Fábrica famosa e amada pelos brasileiros, vista como rival da Cacau Show, teve sua falência decretada após uma enorme dívida; Entenda os detalhes do colapso da marca e o destino de seus ativos
Durante mais de 80 anos, uma das fábricas mais icônicas de chocolate, vista como rival da própria Cacau Show pela sua assinatura e presença criativa, construiu uma memória sólida e afetiva dos brasileiros. Fundada em 1935, a empresa ganhou notoriedade ao investir em produtos chamativos e com forte apelo infantil, como os icônicos “cigarrinhos de chocolate”, posteriormente transformados em Chocolápis, além das tradicionais Moedinhas e do Paulistinha.
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Obviamente que estamos falando da Chocolates Pan, a qual ficou famosa por oferecer doces lúdicos a preços acessíveis, conquistando consumidores de todas as idades. Mas, embora ocupasse uma posição relevante no mercado de guloseimas, a empresa enfrentou sérias dificuldades financeiras e fiscais que, por anos, negligenciaram
O resultado foi um colapso silencioso, que se agravou com a perda de competitividade e a ausência de renovação estratégica até culminar na sua derradeira falência.
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Processos da falência
Para quem não se recorda, ainda em março de 2021, a empresa ingressou com pedido de recuperação judicial, alegando desequilíbrio financeiro.
No entanto, a Justiça concluiu que o caso não era de recuperação, mas de insolvência irreversível.
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Em fevereiro de 2023, a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo decretou a falência da Pan, reconhecendo um calote/dívida acumulada, que à época ultrapassava o valor de R$ 260 milhões.
A Justiça destacou que:
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- A empresa não recolhia tributos regularmente há mais de duas décadas;
- Sua conduta administrativa apresentava sinais claros de fraude fiscal.
A administradora judicial declarou que havia: “insuficiência de caixa e a impossibilidade de regularização do passivo, fato que compromete, irremediavelmente, seu soerguimento”. O tribunal ainda reforçou que a prática da empresa era “fraudulenta e contumaz”.
De acordo com o portal Jus Brasil, a falência resultou na:
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- Penhora de todos os ativos, incluindo a fábrica da empresa, com mais de 10 mil metros quadrados, em São Caetano do Sul (SP);
- Além do leilão da sua marca e um portfólio com 37 registros industriais.
- Demissão de mais de 50 funcionários.
Até o momento, não foram encontradas declarações de ex-diretores e proprietários da empresa, no entanto, o espaço segue em aberto.
O que aconteceu com o que sobrou da Chocolates Pan?
Após a falência, a fábrica da Pan, com 10.432 metros quadrados, foi leiloada. A Justiça havia avaliado o imóvel e os equipamentos em R$ 105 milhões.
Inclusive a sua mencionada rival, a Cacau Show, arrematou o complexo por R$ 71 milhões, valor acima do mínimo estabelecido ainda em outubro de 2023, conforme exposto pelo portal G1.
Em suma, a compra incluiu as instalações industriais e a infraestrutura fabril da antiga Pan.
Separadamente, em março de 2024, a empresa Real Solar, com sede em Goianinha (RN), adquiriu o portfólio com 37 marcas registradas da Pan por R$ 3,1 milhões.
A venda foi homologada com:
- O objetivo de garantir recursos para o pagamento de dívidas trabalhistas;
- Permitir eventual reintrodução dos produtos no mercado sob nova gestão.
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