R$25M e portas fechadas: Supermercado tão popular quanto o ExtraBom tem falência decretada no Espírito Santo

Supermercado tão popular quanto o ExtraBom, acabou tendo suas portas fechadas e sua falência decretada no estado capixaba

Quando o assunto é o setor supermercadista, uma das redes mais conhecidas e tradicionais do Espírito Santos, é o ExtraBom, com 37 supermercados espalhados pelo estado.

Enquanto as lojas do ExtraBom conquistam cada vez mais o coração dos capixabas, um supermercado também gigante acabou fechando suas portas e tendo a sua falência decretada no estado.

Vale destacar que, conforme apurado pelo TV FOCO, durante décadas, ele foi presença constante nas compras de famílias capixabas, concorrendo de igual para igual com gigantes como o Extrabom.

Mas nem toda tradição resiste a uma tempestade financeira. Conforme o ‘portal 27’, o Supermercado Santo Antônio, com mais de 50 anos de história em Guarapari, teve sua falência decretada.

A decisão judicial, oficializada em 1º de dezembro de 2022, escancarou uma realidade que já vinha sendo sentida nas prateleiras vazias e nas portas que não voltaram a abrir.

Um colapso anunciado

A derrocada começou a ganhar força no verão de 2020, quando a ausência de produtos passou a chamar a atenção dos clientes. Nos bastidores, a situação era ainda mais grave.

A empresa acumulava uma dívida trabalhista de R$ 25 milhões, mas o rombo completo, somando débitos com fornecedores, bancos, impostos e credores diversos, ultrapassava a casa dos bilhões.

Em uma tentativa desesperada de manter a operação viva, os gestores trocaram as máquinas de cartão, suspenderam o plano de saúde dos funcionários e atrasaram pagamentos a fornecedores.

As medidas, no entanto, não surtiram o efeito desejado.

Venda, retomada e o fim do supermercado

Como parte do plano de recuperação, as lojas da rede foram vendidas à holding paulista DX Group. Mas o que poderia ter sido um recomeço, virou mais um capítulo conturbado.

Alegando descumprimento contratual, os antigos donos reassumiram o comando, mas a situação só piorou. Mais demissões, mais dívidas e, enfim, o encerramento oficial das atividades em julho de 2020.

Em fevereiro de 2023, 24 imóveis da antiga rede foram leiloados, uma tentativa de saldar ao menos parte dos compromissos.

A decisão pela autofalência foi tomada pelos próprios sócios, como revelou uma nota oficial do escritório de advocacia Rudolf Rodrigues, responsável por representá-los.

Eles afirmaram que a medida visava proteger os credores e prometeram colaboração com a Justiça e o administrador judicial.

Considerações finais

• O Supermercado Santo Antônio, tão tradicional quanto o ExtraBom no Espírito Santo, teve sua falência decretada após mais de 50 anos de atuação.
• A crise se agravou a partir de 2020, com prateleiras vazias, dívidas trabalhistas de R$ 25 milhões e um passivo total que ultrapassou bilhões de reais.
• Mesmo após a venda das lojas para a DX Group e tentativas de recuperação, a gestão retornou aos antigos donos, que não conseguiram reverter a situação.
• Em dezembro de 2022, a Justiça decretou oficialmente a falência.

A rede ExtraBom

O que começou como uma pequena mercearia em Jardim América, Cariacica, no ES, em 1978, hoje é uma das maiores redes supermercadistas do Brasil.

Com 37 lojas espalhadas pelo Espírito Santo, a rede ocupa o 38º lugar no ranking nacional de faturamento da ABRAS, e segue em plena expansão.

O Extrabom se destaca por sua missão: oferecer economia, excelência no atendimento e variedade de produtos. Tudo isso com um olhar voltado para o cliente, para as pessoas e para a constante evolução.

Falência x Recuperação Judicial: qual a diferença?

Conforme o portal Vem Pra Dome, ambos os institutos têm como objetivo a satisfação de dívidas de uma empresa. Contudo, a principal diferença está na continuidade ou não do empreendimento.

Na recuperação judicial, se ganha tempo para recuperar a capacidade de gerar resultados na empresa. Por outro lado, na falência, não existe a reestruturação do negócio e ele acaba fechando as portas.

A ideia da recuperação é manter o negócio ativo, gerando empregos e possibilitando que a empresa consiga pagar as suas dívidas. Na falência, ocorre o encerramento do negócio, considerado irrecuperável.

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