Rede de padarias de Salvador enfrenta rombo de R$78 milhões e faz um último apelo para tentar escapar de uma falência iminente

A recuperação judicial do Almacen Pepe permite ver a extensão de um problema que cresceu em silêncio e agora exige soluções urgentes. A empresa declarou pouco mais de R$ 78 milhões em dívidas e tenta reorganizar tudo sem interromper as atividades.

Contudo, as lojas seguem abertas e mantêm o atendimento habitual, algo que a direção considera essencial neste momento crítico. Porém, a marca acredita que consegue atravessar a crise sem perder a identidade construída ao longo de muitos anos.

Além disso, os documentos do processo mostram que mais de 1.900 credores aguardam negociação. Esse número impressiona e revela o tamanho do esforço necessário para reequilibrar as contas. O valor total inclui empréstimos bancários, débitos com fornecedores e obrigações internas do próprio grupo.

No entanto, a situação envolve camadas complexas e, portanto, exige um plano sólido para que o negócio continue funcionando. A direção reforça que busca transparência em todas as etapas.

A maior fatia do endividamento está nos bancos. A dívida bancária corresponde a aproximadamente 67 por cento do total. O Bradesco aparece com cerca de R$ 20,6 milhões e o Itaú com aproximadamente R$ 18,4 milhões.

Além disso, o Banco do Nordeste também compõe a lista com pouco mais de R$ 4,8 milhões. Esses valores mostram que a pressão financeira não surgiu da noite para o dia e, assim, exige medidas profundas de reestruturação.

A rede de padarias pode ir à falência?

O grupo também acumula cerca de R$ 10,9 milhões em dívidas internas. Esses valores incluem operações entre empresas vinculadas ao próprio Almacen Pepe. Além disso, fornecedores cobram cerca de R$ 14,5 milhões. Entre eles estão importadoras e vinícolas como a Casa Valduga. Essa composição revela uma dependência de produtos sofisticados e importados que, inevitavelmente, elevam os custos.

Contudo, apesar da gravidade do momento, a empresa afirma que mantém o compromisso com os empregos. A direção assegura que não fará cortes e que continuará pagando salários e benefícios no prazo. Esse posicionamento tenta preservar a confiança interna em meio ao turbilhão que domina a situação financeira. Programas de fidelidade e garantias comerciais seguem ativos e reforçam a tentativa de não afetar o público fiel.

A recuperação judicial ajuda a centralizar negociações e evitar disputas isoladas. A empresa destaca que essa fase cria espaço para acordos equilibrados e fiscalizados pela Justiça. Essa supervisão tende a reduzir conflitos e, assim, favorece soluções mais estáveis. Esse processo costuma ser lento e, consequentemente, exige paciência dos credores.

Por fim, o sócio-administrador André Luís Faro Carballo afirma que pretende reconstruir a relação com fornecedores e clientes. Ele diz que a empresa mantém o compromisso com a qualidade e com a própria história.

Contudo, embora o caminho pareça longo, o Almacen Pepe tenta transformar a crise em um ponto de virada. A direção aposta na recuperação como a única forma de preservar o legado que ainda atrai tantos consumidores.

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