Record e seu “pecado mortal”

“afinal um autor escreve para o povo e não para si”

Com altos investimentos e fama de novela mais cara da Record, em outubro estreou “Pecado Mortal”, primeira novela de Carlos Lombardi na emissora. Após mais de dois meses de exibição já é possível fazermos uma avaliação detalhada.

A novela realmente é muito boa, cenários impecáveis, câmeras de alta qualidade, história envolvente e de certa forma original. Se baseia no jogo do bicho em Rio de Janeiro e a grande disputa provocada por este mundo. Com romance e um pouco de humor a novela teria tudo para elevar os índices da Record, mas não conseguiu.

Existem dois fatores responsáveis pela perda de audiência: o primeiro é o texto, muito corrido e sem didática, exige um breve conhecimento sobre o jogo ilegal, dificultando a compreensão. Se o telespectador perde um capítulo ou se distrai, a trama se torna incompreensível. O texto devia ser mais próximo de quem o assiste, afinal um autor escreve para o povo e não para si. Dessa forma muita gente perde o fio da meada e também a vontade de acompanhar a novela.

Outro fator que a Record não está sabendo aproveitar é o horário que é muito tarde e sempre fica à mercê do final de “Amor a Vida”. Mesmo tendo conquistado boa audiência neste horário no passado, o melhor seria por volta das 8 da noite. Além de ser mais cedo, a novela aproveitaria a fraca concorrência de “Além do Horizonte” e da fragilidade de “Chiquititas” que não tem mostrado mais fôlego, além de receber em alta do “Cidade Alerta”. O público que acompanha o jornalistico não está tão distante do que poderá acompanhar a trama, a qual tem várias cenas de ação.

No horário das dez, a linha de shows voltaria com mais chances de ter boa audiência. Exemplo disso foi a edição de a “Fazenda 5”, que neste horário obteve bons índices, já a 6° temporada, exibida às 11 da noite, amargou baixa audiência.

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Vendo essa cisma da emissora em manter novelas nesse horário, faz lembrar uma frase que já ouvi a bastante tempo, porém não sei de quem é a autoria: “Não espere novos resultados se faz sempre as mesmas coisas”.

Texto enviado pelo leitor: Mauricio Freitas