Banco centenário perde fôlego após 161 anos de história e acaba vendido à concorrente após intervenção do Banco Central
Após longos 161 anos ativo sem parar, o Banco Econômico da Bahia acabou suas operações de um jeito bem complicado. Criado em Salvador lá em 13 de julho de 1834, era famoso por ser o banco privado mais velho do Brasil, até que perdeu a licença em 1995, um evento chave na limpeza bancária do Plano Real.
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Contudo, a bagunça interna já dava sinais desde os anos 1980, com contas meio estranhas e um patrimônio líquido no negativo, isso segundo o Banco Central. A coisa piorou em 11 de agosto de 1995, quando o Banco Central tomou conta de tudo, intervindo direto, pegando as rédeas das operações e fazendo uma liquidação extrajudicial, usando o PROER pra proteger os depósitos e evitar que a situação fugisse do controle.
Ao invés de agir com calma e sem exageros, os donos ficaram dizendo que a culpa era do Plano Real. O Banco Central, por outro lado, botou a culpa neles. Isso, pelas decisões arriscadas como empréstimos dentro do grupo, sem garantias e um balanço inventado com dinheiro que não existia.
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Com isso, o PROER, em um esquema especial, viabilizou a segregação entre ativos “bons” e “ruins” e permitiu mover a clientela para outro banco. Ezequiel Nasser, naquele momento liderando o Banco Excel, surgiu com a única oferta concreta. Em meados de 1996, eles assumiram os depósitos e ativos negociáveis, com respaldo do FGC e injeções governamentais, a fim de restabelecer a caixa.
O banco entrou em falência?
Essa sequência de operações fez com que o Banco Econômico se tornasse sinônimo de falência longa e litigiosa. Isso com ações judiciais cobrando indenização dos depositantes, controle judicial sobre reservas e debates sobre a responsabilidade da família Calmon. Embora os depósitos de até o limite garantido tenham sido ressarcidos, muitos credores enfrentaram prejuízos significativos.
Por fim, o Banco Econômico faliu após 161 anos de história, fundado em 1834 e liquidado judicialmente em 1996. Sua maior parte operacional foi vendida ao Banco Excel (que se tornou Excel-Econômico) e, posteriormente, incorporada ao BBVA e ao Bradesco.
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