Relembre a falência da Arapuã, uma das maiores varejistas do país
A Arapuã, uma das maiores varejistas do país e que contou com 265 lojas em seu auge, teve sua falência decreta após 45 anos de operação em 2002. Nesta quinta-feira, 27, relembraremos o fim da empresa.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Primeiramente, a história da Arapuã começou em 1952, quando o empresário Jorge Wilson Simeira Jacob herdou do pai uma pequena loja de tecidos em Lins, no interior de São Paulo.
Percebendo a oportunidade além do setor têxtil, Jorge Wilson passou a vender liquidificadores Walita, movimento que deu inicia a diversificação do negócio.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
De acordo com informações do portal Exame, ainda naquele ano, o empresário abriu a segunda loja na mesma cidade, iniciando oficialmente a expansão da futura rede varejista.
Sucesso da rede Arapuã
Em seguida, durante as décadas de 1970 e 1980, a Arapuã se consolidou com uma das principais varejistas, especialmente por adquirir o sistema de crediário, que facilitava o parcelamento de eletrodomésticos e estimulava o consumo popular.
LEIA TAMBÉM!
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Nessa época, por volta de 1971, a empresa acelerou sua expansão e contava com cerca de 100 unidades e diversificou seus investimentos.
Na época, a Arapuã comprou empresas como a construtora Lótus e a indústria de alimentos Duchen, ampliando sua atuação para além do varejo.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
No entanto, o ponta mais alto da empresa ocorreu entre o fim dos anos 1980 e início dos anos 1990.
Nesse período, a Arapuã contava com 265 unidades, preços competitivos e forte reputação entre os consumidores.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Durante esse período, Jacob visitou os Estados Unidos e decidiu reposicionar a marca no mercado brasileiro.
A Arapuã vendia desde eletrodomésticos até tapetes e cristais, mas o empresário quis concentrar a operação apenas em eletroeletrônicos.
Porém, a decisão levou ao fechamento de 120 lojas e à redução do catálogo de produtos de 7.500 para 700 itens. O movimento coincidiu com a abertura de capital da empresa.
Mesmo com os cortes, 1996 marcou um dos melhores momentos financeiras da varejista. Na época, a empresa teve R$ 2,2 bilhões e lucro líquido de R$ 119 milhões, de acordo com o portal Exame.
Crise da varejista
Porém, apesar dos resultados, a Arapuã dependia fortemente do crédito ao consumidor e a estratégia era considerada arriscada.
Além disso, para piorar o setor, a crise financeira asiática de 1997 desencadeou altos juros no Brasil e a redução de investimentos estrangeiros.
O cenário aumentou os custos da Arapuã, reduziu sua margem de lucro e agravou seu endividamento, que ultrapassou R$ 1 bilhão.
Desse modo, a empresa entrou em recuperação judicial para tentar reorganizar as operações e ampliar seus produtos, mas não conseguiu retomar o equilíbrio financeiro.
Falência
Por fim, em 2002, a Justiça de São Paulo decretou, em primeira instância, a falência da Arapurã devido ao descumprimento do acordo de reestruturação.
No entanto, a empresa chegou a reverter a decisão no Tribunal de Justiça. Em 2009, STJ analisou o recurso de duas credoras que pediam novamente a falência e aceitou o pedido.
Nesse período, a empresa conseguiu pagar partes das dívidas, porém, mesmo assim, a falência continuou valendo.
