Falência de loja amada de roupas chegou após dívidas milionárias e rejeição do plano de recuperação judicial
E uma das lojas de roupas mais populares do comércio eletrônico brasileiro, a Yeesco, conhecida por sua atuação majoritária online, enfrenta um grande colapso financeiro e afunda em meio a calotes milionários e falência.
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A marca conquistou consumidores em todo o país, mas não resistiu após o Judiciário rejeitar seu Plano de Recuperação Judicial, iniciado em outubro de 2024
No último 13 de outubro de 2025, a decisão da Justiça foi anunciada, fazendo com que ela entrasse em seus últimos dias, conforme exposto pelo site do Procon-SC.
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Fundação e crescimento
De acordo com o portal Central Varejo, a Yeesco surgiu como uma iniciativa digital focada na venda de roupas e acessórios para o público jovem e adulto.
Desde seu lançamento, conquistou relevância nacional graças à conveniência do comércio eletrônico e à capacidade de atingir consumidores em diferentes regiões do Brasil.
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Com o crescimento acelerado do setor digital, a empresa expandiu sua oferta de produtos e investimentos em marketing, consolidando-se como referência no e-commerce têxtil.
No auge de suas operações, a Yeesco recebia milhares de pedidos diários e mantinha uma base ampla de clientes fidelizados.
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O estopim da crise
No entanto, apesar de toda a fama construída, seus problemas financeiros começaram a se intensificar em 2023:
- A Yeesco passou a liderar os rankings de reclamações do Procon SC;
- Passou a acumular 715 registros formais em dois anos.
A maioria das queixas estava relacionada à não entrega de mercadorias.
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Inclusive, o site Reclame Aqui registrou mais de 62 mil denúncias contra a empresa e, em abril de 2024, o Procon chegou a proibir temporariamente suas vendas online.
Para tentar contornar a situação, a empresa assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público em junho de 2024.
Mas as dificuldades de cumprir os compromissos comerciais continuaram, refletindo problemas estruturais no gerenciamento e no fluxo de caixa da companhia.
De acordo com a NSC Total, estima-se que a dívida da varejista chegue a R$ 73 milhões.
Em outubro de 2024, a Yeesco entrou com pedido de Recuperação Judicial (PRJ), buscando reorganizar suas finanças e apresentar um plano de pagamento aos credores.
Rejeição do plano e falência
- O plano de recuperação modificado foi submetido à Assembleia Geral de Credores (AGC) em agosto de 2025;
- Mas foi rejeitado principalmente pela Classe III, composta por credores quirografários;
- Os quais desaprovaram a proposta com 87,88% dos créditos presentes.
Considerando todos os grupos, o plano recebeu 80,83% de votos contrários, o que obrigou a decretação da falência conforme a legislação vigente.
A empresa tentou alegar que o voto de um credor dominante teria sido abusivo, mas o juiz rejeitou a alegação.
Assim, a decisão judicial destacou que o credor votou de acordo com seus interesses e o deságio de 45% proposto, aliado ao prazo de 10 anos para pagamento, justificou a rejeição.
Mesmo com a possibilidade do chamado “cram down”, que autoriza o juiz a aprovar o plano de recuperação sem o aval de todas as classes de credores, o juízo rejeitou a medida por considerá-la inviável.
Os critérios legais mínimos de aprovação não foram alcançados:
- A proposta obteve apenas 19,17% de aprovação por valor e 12,12% na classe rejeitante;
- O que ficou bem abaixo dos limites legais exigidos.
Veja o vídeo abaixo:
O que será da Yeesco agora?
Com a rejeição do plano e esgotadas todas as alternativas legais, a Justiça determinou a falência da Yeesco em 13 de outubro de 2025, conforme mencionamos no início desse texto.
Com isso, a empresa encerrou as atividades e iniciou a arrecadação e venda dos ativos para pagar os credores conforme a ordem legal.
O Procon de Brusque reforçou que a falência foi uma medida necessária para impedir que a empresa continuasse a lesar consumidores e determinou a retirada do site do ar.
O órgão também destacou que espera que a empresa apresente um plano de ressarcimento aos milhares de clientes prejudicados.
Vale destacar que ao procurar a empresa nas redes sociais, a última publicação foi feita no dia 12 de outubro, porém os comentários foram desativados.
Além disso, até o momento, não há registros de declarações oficiais por parte dos responsáveis da Yeesco sobre a falência ou os desdobramentos do processo.
No entanto, o espaço para esclarecimentos permanece aberto. Mas, para saber mais casos de falência como essas, clique aqui*.