Seu castigo foi cair no golpe da então esposa, que o cegou e roubou todo o seu dinheiro. Mas para Fagundes, essa é apenas a visão das mulheres que assistem a novela. Para o ator, o público feminino é maioria na audiência e vem decidindo o desfecho do médico, punido não por ser preconceituoso e homofóbico, mas por trair a esposa. “Mulher é vingativa, e quem assiste novela é mulher”, diz.

Para sustentar a tese, Fagundes cita Félix (Mateus Solano), o grande vilão do folhetim, que teve suas atrocidades facilmente esquecidas pelos espectadores.  “O público perdoou um cara que jogou criança em caçamba, mas não perdoou uma traição. O César vai ser castigado em nome da intransigência das mulheres que assistem à novela”, disse ele à VEJA.

Porém, todos sabem que  Félix sempre foi um personagem cômico da trama e na reta final do folhetim, o personagem conseguiu cativar ainda mais o público ao ser arrasado por Paloma (Paolla Oliveira), excluído do conforto da casa de Pilar e deixado em companhia de Márcia (Elizabeth Savalla) na periferia, onde vendeu cachorro quente pelas ruas.

Para Fagundes, a dura oposição do médico ao filho gay e divertido não foi o que deixou o público com raiva. “Ninguém tocou nesse assunto, a traição é que é imperdoável. Ser homofóbico tudo bem, mas trair a mulher ninguém perdoa.” Agora, o personagem vai sofrer um AVC e ter parte do corpo paralisado antes de Amor à Vida terminar.

Perguntado o motivo de tantas críticas à novela, ele responde “As novelas extrapolaram o entretenimento, trazem para a sala de jantar discussões que uma obra voltada para o entretenimento não deveria trazer. Essa novela falou de homofobia, autismo, barriga de aluguel, homossexualidade, casal gay. Nesse sentido, acho que Amor à Vida cumpriu todas as suas propostas e ainda acrescentou um pouquinho”, afirmou.

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