R$4 milhões em dívidas: Qual é a fábrica de sapatos declarou falência após se afogar em crise em país?

Tradicional rede alemã de calçados com 150 anos de história, declarou falência em país após se afundar em crise; Entenda sua trajetória e o que esperar daqui para frente
Não é nenhuma novidade que as indústrias e fábricas sustentam grande parte da economia mundial. Elas movimentam cadeias produtivas, geram empregos e moldam a vida cotidiana de milhões de pessoas.
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O setor calçadista, em especial, ocupa lugar de destaque ao unir tradição, consumo de massa e forte valor cultural. Ou seja, quando uma rede centenária desmorona, a crise transcende o âmbito empresarial, uma vez que pode culminar em mudanças profundas nos hábitos de consumo e na própria dinâmica do mercado global.
Foi exatamente o que ocorreu com a centenária Görtz, rede varejista alemã fundada há exatos 150 anos, que, entre o fim de agosto e início de setembro de 2025, declarou sua falência na Áustria, após se afogar em uma crise violenta.
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Sendo assim, com base em informações do Jornal Exclusivo, portal Wiki e Shoez, trazemos mais detalhes desse capítulo turbulento na trajetória da empresa, que já vinha se debatendo em sucessivas crises financeiras.
Uma história em cem anos
Criada em Hamburgo, em meados do século XIX, a Görtz construiu sua reputação como uma das maiores redes de calçados da Alemanha.
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O nome se consolidou pela oferta variada de produtos e pela expansão para além das fronteiras alemãs, chegando à Áustria.
Por décadas, a marca simbolizou estabilidade, qualidade e tradição.
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Inclusive, no auge, a rede chegou a operar 160 lojas na Alemanha e na Áustria, empregando milhares de trabalhadores e atendendo uma clientela fiel que via na empresa mais do que uma simples varejista, via um ícone do setor.
O estopim do caos
Infelizmente, as mudanças nos hábitos de consumo e a ascensão do comércio eletrônico começaram a corroer as bases do modelo tradicional da Görtz. Concorrentes digitais, custos crescentes de operação e o impacto da pandemia de Covid-19 agravaram a situação.
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Ainda no ano de 2022, a empresa entrou no primeiro processo de insolvência, já indicando fragilidade estrutural. Apesar de esforços de reestruturação, a crise não cessou.
O buraco ficando mais embaixo
Em janeiro de 2023, a Görtz enfrentou novo processo de insolvência. Nesse momento, o número de lojas já havia despencado de 160 para cerca de 30 pontos de venda.
Ainda em 2023, a companhia foi adquirida pela austríaca CK Technologies, em uma tentativa de estabilizar as operações e garantir liquidez.
Embora a recuperação judicial tenha sido concluída em julho de 2023, a realidade financeira permanecia delicada.
Em janeiro de 2025, a rede alemã voltou a pedir proteção contra credores. A crise atravessou fronteiras e atingiu diretamente sua operação austríaca.
A falência na Áustria
Em setembro de 2025, após sucessivos insucessos de recuperação, a Görtz declarou falência na Áustria.
A decisão afetou 108 credores, que somam cerca de 2,3 milhões de euros em créditos.
A falência atingiu diretamente sete lojas austríacas e quase 60 funcionários que agora enfrentam incertezas quanto ao futuro.
Fora o passivo da empresa, o qual gira em torno de 700 mil euros (R$ 4,2 milhões).
O plano de reestruturação e a defesa da empresa:
No entanto, mesmo com a falência declarada, a Görtz apresentou um plano de reestruturação. A proposta prevê o pagamento de 20% dos valores devidos aos credores ao longo de dois anos, a partir da homologação judicial.
Embora a empresa não tenha feito declarações públicas longas sobre a falência em si, o plano reflete sua defesa implícita:
- Uma tentativa de mostrar que, apesar da insolvência, ainda há espaço para manter parte das operações e evitar a completa liquidação.
Existe expectativa para a Görtz?
As perspectivas para a Görtz são incertas. A marca já perdeu espaço e prestígio, mas ainda carrega o peso histórico de 150 anos no mercado.
O plano de reestruturação pode garantir sobrevida a parte de suas operações, mas analistas avaliam que a empresa terá de se reinventar para sobreviver em um setor cada vez mais dominado por plataformas digitais e grandes conglomerados globais.
O caso da Görtz mostra como até mesmo companhias tradicionais, com mais de um século de atuação, não estão imunes às transformações econômicas.
Ou seja, essa falência representa não apenas o colapso de uma rede de calçados, mas também um símbolo do fim de uma era para o varejo físico tradicional, o qual não se reinventa.
Mas, para saber mais informações sobre outras falências e quebras no mercado, clique aqui*
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Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.