Ressurreição da falência de marca amada dos shoppings anima clientes

Marca popular dos shoppings renasce, após falência, e retorna em grande estilo ao mercado com apoio de um grande empresário.

12/06/2025 4h00

5 min de leitura

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Loja ícone volta das cinzas após falência (Foto: Reprodução/Montagem/TV Foco/Lennita/Canva)

E uma marca símbolo da moda urbana brasileira, queridinha dos shoppings nos anos 90, vive um retorno triunfal após decretar falência ainda em 2009.

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Pois é! Trata-se da Zoomp, a qual voltou ao mercado sob nova direção e reacendeu o entusiasmo e animou milhares de clientes fiéis.

O seu inesquecível “raio” — logotipo clássico da grife — volta a estampar peças de uma coleção que aposta na nostalgia, no apelo fashion e na força de um nome que resistiu ao tempo.

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A seguir, a partir de informações obtidas pelo G1, Wiki e site oficial da marca, a equipe especializada em economia do TV Foco traz abaixo a trajetória completa da marca, da queda à reestreia, em ordem cronológica e como esse retorno impactou o mercado.

Zoomp ficou conhecida pelo seu inesquecível ícone de raio (Foto Reprodução/Exame)
Zoomp ficou conhecida pelo seu inesquecível ícone de raio (Foto Reprodução/Exame)

Zoomp conquista o Brasil e o exterior

  • Fundada ainda em 1974 por Renato Kherlakian, a Zoomp se tornou uma potência da moda brasileira.
  • Conhecida principalmente por seus jeans de corte arrojado e campanhas publicitárias marcantes, a marca atingiu o auge nos anos 90.
  • Nessa fase, a empresa empregava cerca de 800 funcionários e exportava para dez países.
  • Assim, seu símbolo, o raio, virou assinatura da geração urbana e cosmopolita.

Endividamento e falência em 2009

Em fevereiro de 2009, a 5ª Vara Cível de Barueri decretou a falência da Zoomp após uma ação movida por uma prestadora de serviços, cobrando uma dívida entre R$ 400 mil e R$ 423 mil.

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A decisão judicial determinou o fechamento imediato da fábrica em Barueri, bem como das operações de showroom e logística.

Na época, a marca já acumulava dificuldades financeiras e sofria com a perda de relevância no mercado, reflexo da má gestão e da concorrência crescente no setor de moda.

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Tentativa de recuperação judicial

Ainda em 2009, os então gestores da Zoomp apresentaram um pedido de recuperação judicial.

A proposta previa a renegociação de uma dívida estimada em R$ 1,8 milhão com ex-funcionários e fornecedores.

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O plano obteve adesão de 100% dos trabalhadores e de 96% dos credores.

A Justiça aceitou o pedido, revertendo temporariamente a falência.

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Por fim, a empresa entrou em um processo de reestruturação com o objetivo de reerguer a marca, mas esbarrou em dificuldades para retomar seu espaço no mercado.

Zoomp teve seu maior boom nos anos 90 (Foto Reprodução/Exame)
Zoomp teve seu maior boom nos anos 90 (Foto Reprodução/Exame)

Venda para o fundo Global Capital e tentativa frustrada de retomada

Na sequência da recuperação judicial, os ativos da Zoomp foram adquiridos por um fundo administrado pela Global Capital.

A expectativa era de que o novo grupo pudesse revitalizar a marca.

No entanto, os esforços não resultaram em retomada efetiva do prestígio e das vendas, e a Zoomp continuou fora dos holofotes da moda nacional durante boa parte da década de 2010.

Inclusive, Renato Kherlakian, aos 58 anos, em 2008, através de uma entrevista publicada em 2008, pelo portal Arquivo ETC, declarou pela primeira vez sobre o fracasso, afirmou: “A marca, como era antes, morreu.”

Além disso, ele revelou a queda de 800 para cerca de 100 funcionários e estimou perdas de “70% em faturamento e 98% em prestígio”.

Sobre o futuro da grife, lamentou: “É o mesmo que pegar um tremendo cavalo de raça e colocar no pasto para correr atrás de gado. Destruíram a marca.”

As araras das linhas masculinas de uma loja pop up da Zoomp (Foto Reprodução/Leo Martins/Veja SP)
As araras das linhas masculinas de uma loja pop up da Zoomp (Foto Reprodução/Leo Martins/Veja SP)

A grande virada (2016–2017)

A virada começou a tomar forma em 2016, quando o empresário Alberto Hiar, conhecido como “Turco Loco” — fundador da marca Cavalera — adquiriu os direitos sobre a Zoomp por meio do grupo K2, em leilão judicial.

Hiar anunciou que relançaria a grife como uma marca “premium”, voltada aos públicos feminino e masculino, e que começaria a vendê-la em lojas multimarcas:

“Acreditamos que a Zoomp tem um lugar no mercado premium. Não queremos apenas vender jeans, queremos vender a história, a atitude e a qualidade que a marca sempre representou.” – Disse Hiar.

“Reerguer uma marca com a força da Zoomp é um ato de fé no design brasileiro e na memória afetiva do consumidor.”

O relançamento oficial ocorreu em julho de 2017, com uma festa na loja Choix, em São Paulo:

  • O retorno foi marcado por forte apelo simbólico e visual;
  • O raio clássico foi mantido, reforçando o elo com a identidade original da marca.

Para a campanha publicitária, a K2 escalou a modelo americana Anna Cleveland, filha da lendária Pat Cleveland — que foi musa do pintor Salvador Dalí.

Top Anna Cleveland foi estrela da volta em campanha da Zoomp (Foto Reprodução/Montagem/G1/Instagram)
Top Anna Cleveland foi estrela da volta em campanha da Zoomp (Foto Reprodução/Montagem/G1/Instagram)

A escolha visava unir tradição e modernidade com um toque de sofisticação artística internacional.

Como está a Zoomp em 2025?

De acordo com o portal InfoMoney, em 2025, é possível encontrar peças novas da Zoomp vendidas em marketplaces e outlets.

Um fato interessante exposto pela Folha de S.Paulo é que, em janeiro de 2025, a marca voltou ao noticiário ao vencer um processo judicial contra a Restoque, empresa dona da Le Lis Blanc, acusada de copiar o famoso logotipo em formato de raio.

A K2 alegou “escancarada imitação” em bolsas da concorrente e venceu a ação com laudo pericial que apontou a semelhança como indevida.

A Justiça deu ganho de causa à Zoomp e fixou indenização de R$ 164 mil.

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Conclusão

Em suma, a Zoomp reaparece como símbolo de resiliência da moda brasileira.

Depois de cair, reerguer-se e enfrentar disputas judiciais, ela se reposiciona com respaldo jurídico e apoio empresarial.

A sua permanência agora depende de um movimento estratégico que devolva com força o raio ao centro da cultura urbana nacional. Mas, para saber sobre mais falências e casos parecidos como esse, clique aqui. *

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Autor(a):

Jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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