Só beldades: Cris Vianna, Lucy Ramos, Aline Dias, Juliana Alves e Olivia Araújo (Foto: Guilherme Lima/Divulgação)

Atualmente as pessoas estão abrindo os olhos para as questões de representatividade. Se voltar um pouco no tempo, os papeis destinados as mulheres negras se resumiam ao de subalternos, no entanto, por mais que continue acontecendo, isso vem sendo conversado, e mulheres de pele escura estão ganhando papeis importantes nas telinhas.

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As atrizes de O Tempo Não Para, Cris Vianna, Lucy Ramos, Aline Dias, Juliana Alves e Olivia Araújo fizeram um belíssimo ensaio e esbanjaram beleza.

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Lucy foi a idealizadora do projeto, e em entrevista ao Gshow ela falou sobre a questão da representatividade dentro e fora da TV. “A ideia é mostrar toda essa representatividade dentro e fora da TV. São todas mulheres lindas e que cada vez mais possam inspirar e incentivar as atuais e futuras gerações sobre o poder da beleza feminina em toda sua forma natural. Trabalhamos juntas na novela e foi importante reunir uma equipe de mulheres negras, que são fortes e talentosas. Ficamos felizes com esse encontro. Foi um trabalho lindo”, contou Lucy.

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Lucy Ramos com Cris Vianna e Olivia Araújo (Foto: Guilherme Lima/Divulgação)

VISUAL DE LUCY RAMOS

Lucy Ramos esteve recentemente em A Força do Querer, penúltima novela das 9 da Globo. E ela já se prepara para voltar aos folhetins, pois estará no substituto de Deus Salve o Rei.

E para a nova personagem, a atriz mudou o visual dos cabelos, que ficaram bem mais curtos. “Um novo personagem pede mais que uma mudança psicológica. Pede uma nova mulher diante do espelho”, escreveu.

E acrescentou, em rede social, ao mostrar o novo corte: “A advogada Vanda Lorde, já chega em minha vida transformando. O desapego liberta. Que venha essa mulher determinada, exigente, forte, feminista, competente. Brasileira”.

“O Tempo Não Para” conta a história maluca de uma família do século 19 que é congelada após um acidente de barco na Patagônia. Mais de 130 anos depois, um iceberg chega ao litoral de São Paulo, contendo os membros da família, que são descongelados e se deparam com este novo Brasil.

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A atriz Érika Januza. (Foto: Reprodução/Instagram)

Nesta segunda-feira (29), a atriz Erika Januza usou suas redes sociais para denunciar ataques racistas que sofreu. Segundo Januza, uma internauta publicou uma foto sua, com uma legenda cheia de discurso de ódio. A artista printou e jogou na sua rede social, junto com um desabafo.

“Nao falo disso o tempo todo, pois acho que o respeito é o mínimo que devemos aos nossos semelhantes. Mas hj é um dia diferente, depois de uma postagem de meu amigo @caiopaduanQue me defendeu como sempre e agradeço muito, uma moça resolveu também deixar sua máscara cair e postou uma foto minha em sua rede social dizendo o quanto me odiava, além de fazer um comentário que infelizmente se faz mais presente a cada dia. Está aí nas fotos do meu post”, iniciou.

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“O fato não é me incomodar específicamente com a moça ou com o post. É por um motivo maior. Eu vejo que quando se ataca um negro pelo simples fato de ser, você atacou todo um grupo. EU vejo assim. Um amigo me perguntou como eu estava, pois essas coisa mexem muito com o psicológico. Respondi: meu psicológico está calejado. Sou negra há 30 anos! A cada dia um novo desafio. Nao falo só por mim mas o cansaço é por ver coisas desse tipo todos os dias, com as mais diversas pessoas. Com todos os irmãos, pessoas de bem, homossexuais ou quem quer que seja que sofre algum tipo de preconceito”, continuou.

Raquel não conseguirá perdoar Bruno (Foto: Reprodução/Globo)

“Só quem passa sabe, só quem ouve, lê, sente um olhar atravessado, sente alguém segurando mais forte a bolsa, te confunde com o funcionário da loja, enfim… são inúmeras as situações que podemos viver em nosso dia a dia. O fato de ser uma atriz ainda me proteje, um pouco, já que as pessoas me reconhecem, ou gostam de algum trabalho: aquela negra… é atriz. E aquela doméstica? E aquela gari? E aquela enfermeira? E aquela Advogada? SOMOS PESSOAS. Merecemos respeito. Estamos em uma nação onde mais da metade é composta por negros e com certeza tem um pouco de nós em todos O sangue em suas veias ou em alguma construção aí pela cidade. Fomos à base do trabalho de construção de muita coisa neste país as custas demuito sofrimento. Um dia ouvi de uma pessoa muito “importante”, não dá mais pra limpar o sangue do brasileiro. É!!! As pessoas dizem coisas assim. E ainda dizem que racismo é Mimimi. Esta doença está aí, latente. Às vezes oculta, mas latente. Eu não baixo minha cabeça. Me entristece, mas não me derruba. Representatividade! É necessária! Sigamos, firmes, fortes, corajosos”, finalizou a atriz, encorajando.

https://www.instagram.com/p/BpiMo7AntA2/?taken-by=erikajanuza

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Zezé Motta (Foto: Reprodução)

A atriz Zezé Motta deu uma entrevista para a jornalista Leda Nagle esta semana e falou sobre a carreira.

Ela declarou que a situação do negro está melhorando na TV, mas que ainda falta muito. “Existe uma preocupação hoje dos produtores, dos diretores, de diversificar os papeis, eu percebo. Mas ainda falta muito espaço para o negro na mídia. E não tem nenhum problema em fazer empregada, desde que ela seja a protagonista (risos). Estou brincando”, declarou.

“Eu sou de um tempo que quando eu estava em uma novela, não tinha espaço para a Neuza Borges, porque temos a mesma idade. Quando a Xica Xavier estava, não tinha espaço para a Ruth de Souza, quando a Léa Garcia estava, não tinha espaço para uma atriz da idade dela, então éramos meia dúzia mesmo. Agora já existe uma preocupação maior, mas ainda temos que dar muita cotovelada para conseguir mais espaço para o negro na mídia”, disse.

Ela foi questionada sobre como demandar esse espaço: “É cobrando mesmo, denunciando, é falando: ‘Olha, estamos aqui!’. Eu fiz um catálogo de atores negros, eu e um grupo, eu consegui com a Ruth Cardoso, e ela conseguia patrocinar os projetos dela com verba de empresas privadas. Isso era muito legal”.

Zezé Motta (Foto: Reprodução)

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A artista também falou sobre a decepção em relação a suposta diminuição do racismo no país. “O racismo no Brasil sempre existiu e foi velado. O brasileiro tinha até vergonha de ter preconceito, provavelmente porque lá no inconsciente sabe que não faz sentido algum. Teve um momento que a gente achou: ‘nossa luta está dando resultado, não está vendo mais as pessoas estranhando um casal multirracial, as pessoas estão olhando com mais naturalidade. Que nada! Agora com as redes sociais a gente está vendo o quando é violento o racismo no Brasil. Não pode ver um negro fazendo sucesso, como a Maju, que atacam, a Taís [Araújo] já foi atacada, um jogador de futebol apenas porque não fez um gol é chamado de macaco, é uma loucura, o ser humano está muito embrutecido”, comentou.

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Roberta Rodrigues em Mulheres Apaixonadas (Foto: Reprodução)

A presença de atores de pele negra nas novelas brasileiras continua sendo bastante inferior ao que a raça representa no país e a porta de entrada para esse mercado acaba se tornando ainda mais difícil do que para profissionais brancos.

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Diante disso, uma das alternativas encontradas por algumas delas foi começar interpretando personagens de pouco destaque no início da carreira, mostrar que eram capazes de se superar e interpretar papéis de destaque.

Essa história já se repetiu em diversos casos na Globo e elencamos três deles a seguir.

SHERON MENEZZES

Sheron começou a atuar no ano de 2002 na novela Esperança, no horário nobre da Globo. Ela interpretava a personagem Julia, uma das serviçais da casa de uma das principais famílias da trama. No ano seguinte, a atriz entrou em Celebridade e, novamente, interpretou a empregada de Maria Clara Diniz, como podemos ver na recente reprise do Vale a Pena Ver de Novo.

Sheron foi Paula em Babilônia (Foto: Divulgação)

Só depois, Menezzes foi conquistando o seu espaço e ganhando cada vez mais personagens que mostravam o seu verdadeiro talento. Ela atuou em Como uma Onda e pode ser vista na reprise de Belíssima, de 2006. Em Babilônia (2015), a atriz interpretou a advogada renomada Paula e seus últimos papéis foram nas tramas de época Liberdade, Liberdade (2016) e Novo Mundo (2017).

ROBERTA RODRIGUES

A primeira novela da atriz Roberta Rodrigues foi Mulheres Apaixonadas, em 2003, interpretando a doméstica Zilda. Em 2004, ela fez a empregada Julieta de Cabocla e ambos os papéis foram importantes na trama e a atriz se destacou, apesar do pouco espaço.

Roberta Rodrigues é Doralice em Segundo Sol. (Foto: Raphael Dias/Gshow)

Só depois ela ganhou notoriedade e nos últimos anos ganhou personagens icônicos como Maria Vanúbia de Salve Jorge (2012) e Ninfa de A Regra do Jogo (2015). Atualmente, ela está no ar na novela das nove, Segundo Sol, como a complexada e problemática Doralice.

ALINE BORGES

Aline Borges também é um exemplo de atriz brilhante que começou como empregada e foi alcançando papéis mais importantes nas novelas que atuou. Sua primeira personagem foi em Coração de Estudante (2002) e, recentemente, em Celebridade (2003), pudemos ver que ela também foi uma empregada doméstica com poucas falas.

Aline Borges em Apocalipse (Foto: Divulgação)

Ela foi subindo de degrau em degrau na Globo e nos anos seguintes, chegou a ser contratada pela Record, onde também começou de baixo, interpretando uma simples aeromoça no primeiro capítulo de Caminhos do Coração. Só depois ela ganhou o seu primeiro papel de destaque na Record em A Lei e o Crime, que será reprisada neste mês de julho.

Sua última personagem foi a jornalista Bárbara, que era âncora de um telejornal.

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Taís Araujo (Foto: Divulgação)

Quem pensa que pode falar o que quiser nas redes sociais está enganado. Foi preso nesta semana o suspeito de fazer ataques racistas contra as atrizes Taís Araújo, Sharon Menezes e Cris Vianna e a jornalista Maria Júlia Coutinho. O homem é identificado como Tiago Zanfolin Santos da Silva, de 26 anos.

Ele foi detido na cidade de Brumado, a 555 quilômetros de Salvador, e é suspeito de integrar uma organização criminosa que age na internet e promove ataques contra artistas. Equipamentos como notebook, CPU e celular de Tiago, que trabalha em uma empresa de informática, foram apreendidos.

Segundo a polícia, ele foi detido em casa sem resistir à prisão, e o grupo tinha representações em diversos estados do Brasil e até um estatuto, com determinadas regras. “Se a pessoa não cumprisse essas regras, poderia ser excluída. Eles se dividiam em diversas células para os ataques”, informou a polícia.

“Se uma pessoa fosse identificada, eles migravam para as outras. As investigações vão continuar, e outras pessoas ainda serão apontadas”, afirmou ao “RJTV”. Há mandados de prisão, busca e apreensão nos estados da Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

Em Porto Alegre [RS], um outro suspeito foi preso em flagrante também com material pornográfico. Os ataques contra as contratadas da Globo tiveram início em julho de 2015, com comentários do tipo “preta imunda”, dizendo que elas só estão na televisão por causa das cotas do governo.

Tiago Zanfolin Santos da Silva foi detido (Foto: UOL)

“É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar: na última noite, recebi uma série de ataques racistas na minha página”, escreveu Taís Araújo em sua rede social, antes de enviar os comentários para a Polícia Federal. As demais também denunciaram.

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Gabriela Moreyra e o namorado em evento da Record (Foto: Divulgação)

Escolhida para ser a protagonista da próxima novela da Record, “Escrava Mãe”, a atriz Gabriela Moreyra falou sobre as expectativas para esse novo desafio. Ela interpretará a mãe de Isaura, personagem central do livro “A Escrava Isaura”, que virou tema de uma novela na Globo e outra na Record.

Agora, Gabriela se junta a Taís Araújo e Camila Pitanga na pequena lista de atrizes negras protagonistas de novelas no Brasil. Ela comentou a injustiça com as atrizes de cor escura, que na maioria das vezes, só aparecem em papéis ligados à favelas, empregada domésticas ou em novelas com escravos.

“A gente ainda precisa de bastante tempo para fazer com que mude a visão do povo brasileiro. Acho que faltam negros na televisão brasileira”, disse ela em entrevista ao F5. “Acho que não teria como fazer uma história falando sobre escravos sem negros, mas não acho que isso seja uma mudança”, acrescenta.

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Na pele da escrava Juliana, a atriz revela que a sua personagem questionará o racismo na novela, pois é “uma menina doce que foi tratada com muito carinho dentro da casa grande, uma escrava da casa grande, não uma escrava do páteo ou da senzala”, segundo ela.

As gravações da novela já começaram (Foto: Reprodução/Instagram)

“Ela começa a ter uma série de dificuldades quando se reconhece uma escrava. Até então, ela sabia que tinha o título de escrava, mas não tinha noção do peso que aquilo tinha. Então ela questiona, tem vontade de viver um grande amor, e fica com o dilema de que a vida dela não é dela”, revela Moreyra.

Gabriela define a personagem como “questionadora, mas dentro da realidade dela”, já que na época, as pessoas não costumavam ser revolucionários, ainda mais os escravos. “Escrava Mãe” estreia em outubro, às 20h30, no lugar de “Os Dez Mandamentos”.

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Zezé Motta em “Boogie Oogie” (Foto: Pedro Curi/Gshow)

Um dos maiores talentos de sua geração, a atriz Zezé Motta está confirmada na nova novela da Record, “Escrava Mãe”, que substituirá “Os Dez Mandamentos” no segundo semestre deste ano. Desta vez, ela terá um papel de destaque, ao contrário do que aconteceu em “Boogie Oogie”, na Globo, que terminou na semana passada.

Ela, que estreou o musical “A História de Paulo Benjamin de Oliveira”, conta que não guarda lembranças boas do último trabalho: “Nunca fiquei tão triste assim como nessa participação na Globo. O papel tinha um perfil muito bonito, fui convidada diretamente pelo Ricardo Waddington, mas a função do personagem se perdeu na novela”.

O personagem de Zezé era o de uma empregada doméstica, Sebastiana, que, na sinopse, incentivaria o filho, vivido por Fabrício Boliveira, a ser diplomata. “O problema não é fazer uma empregada. Apesar dos meus mais de 30 anos de militância por papéis diversificados para o artista negro”, explicou a atriz, que atua desde 1968.

“Justamente no ano em que comemoro 50 anos de carreira, muitos até perguntaram se era esse o presente que a Globo estava me dando. Quando aceitei o papel pensei no ministro Joaquim Barbosa, na primeira desembargadora negra do Rio, Ivone Caetano, e em todas essas figuras que também passaram por esse tipo de dificuldade”.

Zezé Motta no musical sobre Paulo da Portela (Foto: Evaldo Gomes)

Segundo Zezé Motta, o personagem de Fabrício não passou na entrevista para ser diplomata, atribuiu o fato ao racismo, desistiu do seu sonho e tomou outro rumo, indo trabalhar numa agência de viagens. “A Sebastiana passou a só abrir portas e servir cafezinho. Caí em depressão e tive que ter a ajuda de minhas filhas”, relata a atriz.

“Mas não quero que me vejam na posição de coitadinha, considero minha missão cumprida e agora é bola pra frente”, explicou Zezé Motta. Na peça sobre Paulo da Portela, ela interpreta a mãe do protagonista, fundador da escola de samba azul e branca.

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