Interdição da Vigilância Sanitária, 1M de remédios falsos e falência: 3 viradas e fim de farmácia nº1 de SP

Tv Foco mostra hoje atrizes brasileiras dos anos 1990 já chegaram aos 50 anos, mas continuam arrancando suspiros por onde passam.
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Farmácia tradicional de São Paulo sofreu 3 viradas impactantes, incluindo falência e intervenções da Vigilância Sanitária (Foto Reprodução/Montagem/Tv Foco/Lennita/Canva)

Remédios falsos, escândalo e interdição pela Vigilância Sanitária levaram uma das farmácias mais tradicionais de SP à falência em três viradas impactantes

Quando falamos em farmácias, logo nos vem à cabeça um local de primeira necessidade, o qual desempenha um papel multifacetado na sociedade.

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Isso porque as mesmas oferecem tanto auxílio à saúde, como também abrangem cuidados pessoais, aconselhamento e suporte valiosos para as pessoas, o que contribui para a qualidade de vida de todos.

No entanto, apesar da sua importância, elas não estão isentas de sofrer fechamentos. Apenas para nível de conhecimento, segundo dados da SincoFarma, os fechamentos de farmácias atingem 37 a cada 100 lojas só aqui no Brasil.

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Aliás, um desses casos ocorreu no ano de 2014 com a Botica Ao Veado d’Ouro, fundada ainda em 1958 e considerada nº1 entre as mais tradicionais do centro histórico de São Paulo.

Aliás, podemos dizer que esse foi um dos mais chocantes da história, uma vez que envolveu três grandes viradas:

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Botica Ao Veado d’Ouro era uma das mais tradicionais de São Paulo (Foto: Reprodução/ Internet)

Inclusive, a equipe especializada em economia do TV Foco, com base em dados do Wiki e da Folha de S.Paulo, revela mais detalhes do ocorrido e os impactos causados na sociedade paulistana.

Um estabelecimento de nome e tradição:

Muitos não sabem, mas essa farmácia iniciou sua trajetória no mercado como uma espécie de vendinha, na qual comercializava produtos de papelaria, livros e algumas miudezas, ou seja, um segmento bem afastado do que viria a ser uma farmácia:

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Botica Ao Veado d’Ouro permaneceu muitos anos ativa (Foto: Reprodução/ Internet)

Uma curiosidade interessante é que, quando a Botica Ao Veado d’Ouro abriu em São Paulo, a cidade possuía apenas 30 mil habitantes.

Atualmente, São Paulo possui aproximadamente 12,3 milhões de habitantes, considerada a maior cidade do Brasil e, inclusive, é uma das mais populosas do mundo.

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Mas por que estamos dizendo isso? Bem, na época, como a cidade ainda era muito pequena quando comparada ao contexto atual, surgiu a necessidade de atender grande parte desta população com o segmento farmacêutico, tendo em vista que São Paulo possuía apenas quatro profissionais formados na área.

1. Tinta tudo para ser grande, mas …

O fundador da Botica Ao Veado d’Ouro, Gustavo Schaumann, pretendia criar uma rede de farmácias de alto nível para suprir essas mesmas necessidades:

Após um longo período, outros empresários começaram a ter interesse no negócio familiar e passaram a tomar o controle da empresa.

Botica Ao Veado d’Ouro atualmente já consta como permanentemente fechado (Foto: Reprodução/ Google)

Porém, no ano de 1998, a farmácia se envolveu em um escândalo que tomou proporções a nível nacional, após uma série de acusações de falsificação envolvendo o medicamento Androcur (destinado essencialmente ao tratamento de câncer de próstata).

Segundo investigações realizadas à época, a Botica produziu cerca de um milhão e trezentos mil comprimidos da medicação falsificada.

2. Escândalo e morte:

De acordo com o Jornal Folha de S.Paulo, naquele mesmo ano, a farmácia já havia sido interditada pela Vigilância Sanitária por não estar em condições adequadas de funcionamento:

Veja a investigação completa no vídeo abaixo:

3. Falência inevitável

Como era de se esperar, o escândalo marcou a Botica Ao Veado d’Ouro de forma irremediável, sendo o evento ainda lembrado por muitos paulistanos, mesmo que por décadas depois.

No ano de 2008, diante da sua queda e praticamente sem nenhuma entrada de receita suficiente para se manter de pé, a Botica precisou encerrar suas atividades, tendo seus funcionários e donos realocados para a farmácia de manipulação Medida Exata, que ficava no bairro paulistano de Pinheiros.

De acordo com o portal Wiki, ela também fechou no ano de 2014.

O que aconteceu com os sócios da Botica Ao Veado d’Ouro?

Em dezembro de 2015, dezessete anos após o escândalo, um tribunal condenou Edgar Helbig e Daniel Eduardo Derkatscheff Vera a 13 anos de prisão.

Os dois, no entanto, alegaram que produziam os comprimidos a pedido de um cliente e que não sabiam o que acontecia com eles após saírem da farmácia.

Porém, de acordo com o portal UOL, o juiz responsável pelo processo em primeira instância afirmou na sentença condenatória de 2003 que os réus:

“Revelaram torpeza, perversão, malvadez, cupidez e insensibilidade moral, posto que agiram única e exclusivamente visando ao ganho fácil, sem se importarem com o destino de milhares de pessoas”.

Seus advogados entraram com uma série de recursos no Judiciário para tentar anular a sentença.

Em abril de 2015, o tribunal julgou e manteve a condenação dos sócios. No entanto, a polícia só expediu o mandado de prisão em outubro do mesmo ano.

Investigadores sabiam que ele recebia dinheiro da aposentadoria e montaram uma campana em uma agência do Brooklin. Assim que ele entrou para receber o benefício, foi preso.

Segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, o empresário era procurado há dois meses. A principal dificuldade era que ele não tinha uma rotina definida.

O delegado contou que Derkatscheff ficou surpreso com a prisão.

Não houve nenhuma declaração oficial por parte dos representantes da farmácia sobre o encerramento das atividades. As únicas falas públicas foram as defesas dos sócios, feitas durante o processo de prisão.

Porém, é sempre bom lembrar que o espaço permanece aberto caso os mesmos queiram expor a sua versão dos fatos quanto ao fechamento da farmácia.

Considerações finais:

A Botica Ao Veado d’Ouro, uma das farmácias mais tradicionais de São Paulo, enfrentou um grave escândalo de falsificação de medicamentos, o que levou à sua interdição pela Vigilância Sanitária e, consequentemente, à falência.

Esse caso, que envolveu a morte de diversas pessoas, expôs a face sombria da indústria farmacêutica e serve como um alerta sobre a importância da fiscalização e da qualidade dos medicamentos.

Mas, para saber mais sobre essas histórias de falências, retomadas e muito mais, clique aqui*.

Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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