Protagonista de novela das 21h se assume lésbica e fala de momentos tensos: “Me descobri sapatão”

Protagonista de Pantanal se assumiu lésbica e contou sobre momentos tensos até a descoberta de sua sexualidade

Bruna Linzmeyer, atriz da Globo, abriu o jogo sobre o processo da descoberta de sua sexualidade. Para quem não sabe, a artista até pouco tempo atrás era uma das protagonistas do remake da novela ‘Pantanal’, exibida pela Globo, no horário das 21h.

O desabafo da atriz, foi feito durante uma entrevista ao jornal ‘O Globo’, onde Bruna Linzmeyer revelou que passou momentos bem tensos em sua vida, afinal, sofreu lesbofobia nos quatro anos em que fez atendimento em um consultório de psicanálise.

Para quem não sabe, lesbofobia é uma forma de preconceito e de negatividade em relação às lésbicas como indivíduos, casais e até como grupo social.

“Quando eu vi, eu não dançava mais, não bebia, não amava. Parei até de escrever. Ela [terapeuta] me fez duvidar de mim, da minha escolha, do meu desejo”, disse ela, ressaltando que ouvia frases como: “Você não precisa de um caminhão, mas de um caminhoneiro”, “Isso é uma fase”, e outras.

Bruna Linzmeyer (Foto: Divulgação)

MAIS SOBRE O ASSUNTO

Além disso, a protagonista da novela ‘Pantanal’, também relembrou um pouco de seu processo de descoberta.

“Tudo era um pouco não falado enquanto eu crescia. Sapatão, então, nem existia. Não se falava essa palavra. Tive uma educação da roça. Meus pais, amorosos, construíram minha autonomia e liberdade, apesar de eu ter crescido numa cidade conservadora”, começou ela.

E continuou: “Quando me descobri sapatão, encontrei com esse mundo dentro e fora de mim, foi uma farra, uma alegria. Fez sentido para mim. Não tive dor. Ao contrário, pensei: ‘Ah tá, então, esse é o mundo, vivi para chegar aqui, simbora!’”.

Bruna Linzmeyer em Pantanal (Foto: Divulgação)

BRUNA LINZMEYER FALOU SOBRE PRIMEIRA RELAÇÃO

Ainda durante a entrevista ao jornal ‘O Globo’, a atriz falou sobre o momento em que namorou pela primeira vez uma mulher.

“A primeira vez que namorei uma mulher foi em 2015. Mas já vinha me relacionando com mulheres antes disso. Uma vez que fui vivendo isso de 2015 para cá de uma forma mais consciente, pude também recuperar memórias de um passado que não sabia que existia”, começou ela.

E continuou: “Amei outras mulheres que considerava amigas na adolescência. A gente não via como amor romântico. Era algo que acontecia e ninguém falava sobre. Porque existe essa invisibilização. Não é nem dado como uma possibilidade para a gente. Para mim, não foi. Tipo: ‘Olha, você também pode amar meninas’. Mas eu vivia isso“.