Justiça de Mato Grosso decretou a falência de rede de supermercado que dominou o varejo mas acumulou dívidas de R$ 184 milhões
Ainda no ano de 2014, o varejo mato-grossense assistiu ao colapso de um de seus nomes mais emblemáticos: O Grupo Modelo. Vale destacar que a rede de supermercados era tão popular quanto um Assaí, pois oferecia uma variedade em produtos e ainda tinha como modelo de negócios o atacarejo, o que a possibilitou dominar o mercado local por décadas.
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Mas, infelizmente, essa grande rede chegou ao fim de uma trajetória de mais de 30 anos após uma decisão judicial decretar sua falência.
De acordo com o portal Olhar Jurídico, na época o processo apontava um passivo que ultrapassava R$ 315 milhões, resultado de:
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- Anos de desequilíbrio financeiro;
- Má gestão;
- Dificuldades para honrar compromissos com funcionários e fornecedores.
Porém, o valor conseguiu se reduzir posteriormente a R$184 milhões, mas ainda assim representava um valor significativo.
Além disso, o magistrado classificou a situação da companhia como “caótica” e determinou que os efeitos legais da falência retrocedessem para 20 de outubro de 2010, data do primeiro protesto por falta de pagamento.
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Sendo assim, a partir de informações do portal Olhar Jurídico e Gazeta Digital, trazemos alguns detalhes dessa quebra e o tanto que ela impactou o cotidiano dos mato-grossenses.
MAS ATENÇÃO! Antes de prosseguir é bom destacar que outras empresas, atualmente conhecidas pelo nome “Modelo”, não têm qualquer relação com o grupo que teve a falência decretada em 2014.
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Do auge à derrocada
Durante os anos 2000, o Grupo Modelo figurou entre as maiores redes supermercadistas de Mato Grosso.
A estratégia de combinar atacado e varejo consolidou sua presença nas principais cidades do estado, especialmente em Cuiabá, com lojas amplas, variedade de produtos e preços agressivos.
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No auge da operação, a empresa mantinha 14 unidades, entre hipermercados e supermercados, além da ABS Logística, base própria de distribuição instalada no Distrito Industrial de Cuiabá.
Algumas filiais também abrigavam farmácias e restaurantes, caso do HiperModelo no Pantanal Shopping e da loja da Avenida Miguel Sutil.
A estrutura robusta e a diversificação, porém, não foram suficientes para conter o avanço das dívidas e a perda de competitividade frente a concorrentes regionais e nacionais.
O início do colapso
A crise se agravou em janeiro de 2013, quando o grupo começou a fechar as primeiras lojas.
O processo se estendeu por mais de um ano, culminando no encerramento definitivo das atividades em 29 de agosto de 2014, data em que o grupo ingressou com pedido de autofalência.
Conforme mencionamos acima, na ocasião, o valor consolidado da dívida havia sido reduzido para R$ 184 milhões, ainda assim inviável diante da ausência de capital de giro e da falta de liquidez dos ativos.
Com o fechamento, centenas de empregos foram extintos e diversos contratos comerciais encerrados abruptamente, ampliando os reflexos econômicos sobre o comércio local.
Tentativas de recuperação e desfecho judicial
Mesmo após a decretação da falência, os processos envolvendo o Grupo Modelo se estenderam por anos.
O Banco Safra chegou a defender, até 2013, a tentativa de recuperação judicial, mas a deterioração financeira tornou a continuidade inviável.
A Justiça determinou a penhora e liquidação dos bens, e o caso seguiu sob acompanhamento da Vara de Falências de Cuiabá.
Em 2024, mais de uma década após o fechamento das lojas, a juíza Anglizey Solivan de Oliveira autorizou uma nova etapa de penhoras, incluindo:
- Cinco caminhões Mercedes-Benz;
- Um Volkswagen Fox 2006;
- Ambos avaliados em cerca de R$ 2 milhões,
Eles foram destinados a abater parte dos débitos remanescentes com credores como o Banco Master.
Vale destacar que não foram encontradas manifestações da empresa sobre o colapso. No entanto, o espaço segue em aberto caso queira expor sua versão dos fatos ou incluir mais detalhes da situação.
Qual foi o legado deixado pelo Grupo Modelo?
O Grupo Modelo deixou um legado de presença marcante no varejo de Mato Grosso. Seu modelo de negócios baseado em volume, variedade e preços competitivos redefiniu o consumo na região por anos.
No entanto, o excesso de endividamento, somado à falta de fôlego financeiro para competir em um mercado cada vez mais concentrado, levou a rede ao colapso.
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