Soropositivo gerou abalo e forte polêmica em novela da Globo, e provoca importante discussão ainda hoje

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Forma em que a novela tratou a doença gerou polêmica

A Globo sempre foi uma emissora que se preocupa em mostrar a diversidade e analisar temas que sempre foram tabus na sociedade. E no ano de 2005, na novela Páginas da Vida, o canal tentou mostrar como que vivia uma pessoa com Aids, porém, o modo que Manoel Carlos desenvolveu a história não deu certo.

Na trama, o ator Miguel Lunardi deu vida ao personagem Gabriel, que era soropositivo e se apaixonava pela Irmã Lavínia, personagem de Letícia Sabatella. Em determinada cena, o médico Diogo, vivido por Marcos Paulo, confrontou o paciente, dizendo que ele tem o vírus do HIV e que ele próprio sabe da condição.

Só que na ocasião não tinha sido feito nenhum exame de sangue. Então, a Sociedade Brasileira de Infectologia emitiu uma nota de repúdio contra a novela Páginas da Vida por exibição da cena, afirmando que não se identifica o vírus sem exames.

Segundo informações do TV História, na oportunidade, o Ministério da Saúde também afirmou que as cenas da novela “não refletem o coletivo dos profissionais de saúde no atendimento, nem representam os procedimentos preconizados pelo Programa Nacional de DST e Aids do Ministério”.

A Globo, ao se defender das críticas, disse que os “críticos reconhecerão a contribuição que a nossa teledramaturgia dará para a prevenção deste mal”.

O ator Miguel Lunardi também se manifestou na época, dizendo ao jornal O Globo que entendia o motivo da comoção, mas pediu para todos lembrar que se tratava de ficção.

“Sei que é uma contradição em termos de ética médica e compreendo a reclamação dos conselhos em apontar o desvio ético, mas eles têm que entender também a ficção. Estamos no plano do sonho, da fantasia”, declarou ele.

Gabriel (Miguel Lunardi), Irmã Lavínia (Letícia Sabatella) e Dr. Diogo (Marcos Paulo) em “Páginas da Vida” (Foto: Divulgação/TV Globo)