Repulsa a sex0 para sempre ou assumindo relação? O fim implacável de Poliana em Vale Tudo

Poliana, sócio, irmão e porto seguro já assumiu sua assexualidade e deu a entender que será um solteiro invicto de Vale Tudo … Mas será mesmo?
Poliana, vivido por Matheus Nachtergaele, é um dos personagens mais intrigantes do remake de Vale Tudo, da Globo.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Ex-dono de um botequim em Vila Isabel, ele acolheu Raquel (Taís Araújo) em sua chegada ao Rio de Janeiro e rapidamente se tornou não apenas seu amigo inseparável, mas também seu futuro sócio em uma das maiores redes de fornecimento de alimentação pronta na trama.
Ao lado da irmã Aldeíde (Karine Teles), ele forma uma dupla acolhedora e espirituosa, que mistura humor com afeto sincero.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Mas é no aspecto mais íntimo do personagem que o remake dá um passo ousado: Poliana se declara assexual logo na primeira fase da trama.
A assexualidade sendo discutida em horário nobre
Em uma conversa direta com Aldeíde, Poliana revela que não sente vontade/gosta de fazer sexo, inclusive demonstrou uma forte repulsa ao tema.
Ele não hesita, não sofre por isso — apenas afirma que não gosta e está bem com isso.
A novela rompe com o silêncio habitual sobre o tema e apresenta, com sensibilidade, uma das orientações menos retratadas na teledramaturgia.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
No entanto, ele não é casto, reprimido ou envergonhado por isso, tampouco rejeita afetos genuínos.
Como se sabe, pessoas assexuais podem sim se apaixonar, manter vínculos profundos, conviver romanticamente — apenas não possuem o sexo como um elemento central da relação.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Na novela, Dalva (Nataly Rocha), fornecedora que atendia seus negócios com Raquel, chega a demonstrar interesse por ele.
E mesmo depois da revelação de Poliana, a relação entre os dois continua próxima.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Não se trata de forçar romance, mas de mostrar que a intimidade pode existir em outras formas — e que o amor não é sinônimo de desejo sexual.
Como Poliana era em 1988?
Na versão original de Vale Tudo, exibida em 1988, Poliana foi interpretado pelo saudoso Pedro Paulo Rangel.
Assim como o atual, ele era um sujeito otimista, bem-humorado e fiel amigo de Raquel.
Mas, ao contrário do remake, o personagem era ativo e teve um envolvimento romântico com Íris (Cristina Galvão), uma datilógrafa da TCA.
O casal terminava junto, feliz e apaixonado, no clássico desfecho de novela, em um relacionamento heteronormativo e com final comum.
No entanto, no remake, ao dar voz a uma orientação real, mas invisibilizada na ficção, Manuela Dias amplia o espectro de representações possíveis.
Ainda que o novo Poliana mantenha o mesmo espírito solidário e o papel de parceiro leal de Raquel, sua vida íntima se desloca para um lugar raramente explorado: o da afetividade sem sexualidade.
O que esperar do futuro de Poliana?
Com a novela ainda em exibição, o desfecho de Poliana permanece em aberto — e promissor:
- Uma das possibilidades é que ele siga como sócio de Raquel, focado nos negócios e na relação fraterna com Aldeíde, encerrando sua jornada como um homem feliz e realizado, mas solteiro.
Esse caminho, embora atípico para uma novela, seria coerente com sua identidade e com a proposta de respeitar seu modo de viver.
- Outra hipótese é que ele desenvolva uma relação afetiva com Dalva — ou com outro personagem — nos moldes de um romance platônico, pautado no companheirismo e na cumplicidade, sem pressões sexuais.
Mas, esse tipo de relação, longe de ser “frio” ou “incompleto”, pode ser profundamente transformador e libertador.
A autora também não descartou reviravoltas, afinal a presença de Íris na nova versão ainda é uma incógnita, e caso a personagem apareça, o passado pode voltar em outro formato, atualizado.
Porém, diferentemente da versão de 1988, qualquer relação amorosa com Poliana agora precisará respeitar sua condição: ele não deseja sexo, e ponto final.
Por que o nome Poliana em Vale Tudo?
Embora seja um nome de origem feminina, na trama ele tem um sentido literário.
Isso porque ele se chama Audálio Candeias, seu apelido “Poliana” surgiu como uma referência direta à personagem do clássico infantil “Pollyanna”, de Eleanor H. Porter — a menina que sempre vê o lado bom das coisas.
E esse é exatamente o espírito do personagem, mesmo porque Poliana enxerga luz onde outros veem ruínas.
Ele apoia Raquel sem pedir nada em troca, não se abate diante das adversidades e mantém a esperança mesmo quando tudo parece ruir.
Ou seja, o nome virou marca, já que ele é o otimismo em pessoa.
Conclusão:
Poliana se destaca no remake de Vale Tudo por ser, ao mesmo tempo, fiel ao espírito do original e absolutamente novo.
Sua alegria, lealdade e humanidade seguem intactas, mas agora enriquecidas por uma camada rara de complexidade: ele é um personagem assexual, retratado com dignidade, naturalidade e afeto:
- Em vez de estereótipos, ele oferece humanidade;
- Em vez de clichês, novas possibilidades.
E prova que nem toda história de amor precisa de sexo para ser, de fato, uma história de amor. Mas para saber mais sobre a trama, clique aqui*.
NOTÍCIAS DE PARCEIROS
Autor(a):
Lennita Lee
Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.