Morador da Barrinha há 22 anos, José tem uma vista deslumbrante da varanda de sua casa. Bem em frente está o quebra-mar, onde desembocam os rios do bairro na praia da Barra da Tijuca. Do lado esquerdo, ao fundo, é possível ver a Pedra da Gávea.

“A novela está ajudando muito a gente. Fiquei feliz com a escolha. A Lilia é uma simpatia. O Malvino (Salvador) também. Só tem gente bacana”, conta o proprietário. “Antes eu não via tanto novela, agora não faço outra coisa”, continua.

José não fala por quanto aluga a residência para a novela. Mas os vizinhos dizem que a emissora lhe paga R$ 10 mil por semana. Isso sem contar as melhorias cenográficas que foram feitas no local – como um muro de um metro de altura e a fachada de madeira, na frente da estrutura de tijolos.

“Vieram aqui e fotografaram várias casas. Mas não sei por que escolheram a dele para ser cenário fixo da novela. Eu dava a minha pela metade do que estão oferecendo a ele”, disse um vizinho.

Vendendo o peixe

Não é como chaveiro e “faz-tudo” que o aposentado ganha a vida, como faz a personagem de Lilia Cabral na trama de Aguinaldo Silva. O primeiro andar da casa só é usado como depósito. Em dias de sol e praia, José arma várias mesas e cadeiras em frente, na areia, para servir peixe frito aos frequentadores do quebra-mar. Ele e a filha moram no segundo andar, composto por um quarto, sala e banheiro. A cozinha fica à parte da casa, no canto esquerdo.

No dia que a reportagem do iG esteve no lugar, havia uma outra gravação acontecendo ali, da mesma novela, a cinquenta metros da casa do Pereirão. Vários anônimos e curiosos se aglomeravam próximos à areia para ver a cena de Julio Rocha.

O dono da casa do Pereirão não estava muito interessado na cena. Queria mesmo era ajudar a filha a ingressar na carreira de atriz. “É o sonho dela. Se puder colocar na matéria, quem sabe não chamam para um teste”, pedia ele, já almejando outros motivos para continuar vendo a novela.

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