O ator Jonathan Azevedo recebe prêmio de revelação no Melhores do Ano
(Foto: Globo/João Miguel Júnior)

Após fazer sucesso interpretando o personagem Sabiá, chefe do tráfico no morro do Beco na novela das nove A Força do Querer (2017), Jonathan Azevedo voltará ao ar na Globo.

O ator se tornou conhecido dentro (e fora) das telas do país e ganhou o troféu de revelação no programa Domingão do Faustão. Este ano, ele colhe os frutos e estreia Ilha de Ferro, uma série sobre o universo dos embarcados nas plataformas de petróleo. Dirigida por Afonso Poyart, a nova produção da Globo também contará com Cauã Reymond, Maria Casadevall e Sophie Charlotte no elenco. E Jonathan comemora. “Não faço papel de bandido”, disse ele à revista GQ.

Apesar de sucesso recente, o ator coleciona mais de 10 filmes e 14 novelas em sua carreira, como Salve Jorge, Tim Maia, Cidade dos Homens, entre outros. “Seu sucesso é fruto de uma vida dedicada ao que ele sempre sonhou. Além de um grande artista, também é um ser humano da melhor qualidade, que vai crescer muito!”, diz Selton Mello, que conheceu Jonathan em Meu Nome Não é Johnny (2008), filme em que ele participava como figurante.

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Recentemente, Jonathan estreou na passarela na Veste Rio, onde desfilou pela grife The Paradise.”Ele é o cara mais estiloso do Brasil atualmente, esse é um de seus talentos naturais”, afirma Cauã Reymond, de quem o ator se aproximou durante as filmagens de Reza a Lenda (2013).

Juliana Paes, que contracenou com Jonathan em A Força do Querer, também não mede elogios ao ator: “Quando souberam que ele estava escalado para a novela todo mundo me falava: ‘Você já conhece o Jonathan? Ah, ele é demais!’ E ele é mesmo! Esse tinha que ser o título da matéria. Olha eu já me metendo!”.

Jonathan Azevedo (Sabiá) em A Força do Querer
(Foto: Globo/Mauricio Fidalgo)

Em entrevista à GQ – ele é capa da edição de aniversário da revista -, Jonathan fala sobre trajetória pessoal e profissional, adoção, sucesso, motivação e próximos passos.

“Cauã [Reymond] me ensinou a diferença entre sucesso e fama: a fama é uma coisa que pode acabar e à qual você não deve se prender; mas o sucesso é construção, fortalecimentos e amadurecimento. E foco também. Não vou durar só cinco anos como ator. Cheguei no sapatinho, mas cheguei pra ficar, parceiro”, declarou ele ao falar sobre a diferença entre fama e sucesso.

Ao comentar sobre a infância e os amigos de fora da comunidade, Jonathan relatou episódios de preconceito: “Era tudo nosso, eu me sentia em casa no meio deles. Devia ter gente que pensava: “O que aquele neguinho tá fazendo com esses playboys? O Leblon queria me ver distante, mas eu sempre estive perto. Ipanema queria me ver na China, mas eu tava no Arpoador surfando. No caminho até a praia as madames me viam e abraçavam as bolsas. O contraste social era tão grande quanto à proximidade que a gente tinha. Não havia com fugir deles, nem eles de mim”.

Adotado, o ator afirmou que correr atrás dos sonhos é o que o move: “Conhecer a minha mãe de sangue não é o que me move. O que me move é correr atrás do meu sonho. É fazer uma obra na casa da minha mãe, montar uma biblioteca na comunidade, porque conhecimento muda a vida, e é transformador mostrar que sua vida mudou por causa do conhecimento”.

“Não era nem pra eu estar vivo. O Brasil tem tantos ‘não era’ e que se ampliam pro afrodescendente, pobre, favelado. Juntei todos os ‘não era’ e transformei no ‘eu posso'”, contou Jonathan, que ainda falou sobre como escolheu a profissão:”Fiz uma cena e o diretor falou ‘Se tu quiser ficar rico, nunca saia do palco’. Meu treinador de basquete nunca tinha falado isso. Fiquei no teatro”.

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