Rede de supermercados fecha 343 unidades no Brasil e pega clientes de surpresa

Rede gigantesca de supermercados no Brasil passa por crise, fecha unidades em massa e surpreende consumidores com viradas
Uma rede gigante de supermercados, considerada uma das mais relevantes do varejo alimentar popular no Brasil, enfrentou entre 2024 e 2025 uma das fases mais desafiadoras desde que desembarcou no país em 2001.
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Trata-se do Dia Brasil, que ao executar o fechamento de 343 lojas, surpreendeu milhares de clientes e fornecedores no Brasil inteiro.
No entanto, esse movimento fez parte da sua reestruturação estratégica e a empresa tenta agora reconstruir sua imagem e recuperar espaço num setor cada vez mais competitivo.
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Sendo assim, com base em informações do Valor Econômico, Folha de S.Paulo e o site oficial da empresa, a equipe especializada em economia do TV Foco traz abaixo mais detalhes sobre esse adeus.

Março de 2024: Crise financeira e encerramento de centenas de unidades
Em 21 de março de 2024, o Dia Brasil entrou com pedido de recuperação judicial, informando dívidas de aproximadamente R$ 1,1 bilhão.
A decisão veio na esteira de resultados financeiros negativos acumulados ao longo de anos. Como parte do plano de contenção de perdas, a rede:
- Fechou 343 lojas;
- Encerrou três centros de distribuição;
- Decidiu manter sua operação concentrada no estado de São Paulo, onde preservou 244 unidades.
A empresa ainda justificou a medida como um passo necessário para concentrar seus recursos em mercados com maior retorno, sobretudo diante da pressão da:
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- Inflação de alimentos;
- Guerra de preços no varejo alimentar;
- Crescente concorrência com atacarejos, como Atacadão e Assaí.
Assim, a direção avaliou que a concentração geográfica facilitaria a gestão logística e reduziria custos operacionais.

Maio de 2024: Venda da operação brasileira por valor simbólico
Dois meses após o pedido de recuperação, o grupo espanhol vendeu sua operação no Brasil à gestora MAM Asset Management, ligada ao Banco Master, pelo valor simbólico de 100 euros.
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Apesar do valor irrisório, o negócio incluiu um aporte de 39 milhões de euros, feito pelo próprio grupo Dia antes da conclusão do processo.
A venda foi parte de uma estratégia mais ampla da matriz para se desfazer de ativos considerados pouco rentáveis e concentrar suas energias em mercados-chave, como Espanha e Argentina.
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O impacto da operação foi absorvido pela controladora na Europa, que reconheceu o fracasso na tentativa de expandir sua atuação na América Latina além do eixo argentino.
Reforma e reestruturação em São Paulo:
Com nova gestão, o Dia Brasil adotou um plano de reestruturação focado nas lojas remanescentes no estado de São Paulo.
Foram investidos cerca de R$ 20 milhões em reformas estruturais e logísticas.
As melhorias incluíram:
- Novas fachadas;
- Iluminação mais eficiente;
- Reorganização das gôndolas;
- Além de novos carrinhos e cestinhas para compras.
Além disso, a rede centralizou suas operações logísticas no centro de distribuição de Osasco, desativando outras bases para otimizar abastecimento e garantir frescor diário nos produtos.

O modelo passou a valorizar o conceito de proximidade, que sempre esteve no DNA da marca.
De acordo com o CEO Fábio Farina, a decisão de manter apenas as lojas com bom desempenho foi estratégica:
“Montamos um Dia menor, porém mais eficiente. Com abastecimento diário e foco no frescor, fortalecemos nosso diferencial”
A aposta na marca própria “Melhor A Cada Dia” também se intensificou:
- Com mais de mil itens, a linha inclui produtos importados como azeites portugueses, geleias argentinas e massas italianas.
- Todos passam por testes laboratoriais;
- O foco está em oferecer qualidade a preços mais acessíveis, prática que a gestão considera crucial para se manter competitiva em meio aos atacarejos.
“Atacadinho de bairro”
Ainda em 2024, já sob nova direção, o Dia também lançou o modelo “atacadinho de bairro” — um novo formato de loja menor, com perfil híbrido entre supermercado de proximidade e atacarejo leve.
A proposta é atender regiões densamente povoadas, oferecendo preços agressivos em itens essenciais, mas mantendo a conveniência típica do varejo de bairro.
A empresa testou o modelo em unidades reformadas da capital paulista e prevê expansão conforme o desempenho.
Como está o Dia Brasil em 2025?
No fim de 2024, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorizou a compra do Dia Brasil pelo fundo Arila, controlado pelo empresário Nelson Tanure.
A operação transferiu o controle acionário da rede, até então sob gestão da MAM Asset, para um investidor já conhecido por atuar em processos de recuperação de empresas.
A expectativa é que o plano de recuperação judicial seja concluído ainda neste ano de 2025, após homologação judicial e aprovação da assembleia de credores.
Até lá, a empresa mantém o foco na operação enxuta, nas lojas reformadas e na expansão do novo modelo de loja compacta e agressiva em preço.
Conclusão:
Em suma, o Dia Brasil passou por uma das reestruturações mais profundas do varejo nacional. Enfrentou dívidas bilionárias, fechou centenas de lojas e vendeu sua operação brasileira.
Sob nova gestão, investiu na modernização de unidades e lançou um modelo de loja mais competitivo.
Agora, em 2025, tenta se consolidar como um varejista ágil, centrado em São Paulo, e aposta na combinação entre proximidade, qualidade e preço para recuperar sua relevância no setor.
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NOTÍCIAS DE PARCEIROS
Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.