exibido um editorial respondendo ao PT sobre o fato de que a emissora não tinha os procurado para comentar sobre acusações (confira aqui)

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